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RESENHAS

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Geografia da alma humana

Ronaldo Cagiano*

Embate desesperado contra a solidão, a alienação, a loucura e outros fantasmas

Nó de Sombras (co-edição da Editora Giordano/SP e Instituto Moreira Salles/MG) é o livro do jornalista, crítico de cinema e escritor Chico Lopes, paulista de Novo Horizonte, há dez anos radicado em Poços de Caldas. Aos 48 anos, estreou com uma narrativa de grande densidade estética e domínio formal, fruto de sua longa experiência e amadure-cimento como homem, leitor, observa-dor e criador.

Nos dez contos que enfeixam o livro, Chico Lopes labora dentro de uma unidade temática, sem ser repetitivo no encadeamento das tramas. A uniformidade e equilí-brio nesses textos diz respeito ao mesmo tom sombrio e enigmático dos personagens no embate contra a solidão, a loucura, a alienação e os desvarios. Na verdade, é entre as sombras e tormentos, entre delírios e náuseas que se processa uma espécie de exorcismo dos fantasmas que escravizam os personagens, todos eles manie-tados pela realidade claus-trofóbica da existência.

Auscultador sagaz, o autor faz um passeio arqueológico pela alma humana, em cujas histórias - artesanalmente bem construídas - dá voz às nossas próprias inquie-tações, tão cósmicas e reveladoras dos incômodos psicológicos individuais e coletivos. E o faz com grande precisão, riqueza estilística e cuidado na linguagem, seja descrevendo os conflitos interiores, ou revelando o sentido metafísico ou mágico das histórias. São seres estiolados ou alienados, mas com algo em comum: o desejo permanente de escapar dessa condenação genérica, aportados em uma seara insegura, mais próxima do surreal que da normalidade.

O homem, na perspectiva desses contos, traz um sentido de catástrofe, de imponderabilidade, de fiasco e de demência. É desse mundo, tantas vezes subliminar, outras tantas agressivamente explícito, que Chico Lopes faz uma leitura altamente conturbada, mas real - e por que não dizer, poética.

Nó de sombras traz um viés surrealista, às veses autobiográfi-co, porque certas criaturas pare-cem escapar de sua (ou nossa?) memória ancestral, retirados da solitária hibernação de lembranças antigas para adquirir plenamente seu sopro de humanidade e catarse literária, que se faz a partir do absurdo, do estranhamento e das trivialidades da vida humana.

Na sua carpintaria literária, há influências da melhor ficção universal: Cortázar, Dalton Trevisan, Kafka, Samuel Rawet, Guimarães Rosa. Juan Rulfo e Borges. É a geografia da angústia humana em toda a sua caracteri-zação psicológica e social. Sem ceder aos lugares comuns e clichês modernosos, Chico Lopes desloca sua narrativa para um plano característico: a transcriação do quotidiano, no que ele tem de corrosão e mediocridade, mas também de verdade e de beleza . Em literatura é tênue a fronteira entre realidade e ficção, quando queremos tratar literariamente da tensões e das banalidades que nos cercam. Lopes soube fundir esses dois universos, encontrando uma simetria entre a nossa realidade e a dos personagens.

A vida encontra-se recambiada nesses textos de profunda indaga-ção sobre nosso destino, pois tratam dos estados do ser do homem que sofre a pena do simples existir ou da criatura que reage às contingências do seu meio. Chico Lopes não se deixa influenciar pela situação de seus personagens, repositórios de nossas realidades interiores, aqui revisitadas e transvistas; não interfere na dinâmica dos aconte-cimentos, seja para dourar a pílula ou para conferir maior grau de obscurantismo e tensão. Nessas histórias, a soberania e autonomia dos protagonistas se impõem plenamente, porque o autor deixa que suas vidas transbordem para o plano literário, sem mistificações, sem o recurso das simulações estilísticas ou falseamentos de qualquer ordem.

Nó de sombras, estréia em grande estilo, é uma obra que enriquece a literatura brasileira contemporânea. Reunindo contos intemporais, que transcendem a meros episódios ou situações, retratam não uma época, mas os dramas humanos. E por isso ten-dem a uma permanente atua-lidade, valorizados também pela grande força expressiva, ponto alto do livro, que o faz resistir a qualquer modismo.

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Sobre o Autor

Ronaldo Cagiano: De Cataguases, cidade mineira berço de tradições culturais e importantes movimentos estéticos, surgiu Ronaldo Cagiano. É funcionário da CAIXA. Colabora em diversos jornais do Brasil e exterior, publicando artigos, ensaios, crítica literária, poesia e contos, tendo sido premiado em alguns certames literários. Participa de diversas antologias nacionais e estrangeiras. Publica resenhas no Jornal da Tarde (SP), Hoje em Dia (BH), Jornal de Brasília e Correio Braziliense, dentre outros. Tem poemas publicados na revista CULT e em outros suplementos. Obteve 1º lugar no concurso "Bolsa Brasília de Produção Literária 2001" com o livro de contos "Dezembro indigesto”.

Organizou também várias antologias, entre elas: Poetas Mineiros em Brasília e Antologia do Conto Brasiliense.

 

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