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RESENHAS
VOCÊ NA TELINHA - Como usar a mídia a seu favor
Henrique Chagas*
Recebi da Editora Futura o livro "VOCÊ NA TELINHA - Como usar a mídia a seu favor", de Heródoto Barbeiro. Simplesmente indispensável. Heródoto Barbeiro, o jornalista criador da rádio CBN, trata sobre uma questão espinhosa que permeia os bastidores da mídia: a troca de gentilezas de uma empresa para com um veículo ou jornalista visando uma reportagem favorável.
Heródoto Barbeiro mostra neste livro como dar boas entrevistas no estúdio ou como se sair bem em reportagens na televisão. Ensina como tratar as grandes estrelas da tevê e como se postar em condições de igualdade. Reúne conjuntos de dicas que podem ser consultadas rápida e periodicamente. O livro apresenta, ainda, os limites éticos do jornalismo tanto para se defender dos excessos e imprecisões das notícias, como para lembrar ao jornalista os limites que ele tem que respeitar.
"Em dúvida, faça como o Heródoto.
Que é espontâneo; sabido, sem ser arrogante; e simpático.
(Desculpe, mas, em televisão, ser simpático é fundamental).É complicada essa relação do homem de negócios ou do executivo com a imprensa. Geralmente, o homem de negócios quer usar a imprensa para divulgar o que interessa.
O que interessa a ele (homem de negócios) ou à empresa. E, teoricamente, a função do jornalista é divulgar o que é bom para todos - e para o público, principalmente. E nem sempre o que é bom para o público é bom para a empresa.
A imprensa brasileira costuma ser condescendente com empresários e com políticos. Especialmente a imprensa de televisão. É uma imprensa que não morde. Isso é uma praga universal. Quando a Enron quebrou nos Estados Unidos - a maior falência da história do capitalismo - alguns jornalistas americanos de boa-fé lamentaram não ter avisado ao leitor/espectador que ia haver o baque. Aqui, a omissão mais dramática foi na eleição do Presidente Collor: quem avisou que havia um PC Farias na vida daquele carismático salvador da Pátria? (Mas foi culpa só dos jornalistas ou das empresas jornalísticas, também? Bom, isso é outra história...).
Portanto, se o Heródoto me permitir, gostaria de adicionar algumas dicas a este livro tão útil e bem-feito. Se você quer esconder, é melhor fugir dos jornalistas. Nunca se sabe - há sempre o risco de os dentes crescerem, rapidamente.
Se você não tem o que esconder, não fuja do jornalista. Como diz o Heródoto a certa altura, nada irrita mais do que precisar falar com 18 secretárias - ou assessores de imprensa - até chegar ao diretor anônimo de uma empresa. Às vezes, o jornalista fala mais rápido com o Ministro da Fazenda do que com um gerente de marketing.
Se você não tem o que esconder, ao contrário: procure falar. Sua história pode ser útil.
Pode servir de exemplo. Pode ser notícia. (Ou seja, interessar a muitas pessoas, além de você).
Antes de entrar no ar, a Globo me mandou fazer um treinamento com uma fonoaudióloga espetacular. Uma figura lendária no jornalismo de televisão do Rio, a Glorinha Beuttenmuller.
Ela me ensinou muitas coisas. Por exemplo: "Não grite, meu filho. Você entrou na sala de jantar das pessoas.
Nem sempre você é bem-vindo. Seja educado, gentil, fale num tom natural.
Faça de conta que o vizinho o convidou para tomar um café, depois do jantar. Comporte-se!
E não se esqueça: vá de unhas cortadas, meu filho!" Paulo Henrrique Amorim
Sobre o Autor
Henrique Chagas:
Henrique Chagas, 49, nasceu em Cruzália/SP, reside em Presidente Prudente, onde exerce a advocacia e participa de inúmeros eventos literários, especialmente no sentido de divulgar a nossa cultura brasileira. Ingressou na Caixa Econômica Federal em 1984. Estudou Filosofia, Psicologia e Direito, com pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil e com MBA em Direito Empresarial pela FGV. Como advogado é procurador concursado da CAIXA desde 1992, onde exerce a função de Coordenador Jurídico Regional em Presidente Prudente (desde 1996). Habilitado pela Universidade Corporativa Caixa como Palestrante desde 2007 e ministra palestras na área temática Responsabilidade Sócio Empresarial, entre outras.
É professor de Filosofia no Seminário Diocesano de Presidente Prudente/SP, onde leciona o módulo de Formação da Consciência Crítica; e foi professor universitário de Direito Internacional Público e Privado de 1998 a 2002 na Faculdade de Direito da UNOESTE, Presidente Prudente/SP. No setor educacional, foi professor e diretor de escola de ensino de 1º e 2º graus de 1980 a 1984.
Além das suas atividades profissionais ligadas ao direito, Henrique Chagas é escritor e pratica jornalismo cultural no portal cultural VerdesTrigos (www.verdestrigos.org), do qual é o criador intelectual e mantenedor desde 1998. É jurado de vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, entre eles o Prêmio Portugal Telecom de Literatura.
No BLOG Verdes Trigos, Henrique anota as principais novidades editoriais, literárias e culturais, praticando verdadeiro jornalismo cultural. Totalmente atualizado: 7 dias por semana.
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