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Tirando dúvidas dos leitores
por Rodrigo Capella
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publicado em 27/09/2008.
A primeira mensagem me foi enviada por Elaine Bärmann, direto da Alemanha. Ela disse assim: "Para lhe ser sincera, estou me utilizando desta para poder falar com alguém que entenda o meu trabalho. Há exatamente 4 anos escrevo um livro. São ao todo 1900 páginas escritas. Conto a historia de um psicopata e um psiquiatra que tem suas personalidades trocadas. O livro chama-se Filhos do Ódio. Eu gostaria de saber, o que devo fazer primeiro? Mandar o livro para que algum leitor corrija meus erros de português, para que enxugue os "escrito demais", ou simplesmente vou com a idéia e seja la o que Deus quizer? Fico no aguardo de sua resposta e agradeço-o antecipadamente. PS: Detalhe, meu teclado é em alemão, e, por mais que eu o corrija, não existe a acentuação adequada. Contudo, escrever o meu livro em alemao, seria um suicidio...rs...Um abraco, Elaine Bärmann".
Amiga Elaine, obrigado pela mensagem. Vejo que você está confusa. A idéia é boa, mas você precisa se questionar: o livro é baseado em fatos reais? Você fez uma ampla pesquisa? Recolheu os dados necesários para fazer o livro? A obra é uma ficção? Responda essas perguntas em uma folha de papel e releia o seu texto. Quando terminar, responda novamente. Compare as respostas e veja se elas coincidem. Esse exercício é válido porque as primeiras respostas que damos são emocionais e as segundas - após lermos o livro - são racionais. Se elas não coincidirem, opte pelas racionais. Nesse momento, a razão deve prevalecer.
Nunca tome uma decisão preciptada. Leia, releia e só depois envie para as editoras. Elas recebem, no mínimo, 20 originais por dia. Todos os livros que chegam são colocados no final da fila e depois, teoricamente, são lidos. Se um editor pega um livro com erros para ler, esse livro é rapidamente descartado. Pense nisso!
Vale uma última observação: o título do seu livro é muito bom. Querendo ou não, o editor, quando lê um título sem nexo, rapidamente descarta a obra. Agora, quando pega um livro com um título bom - como o seu -, a leitura torna-se mais agradável e as chances de serem publicados aumentam.
A segunda mensagem foi me enviada por Xico Branco. Ele disse assim: "Prezado Rodrigo Capella, ás vezes me frusto por escrever poesias. Aí, vago pros pensamentos, pras crônicas "brutas"..., muitas precisam ser lapidadas. Tem dias que penso em pegar tudo e tacar fogo. Foi desses pensamentos tolos, que um dia rabisquei a poesia abaixo. Lembro que no rodapé da página, na qual a escrevi, grafei: "que não seja esta a minha sina". Pena que sabemos ser esta, a de muitos poetas brasileiros. A minha poesia começa assim: Esse menino tem futuro/ Diziam pro pobre coitado/ Que de tanto ser lambido/ Ver seus sonhos maltratados/ Já não era mais menino/ Era jovem, e bem formado".
Meu amigo Xico, todo poeta tem uma sina, mas eu diria melhor: todo poeta tem uma missão. A minha é valorizar a poesia e, pelo visto, a sua também é. Não deixe, meu amigo, pequenos obstáculos atrapalherem a sua composição poética. Você sabe que atualmene existe um complô contra a poesia - todos fazem de tudo para a poesia não vender - e cabe a nós, poetas e escritores, reverter esse quadro.
A sua poesia tem muita qualidade e você não deve desisitir. A sua rima é natural, não é forçada. Eu condeno a rima forçada e fico contente quando algum poeta tem o dom de se expressar, se recorrer a uma técnica pré-estabelecida. Vá em frente e não esqueça de me convidar para o lançamento do teu próximo livro.
A terceira e última mensagem foi-me enviada por José Rodrigues: "A produção poética não precisa seguir regras pré-definadas, se adequar dentro de paradigmas e escolas; penso na poesia não apenas como a expressão da interioridade de um sujeito em sua relação consigo mesmo e com o mundo; penso nas poesias como armas, ferramentas que sirvão, também, para questionar, para escandalizar (no sentido de questionar o que está naturalizado), de provocar e, por que não, participar da invenção de novos mundos possíveis. Também escrevo poesias, quer dizer, sou um aprendiz de poeta e escritor. Criei recentemente um blog chamado "Experimentando Versos", no qual publico as minha obras".
Amigo José Rodrigues, excelente o seu pensamento. Eu acrescentaria também que poesia é vida, que é vontade de viver e, que sem ela, as outras artes seriam muito pobres e teriam apenas metade de sua força. Sem a poesia, o homem não vive, não respira e se esconde do mundo. Com a poesia, todos vivem bem. Eu diria, então, que a poesia é o combustível da vida.
Vale um comentário sobre o seu blog: você acertou em cheio, o conteúdo é bem interessante e bem dinâmico. Hoje, em dia, o poeta precisa se interagir com o público e, um das formas de se fazer isso, é tendo um blog.
Sobre o Autor
Rodrigo Capella: Escritor, poeta e jornalista, Rodrigo Capella nasceu em São Paulo, Capital, no ano de 1981. Publicou o primeiro livro, intitulado "Enigmas e Passaportes" (Forever Editora), em 1997, com apenas 16 anos. Em 2005, quase dez anos depois, o autor voltou ao cenário literário com dois lançamentos: "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", ambos pela Editora Zouk. Rodrigo Capella também publicou poemas em diversas antologias, entre elas "Diversos" (Andross Editora), "Ave Palavra" (Clube Amigos do Livro) e "Além da palavra" (Scortecci Editora). Em breve, Capella vai lançar "Rir ou Chorar, o cinema sentimental", obra que narra as aventuras do cineasta Ricardo Pinto e Silva. Esse livro vai ser lançado pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, comandada por Rubens Ewald Filho.Mais informações: www.rodrigocapella.com.br
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