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RESENHAS
Hierosgamos: o Cântico dos Cânticos de Noga
Henrique Chagas*
Noga Sklar deu-me o privilégio de escrever a orelha do seu inédito romance "Hierosgamos", a ser lançado na FLIP 2007 pela Giz Editorial. Foi uma leitura prazerosa e lúdica, que renovou em mim o ardente desejo de sempre viver um grande amor. A orelha está pronta, o livro está sendo levado à prensa: Sucesso e sorte à Noga, autora e personagem.
Hierosgamos: o Cântico dos Cânticos de Noga
"O amor é forte, é como a morte!
Cruel como o abismo é a paixão,
suas chamas são chamas de fogo,
uma faísca de Javé!" (Ct, 8,6).
Lançado na FLIP 2007, em Paraty. Já à venda
Numa gentileza da Giz, baixe o primeiro capítulo do Hierosgamos. Aqui.
Noga Lubicz Sklar confessa que não é o virtual a linha de força de sua ficção, mas o real, escrito de forma rápida e sem preconceitos. Do naipe de escritores que mesclam, de uma forma desvelada, vida e literatura, nos adianta que o seu romance é também autobiográfico. Penso que se desnudou em demasia, todavia, nos faz cúmplices na catarse vivida pelo gratificante encontro virtual, que se findou real. E o real vivido nos é entregue na forma lírica, sedutora e erótica de "Hierosgamos".
Depois de dois maridos, nenhum filho, anos de um "luto infindável", no limbo, ela sonha com a sorte de um amor tranqüilo, e ele está on line: um americano formado em literatura inglesa, que fez mestrado no Neguev, um filósofo romântico, que fala francês, hebraico e mestre em inglês, com alma de artista e sutilmente irônico.
Vivem quarenta e dois dias de intensos diálogos, aflorando as profundas inquietações de Noga, com ênfase em sua formação transcultural, religião e sensibilidade. Defrontamos com a corajosa judia que deixou de jejuar no Yom Kippur, disposta a quebrar regras, que nos seduz com a sua história de amor. Com despudorada narrativa erótica, da pele à cona, ela brinca com palavras de múltiplos sentidos, e nos desperta para o desejo de também construir uma vida de amor.
De uma personagem de Almodóvar transforma-se na morena do Cântico dos Cânticos, mostra-nos o seu lado brilhante, numa disposição surpreendente para se apaixonar. Como é tímida, faz amor em inglês, e prova da doçura do leite e mel, eretz zavat halav como Semadar, na cama com Salomão. Como não se contentou em viver apenas um amor platônico e virtual, por suas trilhas secas, com a cona pingando de úmida, lançou-se sobre o mar, dividindo-o; e voou milhas para compreender o dinamismo e a essência do amor, que se perpetua de frente para o Cristo Redentor, no Alto Leblon.
Sobre o Autor
Henrique Chagas:
Henrique Chagas, 49, nasceu em Cruzália/SP, reside em Presidente Prudente, onde exerce a advocacia e participa de inúmeros eventos literários, especialmente no sentido de divulgar a nossa cultura brasileira. Ingressou na Caixa Econômica Federal em 1984. Estudou Filosofia, Psicologia e Direito, com pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil e com MBA em Direito Empresarial pela FGV. Como advogado é procurador concursado da CAIXA desde 1992, onde exerce a função de Coordenador Jurídico Regional em Presidente Prudente (desde 1996). Habilitado pela Universidade Corporativa Caixa como Palestrante desde 2007 e ministra palestras na área temática Responsabilidade Sócio Empresarial, entre outras.
É professor de Filosofia no Seminário Diocesano de Presidente Prudente/SP, onde leciona o módulo de Formação da Consciência Crítica; e foi professor universitário de Direito Internacional Público e Privado de 1998 a 2002 na Faculdade de Direito da UNOESTE, Presidente Prudente/SP. No setor educacional, foi professor e diretor de escola de ensino de 1º e 2º graus de 1980 a 1984.
Além das suas atividades profissionais ligadas ao direito, Henrique Chagas é escritor e pratica jornalismo cultural no portal cultural VerdesTrigos (www.verdestrigos.org), do qual é o criador intelectual e mantenedor desde 1998. É jurado de vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, entre eles o Prêmio Portugal Telecom de Literatura.
No BLOG Verdes Trigos, Henrique anota as principais novidades editoriais, literárias e culturais, praticando verdadeiro jornalismo cultural. Totalmente atualizado: 7 dias por semana.
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