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CRUZ MISSIONEIRA

por Henrique Chagas *
publicado em 25/08/2002.

Em todas as reduções missioneiras ergue-se a cruz missioneira. A maior e original, porém, está na praça ronteira do templo de São Miguel. De belas proporções arquitetônicas, perto do museu, um cruzeiro vistoso, digno das atenções de qualquer visitante ou turista, está lá o que chamam-na de a cruz de São Miguel. Mas essa cruz vem sendo chamada no Rio Grande do Sul simplesmente de "a cruz missioneira".

A diversidade de nome que se tem dado a essa cruz importa em especial estudo e um tanto de incertezas. Pois para além dos onomásticos "Cruz das Missões", ocorrem com mais freqüência os seguintes: "Cruz de Lorena", "Cruz de Borgonha”. Houve quem dissesse simplesmente tratar-se de uma réplica da "Cruz de Caravaca", sendo Caravaca uma cidade na província de Múrcia, na Espanha.

Embora os estudos indiquem a origem da Cruz Missioneira como a Cruz de Caravaca, ela já incorporou ao imaginário do povo rio-grandense como o símbolo máximo da espiritualidade da região das Missões. O seu significado segue sendo o de proteção e é ofertada, em forma de relíquia peitoral, ou pedestal, àquelas pessoas que se querem bem. Os dois braços, que representam a distinção arquiepiscopal ou patriarcal, para diferir da cruz de apenas um braço, são interpretados pela compreensão popular como uma representação da fé redobrada. (HC)

A respeito da Cruz Missioneira, conheça a poesia do cartor guarani Pedro Ortaça:

Meu Canto à Cruz Missioneira

Apparício S. Rillo
Pedro Ortaça


Quem tem a cruz missioneira
plantada dentro do peito
tem dois braços pelo esquerdo
dois braços pelo direito.

Ama sempre em dose dupla
e exige duplo respeito.
Ensino isso a meus filhos
Porque aprendi desse jeito.

Quem a usa leva a história
dessas missões ancestrais
dos guaranis que eram bronze
no tempo do nunca mais

Ressuscitados nos sinos
das torres das catedrais
Que foram rumo e cantiga
no sangue de nossos pais

Desenterrada do tempo
lá do chão de São Lourenço
essa cruz de quatro braços
segundo o que sei e penso
é o coração que me bate
cá por debaixo do lenço
embora troque de ponta
e o mundo vire do avesso.

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1 - República dos Guaranis - Co yvy oguereco yara , por Henrique Chagas.
2 - São Miguel, Patrimônio da Humanidade , por Henrique Chagas.
3 - Misiones: no lado argentino , por Henrique Chagas.
4 - O CAMINHO DAS MISSÕES , por Henrique Chagas.
5 - CRUZ MISSIONEIRA , por Henrique Chagas.
6 - Serviço - Para saber mais sobre as Missões Jesuíticas , por Henrique Chagas.

REPERCUSSÃO DA MATÉRIA

Sobre o Autor

Henrique Chagas: Henrique Chagas, 49, nasceu em Cruzália/SP, reside em Presidente Prudente, onde exerce a advocacia e participa de inúmeros eventos literários, especialmente no sentido de divulgar a nossa cultura brasileira. Ingressou na Caixa Econômica Federal em 1984. Estudou Filosofia, Psicologia e Direito, com pós-graduação em Direito Civil e Processo Civil e com MBA em Direito Empresarial pela FGV. Como advogado é procurador concursado da CAIXA desde 1992, onde exerce a função de Coordenador Jurídico Regional em Presidente Prudente (desde 1996). Habilitado pela Universidade Corporativa Caixa como Palestrante desde 2007 e ministra palestras na área temática Responsabilidade Sócio Empresarial, entre outras.

É professor de Filosofia no Seminário Diocesano de Presidente Prudente/SP, onde leciona o módulo de Formação da Consciência Crítica; e foi professor universitário de Direito Internacional Público e Privado de 1998 a 2002 na Faculdade de Direito da UNOESTE, Presidente Prudente/SP. No setor educacional, foi professor e diretor de escola de ensino de 1º e 2º graus de 1980 a 1984.

Além das suas atividades profissionais ligadas ao direito, Henrique Chagas é escritor e pratica jornalismo cultural no portal cultural VerdesTrigos (www.verdestrigos.org), do qual é o criador intelectual e mantenedor desde 1998. É jurado de vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, entre eles o Prêmio Portugal Telecom de Literatura.

No BLOG Verdes Trigos, Henrique anota as principais novidades editoriais, literárias e culturais, praticando verdadeiro jornalismo cultural. Totalmente atualizado: 7 dias por semana.

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