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Tirando dúvidas dos leitores – Parte 2

por Rodrigo Capella *
publicado em 12/02/2008.

Vou responder mais algumas dúvidas dos leitores e oferecer outros elementos fundamentais para quem quer ser um bom escritor. Pegue um lápis e um bloco de anotações e vamos em frente. Preste atenção em todas as respostas, pois elas se complementam a todo instante, parágrafo a parágrafo.

Johny Alves me enviou a seguinte mensagem: “Li o último artigo do senhor e esclareci muitas dúvidas, porém continuo com uma: antes de apresentar um livro a uma editora, o autor tem que fazer alguma coisa para não plagiarem a obra dele,
tal como os cientistas fazem, para não roubarem as idéias? Muito obrigado por seus conselhos aos futuros escritores. Abraços, Johny”.

Amigo Johny, muito interessante e pertinente essa sua pergunta. Já participei de vários debates com editores e eles sempre defendem que o autor não precisa registrar o livro, pois as editoras fazem isso antes de publicá-lo. Eu discordo dos editores e aconselho os jovens autores a entrarem em contato com a Biblioteca Nacional pelo site www.bn.com.br. Lá tem todas as informações.

Mas, um alerta se faz preciso: esse registro não garante que, por exemplo, a idéia de sua obra não vai ser copiada. Até porque o registro não protege a idéia, mas sim o conteúdo da obra. Resumindo: é uma pequena garantia que você tem, mas é melhor do que nada.

Se a editora gostou de uma obra de um autor desconhecido, ela pode, por exemplo, pegar a idéia central e encomendar uma obra semelhante a um autor famoso. Nesse caso, ela simplesmente ignora o livro do autor desconhecido. Esse tipo de postura ocorre com certa frequência. Portanto, capriche na apresentação dos originais, revise seu texto, reescreva-o e faça as correções necessárias.

Rafael Coelho apresentou-me, via e-mail, uma idéia de livro e fez algumas perguntas. Acompanhe uma parte da mensagem: “Fala Rodrigo! Sou jovem, tenho apenas 22 anos e no ano passado comecei a escrever um livro chamado "Outras histórias do 174", que retrata a vida de pessoas que andavam diariamente no ônibus 174, aquele da tragédia na cidade do Rio de Janeiro. A idéia é olhar dentro de universo (o ônibus) e colhetar boas histórias, fatos da vida de tantas pessoas que andavam na linha 174. "Outras Histórias do 174" quer ir por outro caminho, mostrando que tudo na vida tem seus dois lados, mas que na maioria das vezes valorozamos a parte ruim. Então... Eu arquivei o projeto. Devido a 1001 coisas que venho fazendo acabei parando de escrever. Mas, retornei com o projeto. O que você achou do livro? Às vezes acho que o tema é fraco. Outras, acho que tem uma proposta bacana. Um professor o considerou oportunista! E você, o que acha? Quais editoras você acha que, ao menos, leriam o livro? Forte abraço, Rafael.”

Amigo Rafael, você tem um belo projeto pela frente. Gostei bastante do título da obra e da proposta. Um projeto como esse exige uma ampla pesquisa e a coleta de inúmeras informações inéditas. Trata-se, portanto, de um livro ousado, que precisa ser bem conduzido para não ficar sensacionalista.

Primeiramente, você precisa se dedicar e ter motivação pelo trabalho. Não adianta fazer 1001 coisas ao mesmo tempo. Pense, respire e viva para escrever. O melhor escritor é aquele que sonha escrevendo e escreve acordado. Uma distração qualquer pode colocar tudo a perder. Lembre-se: esse é o projeto da sua vida e você deve interpretá-lo como tal. Nunca desista, nunca abandone um livro, por mais simples que ele parece. O verdadeiro autor é capaz de transformar uma história inútil em um best-seller.

Um segundo conselho: antes de escrever, pense no público; pense em um diferencial e procure histórias que realmente merecem ser contadas. O escritor precisa ter uma sensibilidade apurada para captar essas histórias. Uma última dica: escreva e, somente depois de terminar o livro, pense nas editoras. Se o projeto for bom, elas vão ler; se ficar ruim, jogaram fora. Essa é a regra do jogo. Seja bem-vindo a ele!

A última dúvida de hoje foi-me enviada por Heloisa Mattos. Ela disse assim: “Caro Rodrigo, venho acompanhando os seus artigos e gostaria de lhe perguntar algo: estou em vias de publicar o meu primeiro livro e tenho curiosidade de saber se a crítica literária brasileira aceita os nossos escritores. Beijos, Heloisa”.

Amiga Heloisa, o Brasil não tem, atualmente, uma crítica literária competente. Apenas, uma pessoa consegue captar a essência da obra e transformar em argumentos coerentes. Essa pessoa chama-se Miguel Sanches Neto. As demais, escrevem resenhas, comentários ou observações; e não críticas.

Vou contar um caso curioso: uma crítica da Folha de S. Paulo comentou o ótimo livro “Negócios de Família”, de Domingos Pellegrini Jr, dizendo que o autor não tinha evoluído e que continuava escrevendo como há vinte anos. Detalhe: o livro que ela tinha lido era de vinte anos atrás e tinha sido apenas republicado. Veja como faltou preparo. A critica brasileira precisa se renovar!

Bom, amigos leitores, vou sair de férias. Nas próximas quatro semanas, acompanhem uma série de textos de minha autoria chamada “Histórias de cachorro”. Depois, eu volto com mais novidades. 2008 promete e muito. Eba!!!

Sobre o Autor

Rodrigo Capella: Escritor, poeta e jornalista, Rodrigo Capella nasceu em São Paulo, Capital, no ano de 1981. Publicou o primeiro livro, intitulado "Enigmas e Passaportes" (Forever Editora), em 1997, com apenas 16 anos. Em 2005, quase dez anos depois, o autor voltou ao cenário literário com dois lançamentos: "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", ambos pela Editora Zouk. Rodrigo Capella também publicou poemas em diversas antologias, entre elas "Diversos" (Andross Editora), "Ave Palavra" (Clube Amigos do Livro) e "Além da palavra" (Scortecci Editora). Em breve, Capella vai lançar "Rir ou Chorar, o cinema sentimental", obra que narra as aventuras do cineasta Ricardo Pinto e Silva. Esse livro vai ser lançado pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, comandada por Rubens Ewald Filho.
Mais informações: www.rodrigocapella.com.br

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