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RESENHAS
O Fim de Viagem, Começo de Vida
Rosa Ghelman*
Uma enorme alegria tomou-me conta quando recebi o livro de Rosa Ghelman. Um livro, uma história e vidas carregadas de significados. Na semana em que os judeus celebram a Festa do Chanucá, no seu segundo dia, 01/02, Rosa Ghelman lançou "Fim de Viagem, Começo de Vida" (Editora Oficina do Livro). Um livro que nos chega como testemunho de quem sempre encarou a vida como uma fonte inesgotável de esperança e fundada na solidariedade, demonstrada pela "preocupação com o outro, com o destino e o bem-estar e a tranqüilidade do outro - notável lição civilizatória: exemplo mesmo."
Trata-se de uma obra de ficção baseada em fatos reais ocorridos no período de 1930 a 1945. Nele a autora relata alguns fragmentos sobre a vida européia dos que imigraram em busca de novas oportunidades, suas travessias, adaptações no país que os acolheu e solidariedade dos patrícios radicados no Brasil.
Rosa Ghelman nos informa que: "a idéia do livro começou a tomar forma quando avaliei o quão pouco meus netos sabiam a respeito das gerações que construíram os alicerces da comunidade que, hoje, permitem a prática religiosa - ortodoxa, reformista ou nenhuma - mas à disposição deles. O difícil começo ficou tão distante que mal percebem a importância da existência de cemitérios onde nossos entes repousam em solo judaico, ou das Sinagogas e Instituições presentes na vida da coletividade. Para eles, os avós imigrantes são o que os retratos explicam: adultos com olhos assustados de criança, insegurança transparecendo nas feições tensas.
Mas meus pais e muitos outros, desbravaram a "selva" do desconhecido com o trabalho duro e ininterrupto e nos desafios encontraram e legaram aos filhos uma vida digna. Seria injusto relegar ao esquecimento todas as lições de vida que aprendemos das gerações que nos antecederam. A unidade judaica só permanecerá íntegra se cada um de nós mantiver as tradições - oral e escrita - e permitir o alcance do nosso patrimônio histórico às gerações que nos sucederem. Tentei, construindo núcleos ficcionais, contar um pouco sobre esses "desbravadores de um futuro", oferecendo as minhas e outras memórias ..."
No dizer de Ivan Proença, que apresenta o livro, "há protagonista(s) em etapas do livro, mas o que mais se evidencia é a presença-força da coletividade, esta a grande heroína, simbólica, ao longo da narrativa: multiplicidade de características e ações não rato ultrapassando o caráter individual, isolado, dos personagens: o idealista (puramente idealista), o socialista, o conservador-reacionário. Há visão, subjacente, que os aproxima e tensiona no sentido de uma preocupação maior em seu estar-no-mundo, O espírito coletivista (e nem sempre a vida) é belo.
A festa de lançamento foi um enorme sucesso; aconteceu no CIB, no último dia 01 de dezembro e o valor arrecadado com a venda reverteu-se em benefício do Fundo Comunitário, do Cemitério Comunal, do Lar da Velhice de Jacarepaguá, do Habonim Dror e de NaAmat Pioneiras. Rosa Ghelman relatou-me: ".....Busquei alcançar um sonho e consegui realizá-lo, com a graça divina. E, "escritora de primeira viagem" procuro o aconchego daqueles que, navegantes desse encantatório mundo literário, possuem a experiência que agora, aos 73 anos, começo a descobrir..." "O lançamento foi um sucesso, sete horas de autógrafos, revendo amigos e parentes, derramando lágrimas gostosas de saudades. As instituições ficaram muito felizes, e eu também. Outro abraço Rosa."
"A cada fim- daí por diante - haverá de corresponder, inexorável e benditamente, um recomeço. Assim seja." ICP
Sempre haverá um começo de vida. Amém.
Sobre o Autor
Rosa Ghelman:
Escritora no Rio de Janeiro.
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“Texto envolvente, gracioso, motivador de percepções muito ricas, sensoriais e coloridas, com o uso mínimo de adjetivações e descrições” Leia mais

As crônicas focam a cidade de Belo Horizonte, embora tratem de outros assuntos. Oscilam entre o jornalismo e a memória afetiva do autor. Leia mais