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O preço do poder

por Fernanda Massebeuf *
publicado em 12/03/2008.

Maquiavel exterminou de vez a hipocrisia dos bons sentimentos. A luta pelo poder incita somente ambições egoístas. Mas para ir além delas afim de obter o aval do povo, o detentor do poder deve exibir ambição aparentemente inspirada de causas nobres. O cinismo prevalece. Durante os períodos mais remotos da História, tiranias diversas mantinham-se fomentando-se o medo. Para isso massacres, violações de leis, corrupção faziam parte das regras do jogo. Ditadores modernos fazem jus aos métodos antigos. Eles simplesmente também se servem do advento da propaganda com o intuito de garantir a docilidade do povo, dando-lhe a ilusão de uma adesão expontânea. O político de nossos tempos não quer mais aterrorizar, e sim agradar sem moderar o uso de suas armas de sedução para atingir seus objetivos.

O êxito das democracias é evidente em todo o planeta. A suposta decisão do povo ainda não preencheu a lacuna entre política e moral. Democracia ou ditadura, no final o resultado pretendido é o mesmo: a conquista e a posse do poder através de todos os meios de forma que perdure o máximo de tempo possível. Quando queremos triunfar é necessário enganarmos a todos e não somente a um pequeno grupo. Além disso, o povo necessita sempre de um grande herói a quem enaltecer e por quem sentirá protegido.

A mídia manipula a opinião pública e transforma os políticos em “todos-poderosos” de acordo com o que é mais conveniente. A mundialização reforça a opressão da comunicação e de suas técnicas secretas, falsamente simplistas. Parecendo ser o que não é, querendo o que não deveria querer e tudo isso com o intuito de cair nas graças da opinião internacional.

Ditadura? Democracia? Existe diferença entre comandar à força ou com a adesão do povo? Desde sempre o que inspira a política, seja ela qual for, é o espírito de dominação, mesmo se as estratégias empregadas não forem similares. Maquiavel está coberto de razão estando enganado. A política é a técnica de conquista e de posse do poder. A partir do momento em que esse poder seja mais ambicioso que se representasse finalidade por si só. Deve ser inspirada de um ideal utópico a ação política, é o que lhe permitirá de ir além do cinismo e do egoísmo. Então será glorificado o político que souber conciliar a imoralidade de seus métodos com a virtude de seus objetivos, o mal e o bem, o egoísmo e o idealismo. Caso queira deixar sua marca, é imprenscindível justificar sua ambição com o cumprimento de uma obra útil, memorável, deixando aquela impressão de ter imortalizado um instante do tempo, tempo esse que passa, apaga e destrói.

Qual é o preço a pagar para obtermos e exercermos poder? O exercício da autoridade é cruel com quem não sabe exercê-la. O poder só dá sentido à vida daquele que concilia à sua ação um objetivo nobre, que ultrapasse seus interesses egoístas. Assim premanecerá na História, apesar de tudo e de todos. Mesmo se nem sempre é recompensado todo esse esforço. Angústia, críticas, dúvidas. O que Maquiavel ensina é a mecânica do poder. Quanto a legitimá-lo, isso é tema para outro debate. Então a democracia retoma vantagem porque tem algo a transmitir, uma questão a ser posta: qual o sentido da ação política? A política é a vontade de mudar o mundo.

Sobre o Autor

Fernanda Massebeuf: Fernanda Massebeuf é graduada em LLCE (Língua, Literatura e Civilização Estrangeira) pela Universidade Sorbonne - Paris IV. Realiza atualmente um Master (Mestrado) a fim de se especializar em literatura brasileira, desenvolvendo estudo sobre a poesia de Hilda Hilst.

Email: ferdie45@hotmail.com

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