Crônicas,contos e outros textos

PÁGINA PRINCIPAL LISTA DE TEXTOS Urda Alice Klueger


COMPARTILHAR FAVORITOS ver profile do autor fazer comentário Recomende para um amigo Assinar RSS salvar item em delicious relacionar no technorati participe de nossa comunidade no orkut galeria relacionar link VerdesTrigos no YouTube fazer uma busca no VerdesTrigos Imprimir

São Miguel das Missões Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural

VerdesTrigos está hospedado no Rede2

Leia mais

 




 

Link para VerdesTrigos

Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.

Anuncie no VerdesTrigos

Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui

A Sinfonia não terminou

por Urda Alice Klueger *
publicado em 09/12/2006.

Choveu, hoje; era necessário. Neste tempo de fim de Primavera e de quase Natal tudo tinha que estar perfeito, e a chuva deveria lustrar e fazer luzir cada folhinha desta Mãe-Terra do Vale do Itajaí, porque era o dia em que ela deveria abrir o seu ventre para receber para o descanso de para-sempre aquele seu filho dileto chamado Hélio Hahnemann.

Só soube que Hélio partira faz pouco, e mal queria crer. Liguei, então, para Noemi e Roi Kellermann, e eles estavam acabando de chegar da despedida daquele Ser-Beija-Flor que se cansara de bater suas asas coloridas e resolvera que era tempo de ir dormir seu sono mais reparador no ventre da terra deste Vale. Dói saber, dói muito, assim como dói a cada vez que a gente perde as pessoas que ama, e então saí para caminhar um pouco pela tarde, para, mais perto da Natureza, tentar entender por que Hélio se fora, os porquês das partidas, e Hélio tinha sido sempre tão especial, puro talento transformado em cores e pleno daquele sentimento que eu acho que a gente deve chamar de “saudade do que ainda não aconteceu”, e foi ele, exatamente ele, o Grande Retratista a transpor para as telas as mais diversas facetas deste Vale do Itajaí. Uma vez ou outra, ia ele espiar a desembocadura do Vale no mar, e também essas espiadas ele pintou, e se o Vale do Itajaí tem hoje uma maravilhosa iconografia, não há como duvidar a quem a deve: ao Beija-Flor irriquieto, pleno de luminosidade interior, que soube captar todas as nuances das cores, das formas e da poesia, e que hoje ... nos deixou.

Eu penso em Hélio como a gente pensa numa Sinfonia, e era assim que ele era mesmo, pois sinfonias me fazem ver cores e sensações que talvez não visse ou sentisse se elas não existissem, e Hélio era assim, fazia com que a gente quisesse ver o que não deixava claro – havia quadros dele que eu ficava com vontade de espiar pelo lado de trás, para ver como é que era o pátio traseiro daquela casa, ou o outro lado daquele ribeirão, quem sabe a parte interna de um esquecido estábulo do meio de um pasto...

Então saí a andar pela tarde para tentar entender os porquês dolorosos das partidas, e a Natureza de fim de Primavera estava toda absolutamente tão linda assim depois da chuva, que então eu entendi: toda ela se preparara para receber no seu ventre aquele que lhe fora tão fiel ao longo de toda a vida, e não era como se uma Sinfonia tivesse terminado – Hélio Hahnemann estará sempre como uma colorida música bailando de beleza dentro deste meu Vale do Itajaí!

Sobre o Autor

Urda Alice Klueger: Escritora catarinense de Blumenau, onde vive e trabalha. Publicou inúmeros livros, entre eles "Entre condores e lhamas" e "Crônicas de Natal"

http://geocities.yahoo.com.br/prosapoesiaecia/urdaautores.htm




< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>

LEIA MAIS


Coração com Sol, por Maria Cristina Castilho de Andrade.

Alas, por Edith Goel.

Últimos post´s no Blog Verdes Trigos


Busca no VerdesTrigos