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RESENHAS
Fortuna Crítica - Lustosa da Costa
Henrique Chagas*
Sobre "Sobral: Cidade das Cenas Fortes" e "Lustosa da Costa"
Meu prezado Lustosa da Costa: Muito grato pelo envio de "Sobral:cidade das cenas fortes", cujas histórias assombrosas só você mesmo poderia contar.É como se viesse à tona todo um passado que poucos conhecem neste pais que a cada dia mais se esquece de si mesmo. Como se aprende nas páginas de seu livro e como, a partir delas,se conclui que quase nada sabemos de nós mesmos,de nossas raízes, de nossa história mais recente e, o que é mais grave, de nossa própria identidade. E com que sabor você relata cada um desses surpreendentes e turbulentos episódios ! Grande e fraterno abraço do seu leitor Ivan Junqueira
Meu caro Lustosa:
Li-o com muito gosto. Também eu gostava muito de cartas mas dão muito trabalho comparado com os e-mails.
Li há mais de uma semana Clero, Nobreza e Povo de Sobral, mas a semana foi demasiado cheia e só agora lhe dou conta: gostei deveras. Jorge Amado tem razão: são vários romances que estão ali. Pelo menos está um que é o que para mim o livro é. Eu, que não conheço Sobral nem o Ceará, leio tudo aquilo como se de realismo mágico se tratasse, apesar das fotografias de realismo realista real.
O parágrafo inicial do subcapítulo "Tutela" é magnífico. como magnífica é a peça "Testamento", de Francisco de Paula Pessoa, que imagino seja transcrição. O livro está salpicado de personagens e histórias deliciosas, como a do Chico Monte e o coronel Sombra, a resposta do Deolindo ao padre Macário, o Chico Romano da Ponte e as suas histórias. Posso garantir-lhe que de vez em quando voltarei ao livro a reler algumas das histórias porque infelizmente hoje já não as fixo todas com uma só leitura.
Muito grato e um abraço do
onésimo
Meu caro Lustosa da Costa:
Terminei o livro mesmo sem terminar a releitura de D. Quixote. Quando comecei não parei mais. Sobral é de facto terra de emoções fortes. inacreditável. Em romamce iriam dizer o que disseram na Espanha do romande "Concerto Campestre" do meu amigo gaúcho Luiz António Assis Brasil: que era realismo mágico (o romance saiu em edição espanhola. O Assis Brasil jura a pés juntos que aquilo é tudo verdade.
Personagens absolutamente extraordinárias. Vi Sobral ao vivo (para mim é tudo ficção, pois não sei nada da cidade a não ser por seu intermédio). Mas tem semelhanças com os Açores que me precederam, se bem que nos Açores as emoções não se pareçam com essas. O envolvimento dos padres na política é coisa que na minha infância e adolescência nem se sonhava.Gostei deveras.
É uma escrita memorialista belíssima, vernacularmente exemplar e com um tom delicioso. Algumas histórias contam-se de outros lugares como a do confessor (Cadê a mulher que roubou a porca?) que ouvia na minha infância noutras versões. Muito obrigado pelo seu livro e por esse lugar (para mim imaginário)
que criou na minha geografia: o seu Sobral. Um grande abraço do Onésimo.
Sobre o livro "Como me tornei sexagenario" Claude Levi Strauss escreveu ao presidente José Sarney:
Claude Lévi-Strauss
"...Mais j ai vivement goûté les savoureuses évocations de la vie à Fortaleza, et j ai suivi avec plaisir un Cearense dans ses promenades parisiennes. Quand l occasion s en présentera, aurez-vous lá bonté de fair part à Mr. Lustosa da Costa de mon estime e et de ma sympathie?"
Alice Raillard
"Oui, j ai lu avec délectation, effroi et admiration, selon les moments, votre étonnant "Vida, Paixão e Morte de Etelvino Soares". Quel personage et quel roman! Je vous en remercie très sincèrement. Cette saga de la liberté de la presse à Sobral est magnifique et passionante".
Rachel de Queiroz
"...Queria lhe mandar um abraço de agradecimentos pelo seu livro "Vida, Paixão e Morte de Etelvino Soares". Estou começando a leitura: até aqui vai tudo ótimo!"
José Sarney
"Parabéns pela carta do Lévi-Strauss sobre o "Vida, Paixão e Morte de Etelvino Soares". É um aval que consagra aquilo que todos sabemos: o grande escritor Lustosa da Costa."
Jorge Medauar
"Foi muito bom você me mandar seu "Vida, Paixão e Morte de Etelvino Soares". Comecei a ler - mas parei para recomeçar a leitura com mais vagar para sentir melhor o sabor de tudo, tanto da linguagem, que é muito sua, como do próprio enredo, que prende e gruda como visgo. Com mais vagar a gente sente na boca do espírito o paladar da melhor literatura."
Dário de Castro Alves
"O vocabulário é grande aliciante do texto como ocorre com escritos de Camilo Castelo Branco. A linguagem é uma grande protagonista dessa obra. Lustosa fixou o vocabulário do Ceará, de forma verdadeiramente deliciosa".
Francisco Carvalho
"Lustosa é igualzinho àqueles mágicos de circos que tiram da cartola pombas e fitas de todas as cores e fazem com que pedaços de jornais se transformem em rosas vermelhas aos olhos da platéia".
Iaponan Soares
"O Etelvino Soares é um grande personagem brasileiro, cuja grandeza se iguala a Quincas Berro DÁgua, a um Ponciano de Azevedo Furtado, a um Sargento Getúlio e outros tantos que engrandecem nossa ficção".
Antônio Torres
"É um livro que dá para ler rápido, o texto desliza. Em meio aos tiroteios dos "revólveres vomitando fogo", causos e ditos populares engraçados. A estrutura do folhetim dá agilidade à leitura".
Germano Almeida, o romancista de "O Testamento do Senhor Napomuceno"
"Recebi hoje o seu livro "Vida, paixão e morte de Etelvino Soares" que quero agradecer com amizade. Já antes tinha recebido "Clero, Nobreza e povo de Sobral" que adorei pela forma ironicamente maravilhosa como você fez crescer os personagens quase que perante os olhos do leitor. Um grande abraço de agradecimento."
João de Melo
"Muito grato pela gentil oferta de seus livros (o romance de Etelvino Soares e as crônicas de todos nós) cuja leitura iniciei de imediato. Estou encantado. Trata-se de duas obras excelentes, cujo fino recorte estilístico envolve de prazer e encanto o leitor temporal deste Brasil a um tempo histórico e quotidiano. Aprecio a energia e a simplicidade da sua prosa. Envolvem-me os sentimentos fortes do humor, do riso e das tragédias que povoam os seus mundos narrados. E julgo reconhecer nestes retratos a corpo inteiro de um Brasil em duplo (o reacionário e o combativo da mudança) não apenas os tipos sociais que caracterizam, como também a memória de quase toda a nossa literatura. Desejo vivamente felicitá-lo".
Malcolm Silverman, da Universidade da Califórnia
"Li e gostei imensamente. Os elementos irônicos, cômicos e trágicos misturam-se num mélange tocante e simpático. É de um fatalismo desses que a gente (leia: o leitor) tem vontade de quebrar, de reescrever tanto o envolvimento com o que está se passando "na tela". Tem toda razão: merece ser (e seria) uma telenovela como poucas!"
Sobre o Autor
Henrique Chagas:
Henrique Chagas, 49, nasceu em Cruzália/SP, reside em Presidente Prudente, onde exerce a advocacia e participa de inúmeros eventos literários, especialmente no sentido de divulgar a nossa cultura brasileira. Ingressou na Caixa Econômica Federal em 1984. Estudou Filosofia, Psicologia e Direito, com pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil e com MBA em Direito Empresarial pela FGV. Como advogado é procurador concursado da CAIXA desde 1992, onde exerce a função de Coordenador Jurídico Regional em Presidente Prudente (desde 1996). Habilitado pela Universidade Corporativa Caixa como Palestrante desde 2007 e ministra palestras na área temática Responsabilidade Sócio Empresarial, entre outras.
É professor de Filosofia no Seminário Diocesano de Presidente Prudente/SP, onde leciona o módulo de Formação da Consciência Crítica; e foi professor universitário de Direito Internacional Público e Privado de 1998 a 2002 na Faculdade de Direito da UNOESTE, Presidente Prudente/SP. No setor educacional, foi professor e diretor de escola de ensino de 1º e 2º graus de 1980 a 1984.
Além das suas atividades profissionais ligadas ao direito, Henrique Chagas é escritor e pratica jornalismo cultural no portal cultural VerdesTrigos (www.verdestrigos.org), do qual é o criador intelectual e mantenedor desde 1998. É jurado de vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, entre eles o Prêmio Portugal Telecom de Literatura.
No BLOG Verdes Trigos, Henrique anota as principais novidades editoriais, literárias e culturais, praticando verdadeiro jornalismo cultural. Totalmente atualizado: 7 dias por semana.
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