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As minorias sofrem com o etnocentrismo

por Carol Westphalen *
publicado em 14/08/2003.

No contexto a ser abordado aqui hoje, minoria seria todo e qualquer subgrupo que, dentro de uma sociedade, se considera e/ou é considerado diferente do grupo dominante, e que não participa, em igualdade de condições, da vida social.

Apesar de serem minorias, os subgrupos sempre tiveram intensa necessidade de mostrar sua existência - desde o início das pequenas colonizações –, e, acima de tudo, mostrar que, apesar das diferenças, também merecem respeito. Nos dias de hoje, assim como discriminar alguém por causa da cor da pele, também é ignorância discriminar alguém por agir e pensar diferente de uma maioria – incrivelmente, ainda hoje, existem pessoas que acreditam na existência de raças dentro da espécie homo sapiens. Usando uma expressão grosseira, somos um bando de camaleões pensantes de uma só espécie – o que nos diferencia é a pigmentação, o modo de pensar e a personalidade. Infelizmente, o etnocentrismo é inerente ao ser humano. Tudo indica que ainda teremos dificuldade para esclarecer às próximas gerações sobre nossa própria espécie.

Pensar diferente não significa desrespeitar. Todo e qualquer tipo de discriminação, até mesmo em relação à escolha sexual de um indivíduo, está relacionada à falta de informação. Um grupo dominante é forte e incisivo, mas, com o tempo, ele acaba se tornando opressor das minorias, geralmente, por causa das circunstâncias da hostilidade e da falta de respeito. Algumas atitudes são divergentes às regras criadas pelos grupos dominantes, os quais possuem extrema força e presença -, o que não significa que um tipo de comportamento diferente e/ou atípico seja errado. O que aconteceu, ainda na época das colonizações, foi que um dia um grupo de pessoas criou algumas concepções e outras pessoas resolveram aderir a elas. Muitas pessoas acreditam que seria mais inteligente nos juntarmos a uma maioria, pois se existe tanta gente vivendo sob suas concepções é porque ela deve funcionar perfeitamente bem. Uma maioria acredita tanto na assertividade de suas regras que seria impossível fazê-la enxergar que ela, apesar de sua imensidão, não é a única parcela de uma sociedade que estabeleceu e continua estabelecendo normas próprias. Se formos analisar uma maioria a fundo, provavelmente, descobriremos que elas não são cem por cento perfeitas ou melhores do que aqueles que se consideram e/ou são considerados diferentes.

Se você faz parte de uma maioria, é aconselhável usar certa cautela, pois a discriminação começa a partir do momento em que você nem se dá o trabalho de tentar compreender o motivo pelos quais certos indivíduos, pertencentes a uma minoria, pensam e agem de maneira diferente. Apesar de estarmos diante de mais uma discussão infinita, é interessante nunca deixarmos de questionar a origem do pré-estabelecimento das concepções, pois através desse tipo de debate iremos descobrir, a cada dia, uma nova forma de perceber e compreender as coisas e as pessoas que nos rodeiam. Grupos dominantes, geralmente, estabelecem regras que satisfaçam seu próprio bem-estar. As minorias, obviamente, sentem-se deixadas de escanteio como se fossem ovelhas-negras ou menores abandonados e, por isso, costumam chamar a atenção da sociedade - por dois simples motivos: respeito e, num segundo momento, aceitação.

Felizmente, nem todo mundo se encaixa nos padrões de atitude, comportamento e raciocínio exigido por uma suposta maioria, pois imaginem o que seria do mundo se só existisse uma só massa pensando de uma mesma forma? E, segundo o livre-arbítrio, nenhuma pessoa é obrigada a fazer parte de algo contra sua vontade e seus valores – principalmente, se não existe, ao menos, compreensão e respeito. Alguns cientistas e psicanalistas afirmam que, possivelmente, exista uma inteligência artificial onde muitas pessoas pensam e agem de uma mesma forma, a qual serve de máscara para um falso progresso. Uma maioria sempre levará mais tempo para ter visão além do alcance, pois um comportamento homogêneo, nesse sentido, proporciona certa morosidade às descobertas – é como se uma maioria fosse cética para o que é diferente e até mesmo inovador. Para finalizar, gostaria de citar Nelson Rodrigues - segundo ele, a unanimidade é burra.

Sobre o Autor

Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.

Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br

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