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A poesia dentro de nós

por José Eduardo Mendes de Camargo *
publicado em 15/06/2007.

Quando Cora Coralina escreveu o Poema do Milho, contava 80 primaveras! Os parnasianos, enlouquecidos de amor, mal haviam concluído a Academia e já tinham construído sua obra literária. Castro Alves, o maior dos poetas brasileiros, antes de completar 20 anos, também já se imortalizara em Navios Negreiros, um dos seus poemas mais célebres. Pessoa, Drumond, Bandeira, Veríssimo, entretanto, passaram a vida inteira escrevendo seus versos, a ponto de fazer da vida um poema à imortalidade.

Como se vê, poetas não têm idade e também não têm pátria, como bem cantou o inesquecível Vinícius de Moraes no poema Pátria Minha, mostrando que, acima da raça, da cor e das ideologias, a poesia une a todos nós indistintamente sob seu manto. Contam que, graças a esses versos, Vinícius livrou-se de uma enrascada muito séria em terra lusitana.

Ele acabava de ser informado que havia sido enquadrado pelo AI-5, o Ato Institucional do Governo Costa e Silva, e que a partir daquela data estava impedido de retornar ao País. A segunda notícia que recebera, também nada agradável, era que, à saída, a juventude salazarista o aguardavam com cartazes e protestos. Impassível, e demonstrando a serenidade dos grandes homens, Vinícius começou a declamar o poema. À medida que o fazia, os militantes a essa altura já haviam silenciado e, em vez de agressões, alguns tiraram a própria capa para forrar o chão por onde passaria.

Sim. A poesia está em nós! E quando verbalizada, é como se colocássemos óculos mágicos para ver o mundo. É como se o oceano se tornasse mais azul, o céu de abril mais estrelado e as flores da relva ganhassem tonalidades mil. A poesia também tem poder transformador, sutil como uma gota de orvalho, capaz de comover o mais duro dos corações, de mover um exército, de emocionar o bruto, de fazer sorrir os tristes...

Sim, a poesia tem o condão de transformar o cotidiano e o íntimo das pessoas, embora permaneça escondida em cada um. E esse poder transformador pode ser usado para dar mais alegria e otimismo à nossa vida, mudando um cenário de tristeza num sol radiante. Esta é a mensagem que queremos trazer com este Encontro Internacional que realizaremos, em Dois Córregos, nos próximos 15, 16 e 17 de junho.

Com certeza, um evento sem paralelo na história do município e talvez inédito também em todo o País. Cantando seus versos, nosso povo vai receber trovadores de outras terras e, juntos, vamos cantar pela construção da paz e da não-violência. Estaremos juntos, poetas, trovadores e cantadores, recriando o universo poético na sua forma mais autêntica, pela expressão da arte popular, dos versos de rua, das trovas simples e mais singelas...

Quem puder comparecer à Praça da Igreja Matriz, nesta sexta-feira, 15, verá a celebração da paz com a poesia, da arte com a harmonia. Será uma oportunidade única para Dois Córregos, quando teremos a honra de receber alguns expoentes da criação poética nacional, além do mexicano Alfredo Espinosa. Será um momento singular para o município, já que, com essa realização, estaremos inserindo Dois Córregos definitivamente no circuito cultural do Estado como terra da poesia e foco de inspiração para a paz no mundo. Como bem assinalou Dom Hélder Câmara, quando se sonha sozinho, temos apenas um sonho. Mas quando sonhamos juntos, esse sonho já não é mais um sonho, mas a materialização da nossa vontade.

Sobre o Autor

José Eduardo Mendes de Camargo: José Eduardo nasceu em Dois Córregos (SP) em 3/11/49. Filho do farmacêutico e dentista Antonio João Camargo e da farmacêutica Adelaide Mendes Camargo, ambos já falecidos. Casado, tem duas filhas.

Homem de negócios, professor de artes marciais, diretor de instituições importantes, José Eduardo de Camargo faz da poesia o seu principal veículo de comunicação com o mundo, pois, acima de tudo, é um poeta.

É autor de vários livros de poesias, entre eles, “Sonhos”, “Luminiscências”, “Delírios”, além do recém-lançado “Resgate”, em português e espanhol, com 80 poemas e prefácio do jurista e também poeta Ives Gandra Martins, que cita sua “notável capacidade de integração social e uma fantástica vocação para fazer amigos”.

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