Crônicas,contos e outros textos

PÁGINA PRINCIPAL LISTA DE TEXTOS Maria Flor de Maio S. Meira


COMPARTILHAR FAVORITOS ver profile do autor fazer comentário Recomende para um amigo Assinar RSS salvar item em delicious relacionar no technorati participe de nossa comunidade no orkut galeria relacionar link VerdesTrigos no YouTube fazer uma busca no VerdesTrigos Imprimir

São Miguel das Missões Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural

VerdesTrigos está hospedado no Rede2

Leia mais

 




 

Link para VerdesTrigos

Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.

Anuncie no VerdesTrigos

Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui

Verdes Trigos

por Maria Flor de Maio S. Meira *
publicado em 19/03/2005.

Esses meus olhos físicos, nunca viram sequer um único campo de trigo. Mas desde muito os amo pelos olhos de Exupéry, maduros e dourados, também comparados aos cabelos de Ceres, que cintilavam feito às moedas de ouro. Encantei-me quando pequena com os trigais da galinha ruiva do semear ao saborear os deliciosos pães. Vi Rute a colher espigas nos campos de Boas e assim despertar o amor do seu senhor com sua bondade, dedicação e simplicidade. Parei para contemplar em livros e revistas A menima das espigas, também vi trigos maduros nas lembranças da Primeira Eucaristia, nos bordados das missas de domingo e nos Símbolos Pascais, representando a abundância. Percebi a relação profunda entre o homem a sobrevivência o trigo e o sagrado, nas panquecas dessa farinha nas Vinhas da Ira e nos pães ázimos com ervas amargas , degustados assim como as hóstias com reverência e sublimação .

Mas, em tempo algum sequer por um segundo, vislumbrei campos verdes de trigo, nunca havia pensado nesta possibilidade até então. Sempre concebi o trigo como maduro, pronto pra colheita, trituração refinamento e para saciar as bocas famintas.

Como pude ignorar que a semente dourada deitou-se num leito sulcado na terra e esperou lânguida a carícia dos pingos de chuva e dos raios quentes do sol, que a fecundaram e a fizeram inexistir como semente para tornar-se broto, depois hastes longas infinitamente verdes e vibrantes e assim ondulantes ao sabor dos ventos encantar e extasiar os olhos sensíveis que sabem ver a beleza em tudo que contemplam.

Verdes Trigos me abre uma fresta na consciência para perceber que também fui verde, com desejos e sonhos verdes. E agora madura e quase pronta para também me deitar num leito sulcado na terra...

O que inevitavelmente me faz concluir: antes de ser verde, fui madura.

Flor de Maio
06/03/2005.

Sobre o Autor

Maria Flor de Maio S. Meira: Flor de Maio.

< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>

LEIA MAIS


SOB A IMENSIDÃO DO CÉU, por André Carlos Salzano Masini.

Miopia e Astigmatismo Corporativos, por Tom Coelho.

Últimos post´s no Blog Verdes Trigos


Busca no VerdesTrigos