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Japão: Conheça quantos, onde e como vivem os imigrantes brasileiros no outro lado do mundo.
por Angela Bretas
*
publicado em 22/07/2004.
Percorrendo o caminho inverso de seus ancestrais e atraído pelo que se convenciona chamar de fenômeno degasseki, os brasileiros descendentes dos Japoneses, há mais de duas décadas fincaram bandeira no país de seus antepassados.
Atualmente a colônia brasileira no Japão é estimada em 270 mil brasileiros, na maioria descendentes nipônicos, conjugues e outros familiares. Estão espalhados pelas 8 regiões que o Japão possui, uma legião verde-amarela que está presente, segundo dados do Departamento de Imigração, em todas as 47 províncias deste arquipélago, que abrange cerca de 3.000 ilhas com uma extensão de pouco mais de 377mil km2.
Vale a pena ressaltar que os brasileiros formam hoje a terceira maior comunidade estrangeira no Japão. Só ficam atrás de imigrantes coreanos e chineses que chegaram ao país no pós-guerra.
Concentração de brasileiros
A província de Aichi é onde se concentra o maior número de estrangeiros provenientes do Brasil, uma estimativa em torno de 60 mil pessoas. Não é por acaso que a região de Aichi é um dos polos industriais mais avançados do Japão e, por terra ou por ar, tem portos e aeroportos internacionais em Nagoya, que fazem ligação com 35 pontos principais do globo. Aichi fica situada na região Central do Japão e tem como litoral o Oceano Pacífico.
Bairro Brasileiro em Nagoya
A concentração de empresas brasileiras no bairro Marunouchi, em Nagoya, que fica no coração da cidade, viu nos últimos anos multiplicar o número de estabelecimentos brasileiros e dia-a-dia convive com a língua portuguesa. A instalação do Consulado no bairro foi o ponto de partida para o que hoje se convenciona chamar de ‘’ little Brazil’’ do Japão. O consulado, em dois anos, atendeu cerca de 130 mil brasileiros.
Turismo e história na região escolhida pelos brasileiros
Outra cidade que concentra grande número de brasileiros é Hamamatsu, situada na província de Shizuoka. Estima-se que 13 mil brasileiros residam na área. Durante a 2ª Guerra Mundial, Hamamatsu tornou-se um dos principais alvos, devido às bases da força aérea e às fábricas de munição que se localizavam na cidade. Um total de 27 ataques aéreos e navais golpearam a cidade durante a guerra, resultando em 5.000 vítimas e mais de 30.000 casas destruídas. O grande ataque aéreo da manhã de 18 de junho de 1945 transformou imediatamente a cidade num mar de chamas, destruindo 15.160 casas e matando 1.157 pessoas.
Em 1996, a cidade foi designada como uma Cidade-Núcleo e desde então vários projeto têm atraído a atenção do país inteiro, como a Tecnópolis Hamamatsu, Cidade de Convenções Internacionais e Cidade da Música. Fato curioso e surpreendente são as placas, no centro da cidade de Hamamatsu, com informações em língua portuguesa, tão grande é a presença de brasileiros no local.
As belezas da região de Shizuoka e arredores são fascinantes, com destaque para o Castelo de Sumpu, o Santuário de Kunozan Toshogu e o trecho de 6 quilômetros da estrada litorânea, que contorna a famosa visão do Monte Fuji, onde a harmonia dos bosques e pinheiros contracenam com o imponente Fuji; um cenário apropriado para a lenda, que conta que ninfas celestiais desceram à terra para brincar no local.
Escolas brasileiras no Japão
A educação formal em língua portuguesa de crianças, jovens e adultos brasileiros residentes no Japão é recente mas já faz história. Atualmente várias escolas brasileiras estão espalhadas por todo o arquipélago, prestando atendimento em Português. Com o apoio do Consulado do Japão, os diretores de escolas fundaram uma Associação das Escolas Brasileiras no Japão para que fossem regularizadas junto ao MEC -Ministério da Educação do Brasil.
O trabalho dos professores e diretores de escolas brasileiras no território japonês surtiu efeito e atualmente são validadas pelo MEC. A pioneira foi a escola Alegria de Viver, fundada em 1995, com pouco mais de 10 alunos. Atualmente se divide em 5 escolas em Toyoda, Sujuka, Hekinan, Toyahashi e Hamamatsu. Atende 1.500 alunos com o sistema COC de ensino, emprega mais de 150 professores e forma, a cada ano, classes de 300 alunos do ensino médio ao fundamental.
Disque Saúde - Médicos brasileiros zelando pela saúde dos nikkeis
Mantido pela iniciativa privada, o programa disque saúde é uma central telefônica que recebe chamadas de pacientes brasileiros de todo o Japão. Os casos são triados e encaminhados a médicos e enfermeiros brasileiros que orientam os pacientes por telefone sobre problemas diversos. Tudo gratuitamente.
Atualmente seis profissionais da área da Saúde trabalham para o programa. O programa Disque Saúde efetivamente significa a ação de grupos médicos, outros profissionais da área da Saúde que por motivos diversos se encontram no Japão, em estágio ou bolsistas em universidades japonesas ou residentes locais. O Disque Saúde já assegurou atendimento para 25 mil brasileiros. O serviço é patrocinado pelas empresas Varig, Banespa, Nichiyu International, Cibrasil e Pit Stop que dividem as cotas do patrocínio.
Comunidade brasileira presente e atuante no Conselho de Cidadãos
Problemas de trabalho, educação, criminalidade, assistência e saúde são debatidos nas reuniões do Conselho de Cidadãos, que tem representantes de várias áreas de atuação na comunidade. Eles se reunem mensalmente no Consulado para discutir e encontrar soluções para os problemas enfrentados pelos dekasseguis. E com isso a comunidade brasileira vai se organizando no país.
(publicado originalmente no Linha Aberta)
Sobre o Autor
Angela Bretas: Ângela Bretas sempre gostou de escrever, tendo como hobby escrever fazer poemas e contos. Mudou-se para os EUA em 1985 e cursou língua inglesa no Lynn Community College, em Massachussetts.É escritora com três livros publicados e dois no prelo, e atua como free-lance para diversos jornais no Brasil e nos Estados Unidos, trabalhando como colunista e jornalista. Atualmente reside em Boca Raton - Florida/USA.
Conheça mais: www.angelabretas.com
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