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Sérgio e Stanislaw Ponte Preta
por Rubens Shirassu Júnior
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publicado em 17/08/2003.
Os amigos diziam que se apaixonava até por manequim de boutique. Mas ele avisava: “Ninguém entende de mulher, nem o diabo. Se ele entendesse não tinha chifre.” Teve duas esposas, três filhas e inúmeras amantes. “Era um pai severo. Não nos deixava brincar na rua nem dormir na casa de amigas”, contou a ISTOÉ a filha mais velha, Gisela. Após 23 anos no banco, pediu demissão e assumiu um ritmo de trabalho frenético. Chegava a passar mais de dez horas datilografando notas para programas de rádio e a coluna no Último Hora, que estreou em 1954. Só se levantava para mudar o disco de jazz da vitrola ou ir ao banheiro (tinha a estranha mania de, às vezes, urinar na pia e não no vaso sanitário).
De Bandeira Arriada
À noite, tornava-se galã de tevê – ou “máquina de fazer doido”, como preferia chamar – e apresentava suas “certinhas” no programa de Flávio Cavalcanti. Também fazia comentários mordazes sobre política na TV Excelsior. Na hora de dar boa-noite e listar as próximas atrações, certa vez Stanislaw recomendou o filme Os Sete Pecados Capitais, em especial uma cena em que havia um strip-tease num táxi. “Acho que vocês não podem perder. Pelo menos para saber se o motorista fica de bandeira em pé ou arriada.” Sérgio encontrava tempo para desbravar madrugadas nos bares. Mão aberta, pagava rodadas e rodadas de cerveja e não se recusava a emprestar dinheiro aos amigos – mas não sabia cobrar. E batia ponto no Maracanã, todos os domingos, para ver seu Fluminense.
Era muito pique para um coração frágil demais. O primeiro infarto veio aos 36 anos. “Em casa, cumpria a dieta alimentar e tomava os remédios. Abolimos a banha de porco e passamos a usar só óleo Mazola, que era a última palavra em combate ao colesterol”, lembra a filha Ângela. Na rua, porém, a vida lhe reservava fortes emoções. “Não é nenhum tabu que, quando o uísque dele virou xarope, começou a cheirar cocaína”, afirma Ângela. Sérgio sobreviveu a outros quatro infartos, até morrer de insuficiência cardíaca, a 30 de setembro de 1968, aos 45 anos. “Prefiro viver assim até os 40 do que vegetar até os 80”, dizia.
Frases Feitas
“A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente que eles vêm lutando pelo progresso de nosso subdesenvolvimento”.
“Uma feijoada só é realmente completa quando tem uma ambulância de plantão”.
“Certos produtores de televisão dão tanto em cima das artistas que deviam receber ordenado de reprodutores”.
“No Brasil a imunidade parlamentar existe para muitos poucos deputados. Para a grande maioria o que existe mesmo é a impunidade parlamentar”.
(Do livro “Máximas Inéditas de Tia Zulmira”, Editora Codecri, 1976.)
“Estava mais duro do que nádega de estátua”.
“Carro é como mulher: só é bom pra quem tem dois”.
“Consciência é como vesícula, a gente só se preocupa com ela quando dói”.
"Difícil dizer o que incomoda mais, se a inteligência ostensiva ou a burrice extravasante”.
“O terceiro sexo já está quase em segundo”.
“Dono de cartório de protesto é uma espécie de cafetão da desgraça alheia”.
“Mulher e livro, emprestou, volta estragado”.
“Os valores morais são os únicos que conservaram os preços de antigamente”.
“O sol nasce para todos, a sombra pra quem é mais esperto”.
Sobre o Autor
Rubens Shirassu Júnior: Designer artístico, jornalista e autor entre outros de Religar às Origens (Ensaios, 2003) e Oriente-se: Manual de Procedimentos no Japão, 1999.É o autor da coluna OLHO MÁGICO na VERDES TRIGOS.
Contato: jrrs@estadao.com.br
Veja também o "ORIENTE-SE: Manual de Procedimentos no Japão"
Edição Independente de Rubens Shirassu Júnior
Site do Livro: http://www.stetnet.com.br/orientese/
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