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Lecabel, o Ministro
por Airo Zamoner
*
publicado em 29/10/2003.
![](../imagens/cronica/lecabel.jpg)
No princípio, os representantes do Ministério recusavam-se a acreditar, mas conformaram-se, ao concluir que a situação era mesmo alarmante. Comunicaram-se com a capital e em poucas horas a pequena cidade ficou tomada por tropas federais. Policiais se espalharam por todos os cantos.
Foi difícil separar todos os contaminados. Sempre aparecia mais uma denúncia. O número de vagas necessário para todos os casos era insuficiente.
Há muitos anos que não havia mais epidemia como aquela. Desde muito tempo o assunto deixara de se constituir num grande problema e aos poucos as vagas foram sendo desativadas. O próprio ministério andava esvaziado e pouco ativo. Agora, de forma intempestiva, parecia estar surgindo um surto e precisava de ação enérgica.
Logo, todos os doentes foram transportados em camburões e as autoridades locais foram advertidas para denunciar imediatamente qualquer suspeito.
Corria a boca pequena entre os investigadores que o importante era descobrir como o surto havia começado. Só assim seria possível evitar novos casos. Nas semanas seguintes, porém, novas denúncias ocorreram e a cidade foi novamente inundada por técnicos acompanhados de policiais, levando mais algumas dezenas de pessoas sofrendo do mesmo mal.
Uma das raras inteligências do Ministério percebeu que Salustiano e todos os demais doentes tinham algo em comum: suas idades, que variavam de doze a dezoito anos. A partir desta informação, as investigações se concentraram nas escolas e principalmente nos professores.
Um a um, os professores foram examinados exaustivamente, mas nenhuma anormalidade foi encontrada. Todos estavam absolutamente dentro dos padrões do ministério. Todos tinham sido reciclados nos cursos de manutenção de qualidade.
– Lecabel! – gritou o prefeito na reunião secreta com os investigadores.
– Que é isso?
– Lecabel! – insistiu o prefeito.
– Explique-se, homem!
– O velho que mora na saída da cidade. Investiguem Lecabel!
Na cidade corria solta e maliciosa a informação de que o velho safado mantinha a fonte de contaminação com ele e até distribuía aos jovens.
Lecabel foi pego em flagrante. Rápidos exames feitos no local constataram a contaminação. Em seu barraco mal improvisado, estava com a prova do crime em suas mãos. Insolente, distribuía livros a três jovens de olhos brilhantes, sorrisos deslumbrados a ouvi-lo inebriados.
Assustaram-se com a presença da tropa. Todos foram levados e todas as provas recolhidas.
Os doentes foram levados e matriculados no ministério.
Lecabel era um caso especial. Foi condenado a sofrer drenagem cerebral. O castigo em desuso, aplicado apenas no passado, surtiu efeitos maravilhosos.
O governo, assustado com a recaída iminente da população no uso daquele material apócrifo, aprovou a remodelação e aumento de verbas orçamentárias para o Ministério das Trevas. Lecabel, o novo ministro, ficou exultante.
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