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Guerra e Paz
por Rubens Shirassu Júnior
*
publicado em 21/12/2003.
"Civilização é controle"
Em 1984, de George Orwell, o Partido divide-se em: Interno, o cérebro do Estado, com 6 milhões de membros (2% da população da Oceania); e Externo, que se constitui nas mãos do Estado. O resto do mundo é objeto de conquista militar para esses três Estados, que vivem em guerra permanente, sem jamais terem sua existência ameaçada. O mundo em 1984 já vivera uma guerra nuclear, mas a quase destruição da humanidade convenceu as elites dirigentes de que perderiam seu poder se tentassem a aniquilação mútua. Como forma de se perpetuarem no poder preservaram a guerra convencional, pois esta traz a destruição dos produtos do trabalho humano e impede o aumento da riqueza da sociedade, o que constituiria um risco para a sociedade rigidamente hierarquizada que caracteriza os três leviatãs. Esta sociedade compreende três classes distintas: uma alta, que são os membros do partido interno; uma média, que engloba os membros do partido externo; e a baixa, constituída pelos proles que somam oitenta e cinco por cento da população.
As funções do Governo estão divididas em quatro ministérios: o Ministério da Verdade, que controla as notícias, as diversões, a educação e as artes; o Ministério da Paz, que se dedica à guerra; o Ministério do Amor, que mantém a lei e a ordem, controlando a vida das pessoas e aplicando torturas aos inimigos do Partido; e o Ministério da Fartura, que cuida das atividades econômicas, manipulando números para ocultar a realidade. Quanto à massa, ou proles, que representa cerca de 85% da população e que vive em favelas, "o trabalho físico pesado, o trato da casa e dos filhos, as briguinhas com a vizinhança, o futebol, a cerveja e, acima de tudo, o jogo" são os limites de seu horizonte. Entregues à sua própria sorte, os proles não merecem nem a atenção nem a desconfiança do Governo. Um dos lemas do Partido diz que os proles e os animais são livres.
Duplipensar
Este controle da realidade é possível devido a um processo chamado duplipensar, que é a capacidade de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, aceitando ambas. Os lemas do partido são assim: guerra é paz; liberdade é escravidão; ignorância é força. A lealdade dos membros do partido é assegurada pela repressão violenta (embora não existam mais leis) e por condicionamentos sociais como a instilação de ódio ao inimigo e a proibição do sexo, que libera energias para a adoração do Grande Irmão (o sexo livre representaria também uma emoção não controlada e potencialmente perigosa, portanto).
Sobre o Autor
Rubens Shirassu Júnior: Designer artístico, jornalista e autor entre outros de Religar às Origens (Ensaios, 2003) e Oriente-se: Manual de Procedimentos no Japão, 1999.É o autor da coluna OLHO MÁGICO na VERDES TRIGOS.
Contato: jrrs@estadao.com.br
Veja também o "ORIENTE-SE: Manual de Procedimentos no Japão"
Edição Independente de Rubens Shirassu Júnior
Site do Livro: http://www.stetnet.com.br/orientese/
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