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Feira traz a Poços de Caldas a inquietação da literatura contemporânea

por Chico Lopes *
publicado em 05/03/2007.

Escritores consagrados e novos conversarão com o público, em meio a lançamentos, oficinas, debates e stands de muitas editoras na 2ª Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, entre 20 e 25 de março. A Feira recebeu mais de 25 mil visitantes em sua primeira edição, no ano passado, e tem uma expectativa de público ainda maior neste ano.

Nomes como os de Nelson de Oliveira, Ignácio de Loyola Brandão, Yara Camillo e David Oscar Vaz trazem à próxima Feira Nacional do Livro de Poços de Caldas, em segunda edição, acontecendo entre 20 e 25 deste mês, idéias sobre um tema que é pouco debatido na vida literária de Poços: o lugar da literatura contemporânea numa cidade cujo passadismo é notório.

A cidade, com sua beleza característica, sempre afetou a imaginação de seus escritores - Jurandir Ferreira, o mais representativo deles - mas, exatamente por ter o passado como capital turístico, parece pouco receptiva aos debates que interessam à literatura contemporânea. Comparece sempre idealizada na visão de seus escritores, como uma espécie de paraíso subtropical à sombra da serra da Mantiqueira, o que é, parcialmente - mas não se fala do que é hoje, uma cidade agitada, entre turística, comercial e industrial, com seus quase 150 mil habitantes e uma densa população flutuante, uma espécie de capital do Sul de Minas onde o mundo contemporâneo, para bem e mal, está totalmente presente. Naturalmente, as inquietações da nova literatura chegariam a ela, mais cedo ou mais tarde.

Num mundo plenamente globalizado, o paroquialismo literário padece. A luta de um escritor para expressar seu mundo pequeno, nesse sentido, tem que avançar ao que é mais amplo, nacional, na direção do universalismo, ou ele simplesmente não será ouvido, sequer notado. O profissionalismo das grandes editoras, das redes livreiras de distribuição, é cada vez mais rígido, mais comercial e mais ágil, acirrando concorrências e disputando o leitor a tapas, de modo que as idealizações ou complacências com Paraísos terrestres se chocam com um realismo contemporâneo que não deixa os sonhos sobreviverem facilmente.

Ignácio de Loyola Brandão, que se consagrou nos anos 70 com livros como "Zero" e "Não verás país nenhum", viveu na Alemanha, teve seus livros traduzidos em vários idiomas, e conhece a realidade de ser um autor "best-seller" nacional. Sempre se pautou pelo profissionalismo eclético, trabalhando em redações de jornais e dirigindo a revista de moda e costumes "Vogue Brasil" por muitos anos, tornando-se cronista do Estado de São Paulo e também dramaturgo. Sua visão da literatura é cosmopolita, profissional e aguda. Ele fará uma palestra às 19,30, no dia 24, no Complexo Cultural da Urca (centro).

Nelson de Oliveira, nos anos 90, tornou-se uma espécie de líder da chamada "Geração 90", que, com antologias marcantes, revelou nomes como Marcelino Freire, Marçal Aquino, Luiz Ruffato e outros que estão na proa da literatura feita no Brasil deste novo milênio. O polêmico conceito de "transgressão" nasceu com Nelson e a Geração 90. A marca difusa dessa geração é, em geral, o livro coloquial, abordando problemas urbanos, linguagem violenta, desabusada, crítica, debochada, uma literatura de "soco no estômago" muito adequada a uma época como a nossa. Nelson se pauta pela criatividade combativa e tem também muito a dizer ao público mais antenado. Ele falará no dia 24, às 15h, na Cia. Bella de Artes (edifício Manhattan/centro).

David Oscar Vaz, machadiano, preocupa-se com uma literatura de feitura mais rarefeita, apoiando-se em nomes como Henry James, Jorge Luis Borges, Cortázar, apurando sua experiência pessoal em livros de contos muito elogiados como "Resíduos" e "A urna". Paulistano refinado, ele é um professor universitário cuja marca é a informação precisa, culta, e a afabilidade de trato. David Oscar Vaz dará a palestra "O processo de criação e os princípios que o orientam" no dia 23, às 19h, na Cia. Bella de Artes (edif.Manhattan/Centro).

Yara Camillo, ligada a experiências abertas e renovadoras de prosa e poesia, dará um esboço de oficina expondo suas idéias. Seus livros, "Hiatos" e "Volições", revelam uma contista bem-humorada, lírica, inquietante, com um toque pessoal penetrante. Também paulistana, move-se pelo mundo da nova literatura, feita de blogs, sites literários da Internet e edições restritas a grupos mais informados. Yara dará a palestra "Prosa, passos, alguns princípios para uma oficina literária" no dia 24, às 10,30h, na Cia. Bella de Artes (edif. Manhattan- centro).

Vou debater em mesa redonda com Yara, Nelson e David, sobre Literatura Contemporânea, no dia 24, às 16, 30h, no auditório da Cia. Bella de Artes (edif.Manhattan/Centro).

Esses quatro autores de uma literatura inquieta, sendo dois deles representantes das gerações mais ativas da literatura brasileira nos últimos anos, darão um brilho especial aos debates da Feira do Livro, que acontecem nos dias 23 e 24.

Mais informações podem ser encontradas no site www.feiradolivropocosdecaldas.com.br


Sobre o Autor

Chico Lopes: Chico Lopes é autor de dois livros de contos, "Nó de sombras" (2000) e "Dobras da noite" (2004) publicados pelo IMS/SP. Participou de antologias como "Cenas da favela" (Geração Editorial/Ediouro, 2007) e teve contos publicados em revistas como a "Cult" e "Pesquisa". Também é tradutor de sucessos como "Maligna" (Gregory Maguire) e "Morto até o anoitecer" (Charlaine Harris) e possui vários livros inéditos de contos, novelas, poesia e ensaios.

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Francisco Carlos Lopes
Rua Guido Borim Filho, 450
CEP 37706 062 - Poços de Caldas - MG

Email: franlopes54@terra.com.br

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