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RESENHAS

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Impressões de leitura dos poemas de Cyana Leahy

Cyana Leahy*

1.
Moacyr Scliar (escritor - Porto Alegre, 01 de setembro de 2003)

Seminovos em Bom Estado (grande título!)... simplesmente não pude parar de ler: Deus, você é grande poeta! E grande intérprete da condição feminina. "No Boteco", por exemplo, é simplesmente maravilhoso. Receba os parabéns e o grande abraço do
Moacyr Scliar

2.
Elvira Vigna (escritora - Rio, 25 de agosto de 2003)

"Adorei o teu livro, reli com gosto os poemas que conhecia e com igual gosto os novos".
Elvira Vigna

3.
Luís Sérgio (escritor, editor - Rio, 19 de agosto de 2003)

"Ótimo o teu livro!"
Luís Sérgio

4.
Josimey Costa da Silva (jornalista, escritora, pesquisadora - Natal, 09 de agosto de 2003)
"As melhores coisas de 2003:Quintets, impermanência no Balé de Frankfurt; Quasar, grupo de dança goiano; Nelson Freire, o músico divinal e o documentário de João Moreira Salles; Os cenários de fundo do longa de animação japonês A viagem de Chihiro; Cada homem é uma raça, estórias de Mia Couto pela vida, para a vida; Cassio Scapin no monólogo Quando comi o cão; Lazaro Ramos como André, O homem que copiava, ou Madame Satã; Zizi Possi, voz de encantamento, intérprete da minha emoção; "Jura de amor eterno", poema da fluminense Cyana Leahy (in Seminovos em Bom Estado)."
Josimey Costa

"Tenho lido seu Seminovos. Cyana, você não é uma poeta para se ler impunemente. Você mexe com quem a lê."
Josimey

5.
Ildney Cavalcanti (poeta - João Pessoa, 18 de agosto de 2003)
"Li seus poemas e adorei!"
Ildney Cavalcanti

6.
Adriano Espínola (poeta - Fortaleza, 24 de agosto de 2003)
Cyana,
recebi seus saborosos Seminovos em Bom Estado: quero lhe dizer que curti e continuo curtindo seus poemas: intensos, pessoais, eróticos ("Pequeno amor de além-mar"!), bem sacados, comunicativos, quentes, intimistas. Dá vontade da gente se enrolar com eles feito um cobertor naquelas noites frias mas nem por isso menos ardentes, escutando você sussurrando-os ao pé do ouvido, esquentando tudo ("domingos/poemas que me enchem de tesão"). Muitos os poemas e versos porretas ("a língua que mata é a que silencia"). Você, como poeta, realmente me impressionou: releio "Impressões" e... Menina, você é demais! Me impressionou, e como! Seminova e em excelente estado!Viva!
Seu leitor & curtidor,
Adriano.

7.
Lau Siqueira (poeta e leitor de poesia - João Pessoa, 09/09/2003)

Acredito na poesia que se faz perceber já no tempo que antecede a palavra. A poesia que quando atinge o status de verso, quando se derrama na espessura das folhas - quando folhas são folhas das folhas da relva whitmaniana -, já traz dentro de si um caminho percorrido. Poesia gestada (gesto-gestão-gestação) desde antes do delírio racional, nos sentidos, nos gemidos de dor ou prazer...

É assim que vejo a poesia de Cyana Leahy. Uma poeta que transita pela expressão falada, pela oralidade do poema e vai depositando suas larvas de encantamento a partir do que transborda da condição humana. Quando escrita, fecha-se no livro, guarda-se na estante, para depois novamente retomar a cena, as ruas, os palcos, os bares. Poemas escritos com a sobriedade de quem sonha e que, como disse Fayga Ostrower, "são configurações de uma matéria física ou psíquica (configurações artísticas ou não-artísticas, científicas, técnicas, comportamentais) em que se encontram articulados aspectos espaciais e temporais". Então, todo o experimento do intelecto submete-se ao ínfimo cordão umbilical do que fica espremido entre as paredes da racionalidade. Esse experimento vai crescendo, crescendo... amputando as sobras e, como um vírus, multiplicando-se nos espaços onde cada leitor revela-se num abismo de sedução.

Seminovos em Bom Estado traz um pouco dessa lira que se debate e não se contém diante dos modismos pasteurizados da poesia contemporânea. É uma coletânea de paisagens íntimas, codificadas por uma mulher em estado de sempre. Cyana Leahy faz o poema que se revela sem escudos, sem arestas, sem outra nudez que não a que se nos revela em expressões de ternura.
Lau Siqueira

8.
Maria Davico (professora e poeta - Salvador, 29/8/2003)
Li seu livro e o fiz avidamente. Como a boa poesia, seus poemas abrem os olhos, emocionam, ensinam e surpreendem.
Maria Davico
9.
Fabrício Carpinejar (jornalista e poeta - São Leopoldo, 19/09/2003)

Tenho me divertido com as nuances do humor lírico ("minhas histórias com contrabaixistas descalçam sapatos vermelhos") e as observações na teia de desastres ("preciso lembrar que/ disso não posso esquecer"). Gosto quando equilibras uma força subterrânea com um cotidiano explícito. Assim consegues manter entretida a pomba e o corvo, uma lição de pássaro em cada ombro. Tua poesia é boa, tem manha, curva, elipse, paradoxos, sensualidade...

Fabrício Carpinejar

10.
Eduardo Duarte (pesquisador, professor, crítico, escritor - Belo Horizonte, MG, 30/01/2003)
"Parabéns pelos belos poemas. Estou encantado com as imagens e o apuro formal de sua inspirada poesia."
Eduardo Duarte

11.
Antonio Brasileiro (poeta, contista, pesquisador, doutor em Teoria Literária, ensaísta, professor universitário - Feira de Santana, BA, 20/11/2003)

"Cyana,
fui lendo como quem não queria, poema a poema, e li todo o livro. Já lhe disse que gosto do seu tom informal, embora um poema como O milagre das velas (a justa espontaneidade da boa peça poética) eleve essa informalidade à perfeição. Os poemas do livro Poemas dos tempos foram os meus preferidos.
E que belo trabalho gráfico sua CL Edições Autorais. Só sinto falta ( ! ) das orelhas. Mais o abraço do A. Brasileiro."

12.
Olga Savary (poeta, contista, tradutora, jornalista - Rio, 18/11/2003)

"Sherazade Moderna"
A palavra se desgasta como a moeda. Porém a palavra na poesia (da poesia verdadeira) não se desgasta nem se consome. Por quê? Por ser um terremoto de verdade, de beleza, de esperança, de promessas. Se o poeta admite deixar-se servir em postas nos seus poemas é porque sabe que a poesia será o seu crachá para a vida. Literatura é uma forma de conscientização, de exercício supremo da lucidez. É bom saber o melhor possível o que se deseja fazer, o que se está fazendo e de que melhor maneira vai se conseguir fazer um poema. A vivência é básica. O inconsciente participa também deste fazer poético, porém uma certa sabedoria deve ser buscada, como eu tudo na vida e na arte.

Assim, além de nos ajudar a refletir, de provocar reflexão, o movimento poético deveria nos tornar felizes, alegres, cheios de prazer, sob a égide da endorfina. O poeta aspira a coisas imensas - e Cyana Leahy pertence com louvor a esta raça de criadores - mas também é apaixonado pelas coisas simples e pequenas do cotidiano, com as quais aprende mais até do que com coisas e fatos extraordinários da existência. Embora perpasse pelos livros de Cyana certa tristeza, embora ela fale em medo e solidão, a sensualidade que refulge magnífica e básica nos poemas de seus cinco livros de poesia, aliado ao fino e sofisticado humor herdado de suas raízes irlandesas, é a marca registrada da seleta que reuniu sob o título Seminovos em Bom Estado.

Entre ser niteroiense por escolha, irlandesa na origem e baiana de nascimento, Cyana é uma poeta que brama em surdina não ter andado pelo fundo dos mares, não ter escancarado grades, embora sabendo bem o que seja essa palavra tão rara e tão nobre a que chamamos liberdade. Esta seleta abrange os livros Biombo (1989), Íntima Paisagem (1997), Livro das Horas do Meio (1999) e Poemas dos Tempos-Duetos (com Fred Schneiter, 2000). Seminovos em Bom Estado, portanto, o 5º livro de poesia, em certo poema indaga da serventia de ler poesia. Porque Cyana, professora da UFF, escreveu e publicou também três livros acadêmicos sobre língua, literatura e educação literária, com outros no prelo e em preparo, além de um livro de contos, e mais poesia. Como se vê, poesia sempre.

Como nas 1001 noites, a humanidade precisa de histórias na literatura. Por quê? Para saber como viver. Algumas histórias vamos encontrar nesta poesia firme e nada evasiva. Ela bem sabe das contradições do ser humano e de suas complexidades. Faz-se de morta e de coração aos saltos se esgueira pela fresta que sobra. Retira-se da cena crente que já era tarde. Mas para essa poeta, Sherazade moderna, tudo é sempre e agora. Malgrado todo o silêncio e algumas, muitas e significativas palavras, esta poesia, humana e generosa, é corpo e asa.

(fonte:site da autora)


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Sobre o Autor

Cyana Leahy: Cyana Leahy nasceu em Salvador nos anos cinqüenta, mas é niteroiense. Escreve ensaios, ficção, poesia. É autora de dezenas de artigos e capí­tulos de livros publicados no Brasil e no exterior, e tem apresentado trabalhos literários e acadêmicos em congressos nacionais e internacionais. Iniciou carreira como pianista erudita, mas abandonou a música pela literatura.

É formada em Letras pela Universidade Federal Fluminense, onde também fez o Mestrado em Educação. Viveu na Inglaterra de 1993 a 1996, doutorando-se em Educação Literária pela Universidade de Londres. Professora da Universidade Federal Fluminense desde 1991, leciona na licenciatura em Letras, no mestrado e no doutorado em Linguí­stica Aplicada, e no mestrado de Ciência da Arte, orientando dissertações e teses. Pesquisa atualmente narrativas autobiográficas de mulheres, estudando diários escritos e publicados nos séculos 19 e 20, no Brasil e no exterior.

Visite o site da escritora Cyana Leahy

 

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