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Agricultura e Medicina
por Efraim Rodrigues
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publicado em 02/12/2006.
Assim como no corpo humano, nem sempre as formas exuberantes indicam saúde. Às vezes é o exato contrário.
Muitos agrônomos, assim como muitos cirurgiões plásticos,parecem dispostos a qualquer recurso para conseguir as formas exigidas pelo mercado, levando inclusive a comprometer a própria saúde de pessoas e ecossistemas.
Há algumas semanas, eu conheci o sul do estado do Paraná, onde muitas propriedades se dedicam à produção do tabaco, fortemente dependente de insumos químicos.
Nesta e em muitas outras culturas, não há muitos agricultores e agrônomos dispostos a entender o sistema e atuar nele de maneira inteligente, integrada, visando à redução de problemas. Em culturas com tendência a ataque de bactérias, por exemplo, um espaçamento mais largo ventila melhor a cultura e por si só já resolve o problema.
Adubações com sílica tem combatido pragas e doenças em geral, por deixar a folha menos tenra. Há inúmeras soluções consagradas, mas todas elas exigem conhecimento e experiência.
É muito mais fácil para a companhia de tabaco vender a semente, o insumo e o óleo, e depois estabelecer o preço de compra da folha de fumo. Assim, o produtor fica sempre amarrado. Por mais inacreditável que possa parecer, há mercado até mesmo para fumo orgânico. Os poucos produtores de fumo orgânico recebem 50% pelo produto.
Eu tenho dificuldade em entender a má vontade da agronomia com a agricultura orgânica. Afinal, não precisa de agrônomo para aplicar do jeito que está escrito no rótulo. Eles são necessários para pensar soluções adequadas. A agricultura orgânica valoriza a profissão do engenheiro agrônomo.
Em Ibiporã-PR, o Sr Sebastião produz 1 alqueire de alface orgânico, provando que a agricultura orgânica não é exclusiva de áreas pequenas e produção de subsistência. O alface do Sr Sebastião é 30% mais barato para produzir que o do concorrentes, além de durar mais na geladeira e ser mais crocante.
Tocando a propriedade só com composto de cama de frango, o Sr Sebastião mostra que via agricultura orgânica, seria possível agregar uma grande massa de desempregados à produção, sem grandes investimentos. Temos desempregados de um lado e comedores de lasanha congelada do outro. Não ocorreu para ninguém que o problema de um é a solução do outro?
Sobre o Autor
Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>
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