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Nos bastidores da tela

por Noga Lubicz Sklar *
publicado em 03/06/2007.

Num comentário em seu blog, Cora Rónai já levantou a lebre: "não li o seu livro, mas romances epistolares costumam ser difíceis, raramente os leio", ou qualquer coisa assim porque já nem me lembro. Meu romance não é, exatamente, epistolar, mas tudo bem: trago como um legado de família a tendência de me encaixar em qualquer prognóstico negativo. Na intimidade, claro. Porque na crônica é só sucesso, segurança, e uma disposição inigualável pra meter o pau no trabalho dos outros.

Se eu fosse criticar o já mais que criticado livro do ministro Eros Grau, certamente o demoliria, como tantos já fizeram antes de mim (e a unanimidade? é burra?). Mas não sei porque, gente, tenho um certo pudor com esse cara. O livro dele não li, e nem pretendo, ainda mais agora que foi agraciado com o troféu Bruna Surfistinha de pior livro do ano. De Surfistinha, pra mim, basta a própria. Aliás, tenho vivido muito bem depois de esquecer que ela existia: certas coisas ficam melhor ignoradas. Mas não sei porque, gente, esse Eros Grau... me dá uma pena do cara... Será que é porque ele é homem? Será que é porque é velho? (já sei: olha o coxo falando do... etc, etc) Será que é porque é... político? Ah, gente, não. De político não tenho pena nenhuma.

Voltando ao Eros: cada frase desta crítica linkada do livro dele poderia muito bem se aplicar a mim. Faço citações. Uso palavras estrangeiras: francês, inglês, hebraico e latim (gulp). Alemão. Falo muito de sexo, mas hum... apelidos para o pênis só uso um, o mais corrente: pau, em inglês no original, cock. Mas incluo no texto uma brilhante digressão sobre "cunt" e "cock", cona e pau conforme escolhi para a tradução - e nem estou sendo pretensiosa: o texto é do Alan, eu só... reescrevi. Meu ritmo de prosa poética também me parece, à primeira vista, melhor que o do Eros, as rimas mais bem encaixadas. (hum. mais bem? melhor?)

Some-se a tudo isso o fato de que minha prosa vem sendo bem avaliada, bem, só na crônica (o revisor gramatical adverte: palavra repetida). Pois no romance, todos sabem, é onde estreantes escorregam mais do que no sabão da ponte: será que meu destino é esse? Mas, ah. Se eu parar pra pensar caio fulminada, e é por isso que... não penso. Principalmente porque, vocês sabem, a primeira edição será custeada pelos parcos caraminguás que deveriam "estar sendo" usados para as especializadíssimas acompanhantes de mamãe, que cobram caro mas não conseguem domá-la a ponto de... medir a pressão. Culpa, culpa, culpa. Se eu for sucesso, tudo bem... será tudo esquecido... mamãe terá tratamento de rainha... mas se eu não for... se eu ganhar o troféu Surfistinha do ano que vem, e mais o troféu cenoura de pior texto erótico do ano... não haverá lucro de bolsa que me salve.

Enquanto me arrisco, corto um dobrado pra me equilibrar no fio da navalha - não, gente, não estou corrupta na operação da PF não... - mas tento ser otimista, investir com o coração mais leve o dinheiro ganho (ops, que pretendo ganhar, olha aí a confusão de verbos!) num terreno bem mais minado que o mercado emergente de ações, namoro na internet e campo de refugiados no Líbano: o literário, e pior, da literatura erótica.

Pelo menos uma vantagem sobre o Eros tenho: estou caprichando na revisão e meu vocabulário é bem maior do que o das letras de pagode, às vezes requer até dicionário. Outras diferenças: meu livro é autobiográfico; minha vagina não peida; e embora meus mamilos sejam intumescidos e o pau do amante, eventualmente, uma vara... embora minhas ancas ondulem no coito... a maravilha no Hierosgamos não está no mar, na ave, nem na ilha... mas na prosaica tela de um computador velho.

Sobre o Autor

Noga Lubicz Sklar: Noga Lubicz Sklar é escritora. Graduou-se como arquiteta e foi designer de jóias, móveis e objetos; desde 2004 se dedica exclusivamente à literatura. Hierosgamos - Diário de uma Sedução, lançado na FLIP 2007 pela Giz Editorial, é seu segundo livro publicado e seu primeiro romance. Tem vários artigos publicados nas áreas de culinária e comportamento. Atualmente Noga se dedica à crônica do cotidiano escrevendo diariamente em seu blog.

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