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Genealogia da repressão

por Noga Lubicz Sklar *
publicado em 09/11/2007.

"Uma equipe de biólogos franceses isolou um "gene Mestre", que faz as pessoas tentarem controlar o outro ... O estudo mostra que o gene está presente não somente nos que gostam de mandar, mas também nos que gostam de ser mandados, pessoas extremamente inclinadas a adotar modas de todos os tipos — um comportamento "fashion" —, e a suprimir opiniões e preferências que não são compartilhadas por seu grupo." Michael Crichton em "Next" (tradução livre do original em inglês)

A maioria das pessoas que eu conheço não confessaria nem sob tortura que um dia leu Michael Crichton. Nem eu. Mas a verdade é que, pra relaxar, gosto de ver filminhos, e se a coisa estiver muito preta, ler livrinhos, vocês sabem, só pra distrair.

Por conta desses enganos é que caí na esparrela do último filme de Meg Ryan, "In the land of women". Gente, tem alguma coisa de muito errado lá com a eterna cool girl — do muitas vezes repetido "Mensagem pra você" —, e até o fim do dvd, entre uma cochilada e outra, não descobri o que é. Não sei se é a idade (olha o coxo, etc, etc), ou uma plástica mal-feita, ou se é má interpretação mesmo, numa comédia de equívocos que junta maus atores a um roteiro ruim, passando inevitavelmente por uma péssima direção. Fujam.

Michael Crichton, que ninguém nos ouça (principalmente o Arthur Dapieve, meu mestre de Flip e recém-saído de um alentado "As benevolentes"), faz muito bem-feita uma ficção rasteira com um pé no pesadelo científico da realidade, e por um breve momento, até convence. Em "Next", que escolhi pra espairecer neste fim de semana, parece estar em boa forma, de acordo com os padrões dele mesmo, é claro. Estou só no comecinho, e descontando os macacos que falam, já deu pra extrair o trecho de utilidade pública aí de cima. Provavelmente será o único: não vou mais aborrecer vocês com bobagens.

O fato é que, mandões e mandados à parte, todo mundo tem direito de se distrair como quiser. Além do direito, é quase uma obrigação, num mundo quase sempre sufocante como esse nosso. E é por isso que não vou endossar, de jeito nenhum, a sugestão do jornalista Luciano Trigo no Globo de hoje, mais um a querer culpar inutilmente o usuário pelo uso.

Todo mundo sabe que sou contra as drogas, legais e ilegais. Mas respeito a escolha de quem decide usá-las, ou precisar delas. Aqui em casa mesmo: o Alan, vocês sabem, como todo americano que se angustia, curte um alívio químico para seus males mais óbvios. Então fizemos assim: levei ele ao médico, enfrentamos todos os testes, e pronto. Adeus dor neuropática e insônias afins. Eu prefiro ioga. Assim como prefiro os delírios criativos da imaginação sem aditivo nenhum, mas bem, cada qual com seu cada um. E se alguém acredita mesmo que precisa fumar, beber ou cheirar pra viver melhor, o problema é dele. Legalize it. Sinceramente, não vejo antídoto melhor para a violência do tráfico. O resto é uma verborragia só que nunca deu certo, a não ser para a Máfia.

Segue meu comentário público ao artigo:

"Luciano, li seu artigo no Globo de hoje. Como não fumo nem cheiro, não estou ajudando a destruir o Rio, ainda bem. Mas acho essa visão simplista. Proibir algo foi sempre o melhor caminho para incentivar o desejo pela coisa, todo mundo sabe disso. Nem sempre as drogas foram banidas, e no tempo que você cita, quando eram usadas para expandir a criatividade e até a espiritualidade, nem sequer eram proibidas. Embora eu graças a Deus não precise delas para criar, e advogue o trabalho criativo de cara limpa, acredito que o corpo e a mente são posse e decisão de cada um. Querer que todo usuário se responsabilize pelo fim da violência é acreditar numa utopia: a partir de certo ponto o usuário pesado de drogas não se responsabiliza nem por si mesmo. A única solução para este problema é liberar as drogas, e cada um que se mate do jeito que achar melhor. Afinal de contas, é também um direito humano."

Luciano responde que "querer se matar é uma coisa, alimentar um processo que mata diariamente outras pessoas é outra completamente diferente". Tem toda razão.

Sobre o Autor

Noga Lubicz Sklar: Noga Lubicz Sklar é escritora. Graduou-se como arquiteta e foi designer de jóias, móveis e objetos; desde 2004 se dedica exclusivamente à literatura. Hierosgamos - Diário de uma Sedução, lançado na FLIP 2007 pela Giz Editorial, é seu segundo livro publicado e seu primeiro romance. Tem vários artigos publicados nas áreas de culinária e comportamento. Atualmente Noga se dedica à crônica do cotidiano escrevendo diariamente em seu blog.

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