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RESENHAS
Mulheres Más
Sandra Sarue*
Mulheres Más é um livro de 13 contos, não baseados, mas sim inspirados em histórias de mulheres que em algum momento tiveram a coragem e a ousadia de cometer um gesto. Qualquer gesto que modificasse para sempre suas histórias, seus caminhos.
O livro começa com a citação de uma pequena frase da “Tragédia de Medéia” do dramaturgo grego Eurípedes, a mulher e mãe que mata seus próprios filhos para se vingar da traição e abandono do marido Jasão. Medéia, sem dúvida, é uma mulher má, admirada bem mais pela coragem e ousadia do crime cometido, que por sua covardia atroz.
Mulheres Más faz referência à Medéia sim, mas é inspirado em histórias mais contemporâneas como a da faxineira Hilda que derrama àgua fervente sobre o corpo de seu marido. A jovem Letícia que mata seu colega de escola à facadas após ser ridicularizada por ele. Júlia, a mulher abandonada que destrói o apartamento do amante. E finalmente, Thaís, inspirada na tragédia doméstica de uma jovem americana que em 1993, amputou com um facão de cozinha, o pênis do marido estuprador.
Mas a violência não prevalece em todos os contos deste livro, alguns são bem suaves como o que leva o nome do título ,“Mulheres Más”, sobre três mulheres que tentam se desvencilhar do indesejado assédio de um grupo de rapazes ou “A Loira”, o desabafo de um homem que se sente ameaçado pela simples existência de uma mulher, a sua.
O prefácio brilhante do escritor, roteirista e dramaturgo, Fernando Bonassi, contempla o livro “Mulheres Más” de Sandra Sarue, como uma rara observação do cotidiano, comparando os gestos destas intensas personagens ao de gente como a gente, mulheres e homens... como todos nós.
Sobre o Autor
Sandra Sarue: Sandra Sarue nasceu em São Paulo, capital, às 6h15 do dia 08 de outubro de “1968, O ano que não acabou”, como o título do livro de Zuenir Ventura. Um ano revolucionário, como ela se orgulha em dizer. Publicitária formada e atriz (quase formada), teve que abandonar o curso de teatro da Escola Macunaíma e posteriormente do Indac, incentivada pelos próprios professores que abominavam a sua interpretação como atriz, mas apreciavam muito os textos que criava ou adaptava para as peças encenadas. “Não interprete, apenas escreva!”, diziam os professores. E foi o que ela fez. Começou a escrever, escrever, escrever... e nunca mais parou...
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