Crônicas,contos e outros textos
PÁGINA PRINCIPAL → LISTA DE TEXTOS → .::. Verdes Trigos Cultural .::. →
Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural
VerdesTrigos está hospedado no Rede2
Leia mais
-
NOSSOS AUTORES:
- Henrique Chagas
- Ronaldo Cagiano
- Miguel Sanches Neto
- Airo Zamoner
- Gabriel Perissé
- Carol Westphalen
- Chico Lopes
- Leopoldo Viana
- mais >>>>
Link para VerdesTrigos
Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.
Anuncie no VerdesTrigos
Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui
Para não esquecer o Holocausto
por .::. Verdes Trigos Cultural .::.
*
publicado em 27/01/2006.
--------------------------------------------------------------------------------
O Holocausto de cerca de 6 milhões de judeus se torna memória pública e lição para combater todas as formas de intolerância
--------------------------------------------------------------------------------
Os blocos, os catres inclinados e a porta triunfal na qual ainda se lê "O trabalho liberta" -sob cujo arco passavam os trilhos dos trens de carga abarrotados de seres humanos- podem ser vistos por quem quiser e se interessar nos campos de concentração das zonas ocupadas pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Auschwitz, por exemplo, símbolo e emblema da produção industrial de cadáveres -aliás, como estabelecia o protocolo da Conferência de Wannsee para a Solução Final do problema judeu na Europa.
Por esses campos, desde o segundo semestre de 1941, passaram milhões de não-homens, seres dos quais se apagou a centelha divina e que, de tão vazios, não podiam nem conseguiam mais sofrer. Primo Levi, químico italiano que sobreviveu a Auschwitz, mas não resistiu às suas lembranças e se matou em 1986, escreveu um pequeno poema com o título "É Isto Um Homem", em que se lê: "Pensem bem se isto é um homem / que trabalha no meio do barro / que não conhece paz / que luta por um pedaço de pão / que morre por um sim ou por um não".
Levi e alguns poucos foram libertados pelas tropas da extinta União Soviética que entraram em Auschwitz, no dia 27 de janeiro de 1945. A eficiente e disciplinada administração nazista já contabilizava algumas centenas de milhares de mortos cujas cinzas foram expelidas pelas chaminés dos crematórios, promovendo a desertificação da vida.
Mesmo ao fugir diante da aproximação do Exército soviético, os nazistas não deixaram para trás, com os uniformes que podiam denunciá-los, seu instinto assassino: levaram o que puderam de prisioneiros para a tristemente famosa Marcha da Morte, que caminhava pela neve para lugar nenhum. Fuzilavam-se os moribundos.
Para que aquele assassinato em massa -pela primeira vez caracterizado como um genocídio- jamais seja esquecido, a ONU decidiu no ano passado que todos os anos, na data de hoje, se comemore o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto, com o voto unânime de seus membros, entre eles o Brasil. É que, em 2004, o presidente Lula recebeu uma delegação do Congresso Mundial Judaico e lideranças da comunidade judaica do Brasil e assinou um documento condenando o anti-semitismo, o que significava se manifestar contra a intolerância e a discriminação em todos os sentidos.
Por esse ato da Assembléia Geral da ONU, o Holocausto de cerca de 6 milhões de judeus, ou um terço da população judaica da Europa de antes da guerra, se transforma em memória pública e lição para combater todas as formas de discriminação, intolerância, racismo e violências contra minorias étnicas. Ou seja, o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto também homenageia ciganos, testemunhas de Jeová, homossexuais, deficientes, comunistas, socialistas, lideranças sindicais e oposicionistas de um modo geral, todos vítimas dos nazistas. E faz com que não se repitam as atrocidades do Camboja, de Ruanda, da Bósnia e de Kosovo.
Datas como esta são importantes para lembrar e fundamentais para conter um ou outro espasmo de discriminação e intolerância que se traduz em anti-semitismo. Como o do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, engenheiro de 49 anos que, por sua idade e por certamente ter faltado às aulas de história, parece ignorar que Hitler queria o petróleo do Oriente Médio, seu país incluído. Se isso tivesse acontecido, a história seria outra e, além dos soldados e civis, teria assassinado os milhares de judeus que lá viviam.
Hoje, restam cerca de 10 mil judeus, aos quais se permite liberdade de culto, de educação e de organização. Mas, paradoxalmente, Ahmadinejad coloca em dúvida seu programa nuclear, ataca Israel, vocifera contra o Holocausto e, como bom negacionista, propõe uma estranha conferência para que se prove cientificamente se o Holocausto aconteceu e se, de fato, foram assassinados milhões de judeus.
Sabe-se, no entanto, que o presidente do Irã usa esses factóides para desviar a atenção do povo dos problemas internos. Isto é, demoniza os judeus e culpa Israel pelos males do país. O drama é que, na Alemanha da década de 1930, também foi assim. Israel não existia, mas o judeu estava à mão, Hitler o satanizou, tomou o poder, fez o que está contado nos parágrafos acima e mostrou, mais uma vez, que o anti-semitismo não é apenas uma questão judaica mas uma questão de liberdade.
--------------------------------------------------------------------------------
Jack Leon Terpins, 57, engenheiro, é presidente da Conib (Confederação Israelita do Brasil) e do Congresso Judaico Latino-Americano.
Sobre o Autor
.::. Verdes Trigos Cultural .::.: .Da Redação de VERDESTRIGOS.ORG
VerdesTrigos.ORG lhe oferece conteúdo interativo, inteligente, culto e de indiscutível bom gosto. Um sítio cultural do escritor Henrique Chagas. Simplesmente fazendo diferença. Depende de nós
< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>
LEIA MAIS
Conheça Van Gogh em 12 passos, por Agnaldo Farias.
Um estilizador sóbrio e intenso de dramas familiares, por Ângelo Caio Mendes Correa Jr..