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Daiane não trouxe o ouro e Jadel não saiu do chão.
por Carol Westphalen
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publicado em 24/08/2004.
Em qual delas vale a pena acreditar? A igreja, apesar de vender terrenos no céu e vomitar um discurso enfeitado com lindas metáforas, pelo menos, salva muita gente do suicídio; ao contrário da mídia, que faz algumas pessoas desistirem da vida. O assunto é incômodo, mas muitos suicídios foram cometidos em função dos padrões de beleza e comportamento impostos pela sociedade através da mídia. Comecei falando sobre manipulação porque vim falar da ilusão que as notícias que saem na mídia causam nas pessoas a respeito do nosso país. Contradições e mais contradições. É uma seqüência de "bota o dedo na ferida e depois passa pomada". Fora o que eles não mostram, não é mesmo? (Vide www.midiasemmascara.com.br) Parece que não precisamos nos preocupar com o futuro do país, pois o melhor do Brasil é o brasileiro, não é?
Segundo o MV-Brasil, Movimento pela Valorização do Brasil, ONG criada em 1999, no Rio de Janeiro, todo brasileiro deveria valorizar o país, suas riquezas, sua cultura, sua gente. É difícil, mas deveríamos tentar. Mas onde será que essa brava gente encontra tanto incentivo para acreditar em si? Desconfio que seja na igreja. Afinal, a fé é um fenômeno que vem sendo estudado pela ciência há algumas décadas. Primeiro que sem dignidade não se nasce, se nasce morto. Haja fé! Orgulho? Orgulho da esculhambação que a administração do país faz com o próprio povo? Não creio. O Brasil não é um bom pai. Somos filhos de um pai ausente e desnaturado e, por isso, somos revoltados. Somos inconformados, sim! Brasília abusa demais. Acham que podem tudo. E podem mesmo. Infelizmente, parte do nosso futuro são eles que decidem. É preciso sonhar com o pé atrás.
Enfim, vamos ser positivos por alguns momentos. Nosso país é um paraíso. Aqui podemos tudo. Pode-se chamar de paraíso todo e qualquer lugar onde pagar imposto é irrelevante. Aos trancos e barrancos o Brasil consegue estar em todas. Fomos os primeiros a ter o certificado do Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) em área florestal na América Latina. Somos o maior produtor de cana de açúcar do mundo e estamos entre os dez maiores fornecedores de energia elétrica. Temos algum conhecimento, tecnologia, recursos naturais e até sabemos fazer as coisas, mas temos que admitir que a administração não é nosso forte.
O espírito de porco e a ladroagem sempre falam mais alto. É difícil de acreditar, mas tem gente que acredita de verdade que o Brasil é o país do futuro. Eu trocaria o ponto-final pelo de interrogação. Afinal, muita coisa precisa ser revista e muita gente precisa rever suas condutas. Falar todo mundo fala, falar e fazer são outros quinhentos, porque esses q uinhentos já se passaram e pouco se fez em prol do povo, das pessoas que vivem nessa terra mal distribuída. O Brasil é ouro, prata, bronze, verde, amarelo, azul, branco, negro, gay, miscigenado. Apesar dos pesares, nosso país é lindo, mas ainda tem muitas frutas podres no cesto. Espero conseguirmos tirar toda a podridão de dentro do cesto antes que seja tarde.
Sobre o Autor
Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br
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