Crônicas,contos e outros textos

PÁGINA PRINCIPAL LISTA DE TEXTOS Noga Lubicz Sklar


COMPARTILHAR FAVORITOS ver profile do autor fazer comentário Recomende para um amigo Assinar RSS salvar item em delicious relacionar no technorati participe de nossa comunidade no orkut galeria relacionar link VerdesTrigos no YouTube fazer uma busca no VerdesTrigos Imprimir

São Miguel das Missões Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural

VerdesTrigos está hospedado no Rede2

Leia mais

 




 

Link para VerdesTrigos

Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.

Anuncie no VerdesTrigos

Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui

Nos bastidores da tela

por Noga Lubicz Sklar *
publicado em 03/06/2007.

Num comentário em seu blog, Cora Rónai já levantou a lebre: "não li o seu livro, mas romances epistolares costumam ser difíceis, raramente os leio", ou qualquer coisa assim porque já nem me lembro. Meu romance não é, exatamente, epistolar, mas tudo bem: trago como um legado de família a tendência de me encaixar em qualquer prognóstico negativo. Na intimidade, claro. Porque na crônica é só sucesso, segurança, e uma disposição inigualável pra meter o pau no trabalho dos outros.

Se eu fosse criticar o já mais que criticado livro do ministro Eros Grau, certamente o demoliria, como tantos já fizeram antes de mim (e a unanimidade? é burra?). Mas não sei porque, gente, tenho um certo pudor com esse cara. O livro dele não li, e nem pretendo, ainda mais agora que foi agraciado com o troféu Bruna Surfistinha de pior livro do ano. De Surfistinha, pra mim, basta a própria. Aliás, tenho vivido muito bem depois de esquecer que ela existia: certas coisas ficam melhor ignoradas. Mas não sei porque, gente, esse Eros Grau... me dá uma pena do cara... Será que é porque ele é homem? Será que é porque é velho? (já sei: olha o coxo falando do... etc, etc) Será que é porque é... político? Ah, gente, não. De político não tenho pena nenhuma.

Voltando ao Eros: cada frase desta crítica linkada do livro dele poderia muito bem se aplicar a mim. Faço citações. Uso palavras estrangeiras: francês, inglês, hebraico e latim (gulp). Alemão. Falo muito de sexo, mas hum... apelidos para o pênis só uso um, o mais corrente: pau, em inglês no original, cock. Mas incluo no texto uma brilhante digressão sobre "cunt" e "cock", cona e pau conforme escolhi para a tradução - e nem estou sendo pretensiosa: o texto é do Alan, eu só... reescrevi. Meu ritmo de prosa poética também me parece, à primeira vista, melhor que o do Eros, as rimas mais bem encaixadas. (hum. mais bem? melhor?)

Some-se a tudo isso o fato de que minha prosa vem sendo bem avaliada, bem, só na crônica (o revisor gramatical adverte: palavra repetida). Pois no romance, todos sabem, é onde estreantes escorregam mais do que no sabão da ponte: será que meu destino é esse? Mas, ah. Se eu parar pra pensar caio fulminada, e é por isso que... não penso. Principalmente porque, vocês sabem, a primeira edição será custeada pelos parcos caraminguás que deveriam "estar sendo" usados para as especializadíssimas acompanhantes de mamãe, que cobram caro mas não conseguem domá-la a ponto de... medir a pressão. Culpa, culpa, culpa. Se eu for sucesso, tudo bem... será tudo esquecido... mamãe terá tratamento de rainha... mas se eu não for... se eu ganhar o troféu Surfistinha do ano que vem, e mais o troféu cenoura de pior texto erótico do ano... não haverá lucro de bolsa que me salve.

Enquanto me arrisco, corto um dobrado pra me equilibrar no fio da navalha - não, gente, não estou corrupta na operação da PF não... - mas tento ser otimista, investir com o coração mais leve o dinheiro ganho (ops, que pretendo ganhar, olha aí a confusão de verbos!) num terreno bem mais minado que o mercado emergente de ações, namoro na internet e campo de refugiados no Líbano: o literário, e pior, da literatura erótica.

Pelo menos uma vantagem sobre o Eros tenho: estou caprichando na revisão e meu vocabulário é bem maior do que o das letras de pagode, às vezes requer até dicionário. Outras diferenças: meu livro é autobiográfico; minha vagina não peida; e embora meus mamilos sejam intumescidos e o pau do amante, eventualmente, uma vara... embora minhas ancas ondulem no coito... a maravilha no Hierosgamos não está no mar, na ave, nem na ilha... mas na prosaica tela de um computador velho.

Sobre o Autor

Noga Lubicz Sklar: Noga Lubicz Sklar é escritora. Graduou-se como arquiteta e foi designer de jóias, móveis e objetos; desde 2004 se dedica exclusivamente à literatura. Hierosgamos - Diário de uma Sedução, lançado na FLIP 2007 pela Giz Editorial, é seu segundo livro publicado e seu primeiro romance. Tem vários artigos publicados nas áreas de culinária e comportamento. Atualmente Noga se dedica à crônica do cotidiano escrevendo diariamente em seu blog.

Para falar com Noga senda-lhe um e-mail ou add-lha no orkut.

< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>

LEIA MAIS


Vita Brevis - a vida é curta, por Henrique Chagas.

Ouro Preto: Vila Rica Literária, por José Aloise Bahia.

Últimos post´s no Blog Verdes Trigos


Busca no VerdesTrigos