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Antologia: serve ou não serve?

por Rodrigo Capella *
publicado em 12/04/2008.

vez mais as editoras investem na publicação de antologias poéticas, de vários temas e autores. Vale aquela máxima: quanto maior o número de autores, melhor. Afinal, um deles pode, em muito breve, trilhar uma carreira de sucesso e conferir credibilidade ás próximas antologias publicadas. Todo editora sonha em revelar novos talentos e, com a publicação desse tipo de livro, a tarefa fica mais fácil.

Outro motivo que sustenta a publicação de antologias é a maior possibilidade de vendas. O grande número de autores, nesse caso, impulsiona uma vendagem numerosa já no dia do lançamento, quando autores convidam parentes e amigos para tomar um vinho e receber autógrafo. Muitas pessoas compram os livros, a editora fatura mais do que se publicasse obra com apenas um autor e já pensa na próxima antologia.

É assim que tem funcionado boa parte do mercado editorial brasileiro. A publicação de antologia atrás de antologia tem sido constante e mostra um contraste. Algumas editoras se preocupam com o conteúdo, oferecendo material de boa qualidaade; outras nem tanto, optando por inserir autores de várias cidades do Brasil para ganhar visibilidade.

Um terceiro motivo que tem contribuído para as editoras apostarem nesse tipo de publicação tem sido a grande aceitação das livrarias. Além de vender bem no lançamento, muitas antologias ganham destaque nas prateleiras, vendem bem e, em alguns casos, entram para a lista dos livros mais vendidos, em determinadas regiões do Brasil, tornando-se a galinha de ouro das editoras.

Das recentes antologias que tenho recebido para resenhar, destaco duas, pela qualidade e composição. De Santa Catarina, ressalto “Cordames & Cordoalhas”, feita pelo Grupo de Poetas Zaragata. Esse livro expõe a produção poética de dezesseis autores, ilustrados por trabalhos de artistas plásticos do Estado. A proposta da antologia é oferecer um interatividade com o leitor, colocando em prática o conceito imagem/imagética, baseado, principalmente, no elemento “corda” – que dá liga ás poesias.

Deste livro, ressalto “Balanço”, de Lia Corrêa, que analisa a juventude e seu jeito todo particular de conquista: uma vontade imensa / lança-se ao brinquedo / acomodando-se ao / pequeno acento. Essa bela e singela composição poética faz um paralelo á consolidada forma e contexto adotado por Ramone Abreu Amado, em “Tear Primitivo”: construiu sua casa assim que percebeu / as estrelas frias são vermelhas / os folículos dos ovários já não são os / mesmos / desde que o filho fora preso com arma.

De Cuiabá, chegou “Primeira Antologia dos Poetas Livres nas Praças Cuiabanas”, organizada por Neneto e Danilo Zanirato. O objetivo desse movimento é o de promover poetas, cuiabanos ou não, famosos ou não, oferecendo-lhes ferramentas e incentivos para propagar as suas idéias. Logo nas primeiras páginas, o livro traz o hino dos poetas, composto por Joaquim Senra e com muitos elementos irônicos: não somos partido ou clube / embora fazemos reunião / não temos sede nem estatudo / nem ficha de inscrição.

Do livro, destaco duas poesias. Neneto compôs “A praça”, mesclando elementos campestres e urbanos, conferindo um certo dinamismo: a praça é a casa / sem paredes, janelas e portas... / da criança ao adulto, / da menina do menino. Da autora com nome estranho, Luticândia, faço questão de reproduzir “Intelectualidade”, um poema mais compacto, curioso e de difícil interpretação: não se sabe / eu não sei / você não sabe / que eu não sei.

Aliás, esse é um dos principais elementos da poesia. O poeta não escreve para ser compreendido ou idolatrado, escreve apenas para ser lido e degustado. O poeta pode ser até apaixonante, mas dificilmente será um galã da escrita. Ele também não quer isso. Afinal, o que quer o poeta? Nem ele sabe. Mas, quem disse que ele quer saber de alguma coisa? Ele quer apenas escrever, mesmo que seja dividindo espaço em antologias.

Sobre o Autor

Rodrigo Capella: Escritor, poeta e jornalista, Rodrigo Capella nasceu em São Paulo, Capital, no ano de 1981. Publicou o primeiro livro, intitulado "Enigmas e Passaportes" (Forever Editora), em 1997, com apenas 16 anos. Em 2005, quase dez anos depois, o autor voltou ao cenário literário com dois lançamentos: "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", ambos pela Editora Zouk. Rodrigo Capella também publicou poemas em diversas antologias, entre elas "Diversos" (Andross Editora), "Ave Palavra" (Clube Amigos do Livro) e "Além da palavra" (Scortecci Editora). Em breve, Capella vai lançar "Rir ou Chorar, o cinema sentimental", obra que narra as aventuras do cineasta Ricardo Pinto e Silva. Esse livro vai ser lançado pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, comandada por Rubens Ewald Filho.
Mais informações: www.rodrigocapella.com.br

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