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RESENHAS
Chocolate Quente e Meias de Lã
Lairce Vasconcelos*
O velho é relegado à condição de marginal quando minguam suas forças físicas e intelectuais. A sociedade desumana e capitalista valoriza somente a força de trabalho, não a sabedoria adquirida ao longo de mais de meio século de vida dedicada aos interesses dessa mesma sociedade.
Chocolate Quente & Meias de Lã denuncia a rejeição familiar imposta ao idoso. As limitações da idade, somadas ao desprezo dos parentes, fazem o velho sentir-se inútil. Alguns, para evitar a depressão, buscam meios contra o tédio da aposentadoria. Há aqueles que se reúnem em grupos da 3ª idade nos bailes ou viagens; alguns praticam exercícios físicos ou trabalhos manuais. Porém, nada dribla a solidão interior provocada pela carência afetiva. A falta de carinho e respeito é o castigo maior para o idoso.
Em Chocolate Quente & Meias de Lã, a personagem recorda seu passado para vencer a solidão. Cada episódio de sua vida é rememorado com detalhes.
A infância despreocupada na fazenda dos pais, a juventude agitada pela turbulência de um amor proibido; seu casamento, os filhos; as dificuldades financeiras; as alegrias e decepções. Uma vida norteada pelo amor e desafios. Sua participação na luta armada contra a ditadura militar, nos anos de chumbo, demonstra a fibra dessa mulher franzina que venceu os obstáculos da maratona da vida. Na velhice recebe o troféu da indiferença e da solidão, como prêmio por seus feitos. Para preencher seus dias vazios e sentir-se viva ela mergulha nas lembranças do passado.
Recordar é viver, mas ela morreria a cada lembrança...
INTRODUÇÃO
Chocolate Quente & Meia de Lã não é uma obra espírita, nem foi psicografada, mas é certo que, em muitos trechos, recebi orientação espiritual. O conteúdo vulgar e mundano do texto, reivindico como fruto de minha fantasia; o sublime, escrevi-o por inspiração do Alto.
É romance de ficção, mas a história de Mariana se confunde com as vidas de mulheres destemidas e dedicadas que vão à luta sem medir esforços. São elas, as mães anônimas, heroínas sem nome e sem glória que, no crepúsculo da vida são premiadas com a indiferença familiar.
Para criar Mariana emprestei da minha mãe a coragem, dignidade e dedicação aos filhos. O enredo do livro é obra da minha imaginação, porém, alguns episódios da história foram baseados em acontecimentos reais. Qualquer semelhança com fatos não será mera coincidência, entretanto, como as personagens são fictícias as relações de semelhanças serão pura coincidência.
Chocolate Quente & Meias de Lã é a trajetória de uma vida, da infância despreocupada à velhice melancólica, seus perlaços, realizações e decepções.
Tem mais:
Do Outro Lado do Céu
Lairce Vasconcelos
Um garoto de sete anos quer saber o que há Do Outro Lado do Céu. Isso o leva a uma aventura fantástica num disco voador, o que aumenta sua curiosidade sobre os mistérios do Universo. Um gnomo, seu amigo e mestre, ensina-lhe tudo sobre a suposta civilização marciana e sua utópica organização político-social.
Isso expande sua consciência e deixa a certeza de que a Terra é, apenas, mais um elemento da natureza cósmica universal. A história encanta adultos e crianças pela poesia do texto e o inusitado do tema, que leva à reflexão. Vale a pena conferir.
Do Outro Lado do Céu é um cenário de graça e alegria. Lairce Vasconcelos sabe como nos dar, com inegável generosidade, a cada texto do seu livro, momentos de entretenimento e reflexão.
Cada conto revela um universo de histórias reais ou não, mas todas cheias de sabedoria. Um livro especial e companheiro, um mundo de imaginação para um mundo de leitores.
Sobre o Autor
Lairce Vasconcelos: Lairce Vasconcelos nasceu em Barretos - SP/Brasil, em 08-03-38. mora em Campinas desde 1.970. Ao longo de sua vida exerceu inúmeas funcções, desde que começou a trabalhar, aos oito anos, dentre as quais: bóia-fria, opeária, secretária, atriz, militante política, sindicalista, juíza vogal da Justiça do Trabalho, etc. Fez vários cursos sindicais e de Direito do Trabalho, inclusive em Cuba. Liderou movimento organizado de Teatro Amador, ocupando cargos nas diretorias de federação municipal e confederações estadual e nacional. Atuou como atriz, diretora, cenógrafa e escreveu obras de teatro adulto e infantil, recebendo prêmios. Foi membro do Conselho de Cultura Municipal de Campinas. Aposentada, aos sessenta anos ingressou na Faculdade de Direito, porém abandonou o curso, dois anos após, para dedicar-se mais a literatura e pintura (óleo sobre tela). É mâe de um filho, avó de cinco netos e bisavó duas vezes.
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