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POEMA NECESSÁRIO / 11

por Paschoal Motta *
publicado em 23/08/2004.

Pastoral de Minas
Canto X

Marília de Dirceu, tu és aquela
gaivota azul que vem da tempestade
e vai pousar nos raios de uma estrela.

Tu és a Musa dos jograis de Minas.
Réstia de sol nos vidros das janelas,
noiva de abril sonhada nas esquinas.

Rosa da Arcádia, ó flor da Inconfidência.
Do teu corpo jorraram madrigais
que ainda arrulham pela tua ausência.

Teus passos e teus gestos de pastora
ressoam nos umbrais de Vila Rica
e a fímbria dos vestidos, sedutora.

Eu te sigo, ó Marília, pelos campos
onde, outrora, colhias madessilvas
para realce maior dos teus encantos.

Quando as chuvas banharem nossos prados
e o malmequer de flores amarelas
tecer grinaldas para os seus noivados,

ei falarei de amor com tal saber
que os lábios não se neguem de louvar-te
e os olhos não se cansem de te ver.

(de Girassóis de Barro, UFC / Casa José de Alencar, 1977, Fortaleza, CE)

Francisco Carvalho é considerado um dos grandes poetas da Literatura Brasileira contemporânea. Professor universitário, ficcionista e crítico literário, infelizmente é pouco conhecido do público, principalmente por poetas que vêm ganhando espaço nos meios de divulgação especializados, defasados de técnicas próprias para construção do poema e, máxime, ausentes de lirismo, seiva saborosa e vital para a expressão poética. Comentar a criação de Francisco Carvalho merece instrumental técnico de fôlego, largo tempo e generoso espaço. Melhor, aliás, a fruição dos poemas desse escritor de mais de 20 livros publicados e em plena atividade.

Vale a transcrição de outro singular poeta brasileiro, acreano de nascença e coincidentemente residindo na mesma cidade que FC, esta saudação:

"Blocos enxutos, metáfora nova. É o que vejo e é o que há-de ficar, para sempre, da poética de Francisco Carvalho. Sua peculiaridade, seu núcleo temático cristalizam, principalmente, o testemunho daquilo que se apaga. E vale-se da memória para reedificar os "gorgeios da alma", a ressonância dos caibros que desabam e a incandescência da nuvem que some na curva do poema. O poema que fica. A palavra que assume os abismos do semântico, a redundância do léxico e a performance da linguagem da competência do sujeito falante, com toda a singularidade e a força criativa de um verdadeiro oráculo do século que míngua.

Desta mesa de bar, portanto, saúdo o poeta d´Os Exílios do Homem e da postura erecta com que ele vai adentrando, neste mês de junho de 1997, os dourados umbrais dos anos setenta. A um e a outro faço agitar a "ramagem fugidia" da mais rica homenagem. Tudo isso ao brinde das taças que imagino ao som da lira que fica, hoje, ainda mais sonora aos ouvidos do mundo."

Sobre o Autor

Paschoal Motta: Paschoal Motta é professor, jornalista, editor, escritor de ficção e poesia.

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