- Verdes Trigos
- Web Log
- Resenhas
- Livros
- Especiais
- Van Gogh
- Wheatmania
- Usabilidade
RESENHAS
Amós Oz leva brisa do mar ao deserto
Amós Oz*
Sempre escrevi na VERDES TRIGOS que o meu escritor preferido é o israelense AMÓS OZ. Já disse também que ele é merecedor do Prêmio Nobel. De literatura, é claro, mas também é merecedor do Nobel da Paz por sua luta pacifista, especialmente por sua atual militância em seu país, que vive atormentado pelo conflito israelo-palestino. Seu novo livro "O MESMO MAR" é uma brisa do mar que ruma ao deserto para refrescar a alma daqueles que lutam em Israel.
Sua literatura é singular. O contexto histórico é mero detalhe. Eventualmente aparece aqui ou acolá uma manchete de jornal sobre as negociações de paz. Mas isso é tem importância menor que o som do vento ou a poeira seca do deserto que é levado por algum redemoinho.
Trata-se de um romance que mais parece um livro de poemas. Um álbum de fotografias, onde vemos imagens de rostos humanos e detalhes de pessoas simples e das paisagens do deserto do Neguev, onde mora o escritor israelente AMÓS OZ.
Amós disse, em entrevista, que este foi o livro mais difícil de escrever em toda a sua carreira. Tomou do escritor quase cinco anos de dedicação. E o resultado é uma brilhante mistura de prosa com poesia, ficção com biografia.
Neste romance introspectivo e poético, as guerras existem, mas são guerras da intimidade - como a do próprio Oz, que no livro aparece no papel de um escritor e faz referência a uma tragédia pessoal: o suicídio de sua mãe, quando ele tinha doze anos. A certa altura da narrativa, uma mulher jovem vai lhe dizer que há algo de ridículo num homem que há 45 anos está de luto pela mãe.
O autor, entretanto, é uma personagem a mais, e o vigor do romance evidentemente não se vincula a essa exposição autobiográfica direta. O mesmo mar surpreende antes de tudo pelo alto grau de elaboração literária, pela profusão e riqueza de suas formas. O enredo vai se revelando numa seqüência de seções curtas, compostas às vezes no tom casual e ameno das conversas de todo dia, às vezes como parábola bíblica, fábula, sonho ou poema.
Sobre o Autor
Amós Oz:
Nasceu em Jerusalém, em 1939. Considerado um dos melhores escritores israelenses da atualidade, já foi traduzido para mais de 22 línguas. Atualmente mora em Arad, no deserto de Neguev, dedicando-se à militância em favor da paz entre árabes e israelenses e ao curso de literatura hebraica que leciona na Universidade Ben-Gurion.
Clique AQUI para ler a COLETÂNEA AMÓS OZ
LEIA MAIS
Um Filho Do Seu Tempo, por Karl Larenz.A biografia intelectual de Karl Larenz, que confessou um dia que a sua maior ambição intelectual teria sido poder ter escrito um Comentário à filosofia do Direito de Hegel, constitui, irônica e tragicamente, uma comprovação do acerto das considerações de Hegel sobre a postura da filosofia face à realidade – que ele desenvolve no prefácio dos Princípios da Filosofia do Direito – e, em particular, da sua consideração de que no que respeita ao indivíduo, cada um é, aliás um filho do seu tempo. Leia mais
Os árduos e glorificantes caminhos da literatura jeovaneana, por Jeová Santana.
Após quatro anos da publicação de seu último livro de contos - A Ossatura -, Jeová Santana dá à luz a sua mais nova criação, Inventário de Ranhuras, tendo também publicado, no ano de 1993, Dentro da Casca, também de contos. Leia mais