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De nós e de sombras

por Manoel Hygino dos Santos *
publicado em 17/04/2006.

O escritor enfrenta, historicamente, todo tipo de problemas, além do editor (muitas vezes suscetível ao QI _ Quem Indica), a fim de conquistar o beneplácito para publicação de seu trabalho. Nada mais natural do que agradar ao leitor, afinal o alvo de seu ofício.
Chico Lopes, mineiro agora, transposto de interior de São Paulo, é presentemente um dos nomes mais expressivos de nossas letras. Produz artigos de boa qualidade, como para confirmar que talento pode nascer em qualquer lugar.

Diz ele que, em peregrinação à procura de público que todo autor em edições limitadas faz, certa vez mandou o seu primeiro livro de contos (IMS, SP, 2000), "Nó de sombras" para uma importante figura, estudiosa da literatura, com livros publicados, residente em São Paulo. Ela gostou do trabalho, mas fez uma observação que a ele, Chico Lopes, pareceu bem enigmática: "está tudo bem, mas você ainda dá muito a mão para o leitor... No dia em que der as costas para ele, vai ficar mais interessante".

Depois de "", surgiu "Dobras da noite", também de contos e também do Moreira Sales, lançado no ocaso de 2004. Foi mais uma vez bem recebido pela imprensa e crítica, ganhando espaços em jornais de vários estados e "sites". Ignácio de Loyola Brandão, na ocasião, se manifestou, elegendo-o um dos melhores do ano no gênero. Em Curitiba, Nélson de Oliveira, no "Rascunho", renovou o aplauso antes feito no ESP: "As narrativas desse livro retomam certo projeto literário abandonado pela nova geração, em que a angústia e a claustrofobia existencialista desempenhavam papel fundamental. Esse projeto começou com Dostoievski, passou por Lúcio Cardoso e Raduan Nassar, e agora tem Chico Lopes como talvez seu único autor".

Lopes e eu temos algumas preferências comuns. Dostoievski e Hitchcock, por exemplo. Embora se diga não "scholar" de cinema, as críticas que o escritor de Poços faz ao diretor inglês são primorosas. Há de se ler o que observou sobre "Pacto sinistro", "Murder" (de 1930), "Rebecca - a mulher inesquecível", "Festim Diabólico", nos quais focaliza aspectos de homossexualismo contidos na obra de Hitchcock.

Chico Lopes é um autor que dá satisfação intelectual. Quem não desejá-la, deve dele se afastar. Cheguei, em determinado momento, a falar da possível influência de Knut Hamsun em sua criação, mas ele me informou sequer conhecer, até então, "Fome! e outros livros do escritor nórdico, que o levaram ao Nobel, com toda justiça.

Inegavelmente, porém, os contos de Chico Lopes, todos ambientados no Brasil, se não tem Hamsun, contém algo de sombrio, de misterioso, de trágico, que está em Dostoievski, o grande mestre, e em Hitchcock.

Por sinal, o apreço e admiração pelo diretor inglês veio da infância, pois assistiu a um primeiro filme seu aos 13 anos, quando a idade mínima era 14. Sua paixão veio daí, a partir de "Os pássaros", que lhe deu a intuição original do que poderia ser a verdadeira arte cinematográfica.

Disse Lopes: "Lembro-me de que um crítico de renome chamou-o (ao filme referido) de "obra-prima da inquietação" e a Hitchcock de "gênio da arte da ansiedade, comparável a Kafka e Edgar Allan Poe". "No caso de `Os pássaros´, a comparação é mais que justa: Hitchcock, com essa obra, ganha uma dimensão de grande criador visionário. Em matéria de inquietação, poucos filmes chegam perto".

E esse clima passa à obra do autor paulista de Poços de Caldas. Há Hitchcock em seus contos. Para terminar: quando menino, Lopes ficou fascinado com o título de um velho livro: "Morro dos Ventos Uivantes". Comprou-o.

Para adquirir os livros de Chico Lopes, clique nos títulos: NÓ DE SOMBRAS e DOBRAS DA NOITE.

Sobre o Autor

Manoel Hygino dos Santos: *Jornalista e escritor. Membro da Academia Mineira de Letras, cadeira n. 23.

Livros publicados:
Vozes da Terra , Ed. do Autor , Belo Horizonte , 1948 , Contos e Crônicas
Considerações sobre Hamlet , Ed. Imprensa Oficial de Minas Gerais , Belo Horizonte , 1965 , Ensaio Histórico – Literário
Rasputin – último ato da tragédia Romana , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1970 , Ensaio
Governo e Comunicação , Ed. Imprensa Oficial , Belo Horizonte , 1971 , Monografia
Hippies – Protesto ou Modismo , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1978
Antologia da Academia Montes-Clarense de Letras , Ed. Comunicação , Belo Horizonte , 1978 , Coordenação de Yvonne de Oliveira Silveira
Sangue em Jonestown, uma tragédia na Guiana , Ed. Júpiter , Belo Horizonte , 1979 , Ensaio
No rastro da Subversão , Ed. Faria , Belo Horizonte , 1991 , Ensaio
Darcy Ribeiro, o Ateu , Ed. Fumarc , Belo Horizonte , 1999 , Biografia
Notícias Via Postal , Ed. do Autor , Belo Horizonte , 2002 , Correspondências


E-mail: colunaMH@hojeemdia.com.br
Matéria originalmente publicada no Jornal "Hoje em Dia", Belo Horizonte/MG

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