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Existe uma razão infinita nas coisas feitas com afeição

por Carol Westphalen *
publicado em 17/04/2004.

Muitos já tentaram e tentam explicar infinitamente a finalidade da nossa existência. Afinal, por quê e para quê existimos? Qual a razão da existência desse mundo? Por que existe tanto sofrimento? Se esse é o melhor dos mundos, então, onde estão os outros? - disse Voltaire. Para alguns, a vida é uma dádiva divina, onde todo e qualquer detalhe do cotidiano revela uma beleza inexplicável. Para outros, a vida não passa de uma infelicidade que não tem hora para acabar. A maioria das pessoas tem receio em falar sobre o suicídio, mas muitos acreditam na morte como uma solução. E como saberemos se existe mesmo o tão questionado “além”? Estariam, então, os algozes esperando pelos suicidas na porta de um inferno ou coisa que o valha? Já não vivemos rodeados deles o suficiente nessa dimensão? Sabe-se que tanto para seguir vivendo como para desistir da vida é preciso ter muita coragem. E o sofrimento é indesejável, inclusive, na hora de morrer. Afinal, quem nunca desejou morrer sem dor?

Para aqueles que acreditam que somos energia pura, consciência e espírito, a vida é uma escola e o planeta Terra é apenas uma das dimensões as quais todos temos que cruzar. Muitos dizem que não pediram para nascer, outros passam a vida sonhando com o céu, com o tal do perdão, mesmo sem terem estendido a mão um dia na vida a quem quer que fosse. Sofrimento não se discrimina, se tenta amenizar. Amortecer a queda daqueles que vivem caindo mesmo sabendo que também caímos aqui ou ali. Não seria esse nosso papel? Talvez fosse o menos sujo e indecoroso dos papéis. E temos sim o direito de cair quantas vezes forem necessárias. Assim como também temos o direito de escolher algum canto para estacionar e esperar a carne apodrecer. Chega um momento da vida em que não se sente outra coisa que não o cansaço. Quando a solidariedade e o altruísmo já não fazem mais parte do cotidiano das pessoas, chega uma hora em que batalhar, até mesmo pelas coisas básicas da vida, cansa. Lutar por um lugar ao sol, cansa. Investir, mesmo que numa felicidade remota e volátil, cansa. Além de tentar fazer algo que se aprecie, não existe outro sentido na vida senão o de viver para os outros.

Infelizmente, os sentimentos construtivos se perderam no tempo. Talvez, apenas os animais saibam o que é proteger uns aos outros. A maioria das pessoas não coloca interesses alheios acima dos seus. Esse tipo de atitude raramente brota em meio à modernidade onde quase tudo e quase todos vivem em função da competição. Nem toda a humanidade disputa espaço usando bombas ou granadas, mas vivemos em meio a uma grande guerra – de egos e cifrões. Pesando bem, que entediante seria o mundo se todas as pessoas amassem de verdade umas as outras, não? Seria uma verdadeira chatice viver em paz. O ser humano é sensacionalista mesmo quando se trata da própria tragédia - os gregos que o digam! Às vezes, tento nos observar de longe, lá de fora, e tenho a impressão de que assumimos um papel masoquista que parece implorar para que as águas sejam cada vez mais turvas. A modernidade não dá tempo para que as pessoas reflitam a respeito de suas atitudes. Raramente, paramos para nos perguntar quem realmente somos, pois sem nos conhecermos não podemos nem mesmo tentar melhorar qualquer pedacinho do mundo que seja. O importante é saber se desejamos realmente sermos pessoas melhores, que se respeitam, que respeitam os outros e, principalmente, que acreditam em si. Para isso, é preciso querer bem a todos aqueles que encontramos no percurso da vida, sem exceção.

Sobre o Autor

Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.

Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br

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