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"Bíblia" de musa antiglobalização chega ao Brasil

Naomi Klein*

Sem Logo - A Tirania das Marcas em um Planeta (Editora Record, 544 págs. R$ 50,00), livro da jornalista canadense Naomi Klein, foi lançado no Brasil - aproveitando a presença da autora no 2º Fórum Social Mundial de Porto Alegre e já se encontra nas melhores livrarias. Naomi, de 31 anos (já considerada musa antineoliberista e antiglobalização, embora negue o título) participou também do debate Globalização e Justiça Social.

A edição brasileira do livro tem posfácio dedicado ao Brasil. No Logo (título original) revela, segundo a autora, o processo de traição das promessas centrais da era da informação: maior número de opções, aumento da interatividade e liberdade crescente. Oferece, ainda, uma organizada compilação dos protestos mais significativos contra as grandes corporações e sua influência mundial. Saudado pelo jornal New York Times como "(...) a bíblia de um movimento", o livro foi considerado pelo jornal britânico The Observer "equivalente a O Capital para o crescente movimento anticorporativo".

Em 1992, a Nike pagou US$ 20 milhões a Michael Jordan para estampar o rosto do rei do basquete nas propagandas de seu mais novo tênis. O fato fica ainda mais impressionante quando se descobre que a quantia é muito superior ao que a empresa pagou para todos os 30 mil trabalhadores indonésios que efetivamente fabricaram os calçados.

Naomi Klein constrói formulações reveladoras sobre o reino das marcas: aponta os efeitos negativos do marketing na cultura, no trabalho e nas escolhas dos consumidores, mostrando como multinacionais convertem o mundo em uma oportunidade de mercado. Para Klein, logotipos e marcas são o que temos mais próximo de uma linguagem internacional: a maior parte dos seis bilhões de habitantes da Terra pode identificar o símbolo do McDonald s ou da Coca-Cola.

No universo globalizado, gerenciar imagens e associações por meio das quais o consumidor se relaciona com um produto se tornou a chave do sucesso. Naomi Klein nasceu em 1970, em Montreal, no Canadá, e hoje vive em Toronto. Iniciou sua carreira jornalística no Toronto Star, cobrindo a área de marketing. Colunista do The Globe and Mail, teve artigos publicados no The New York Times, The Village Voice, Ms., The Nation, This Magazine e Saturday Night. Só de marca A moça, que passou a infância obcecada por marcas e anúncios e tinha verdadeira adoração pelos letreiros fluorescentes das grandes companhias de petróleo e pelas etiquetas de roupas. Mais crescidinha, percebeu que esse negócio de marcas e grifes escondia algo perverso - e a atração virou repulsa.

Dedicou-se, então, a analisar e desarmar os absurdos cometidos pela publicidade. Em Porto Alegre, Naomi Klein diz que quer, principalmente, ouvir o que as pessoas têm a dizer. "É preciso observar o que alguns grupos estão fazendo para aumentar a participação da sociedade nas decisões dos governos", afirma. Ela se recusa a ser "porta-voz" de uma geração ou de um movimento. "Não tenho a receita de como podemos mudar o que está aí - mas tenho a certeza de que uma nova forma de poder tem de ser encontrada".

Leia entrevista concedida à Folha de S.Paulo por Naomi Klein.

Sobre o Autor

Naomi Klein: Jornalista canadense, é uma das líderes do movimento anti-globalização e mentora do NoLogo. Uma crítica à sociedade de consumo. NO LOGO virou uma espécie de bíblia dos manifestantes antiglobalização.

 

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