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Literatura é transmissão de emoções e idéias

por Moacyr Scliar *
publicado em 12/11/2005.

"Já varei muitas noites lendo, sem dar conta de que o dia estava amanhecendo..." A paixão pela literatura começou cedo na vida do escritor gaúcho Moacyr Scliar, estimulada pela família e pelo convívio com outros imigrantes russos da comunidade local que, seguindo a tradição judaica, valorizava a palavra escrita e se reunia nas noites para ouvir e contar histórias. "Morávamos no bairro do Bonfim, em Porto Alegre, e essa era nossa grande distração", lembra. "Meus pais, em especial, contavam as histórias com muita graça e encanto, fornecendo, mesmo sem saber, uma rica matéria-prima para as minhas futuras ficções."

O hábito da leitura foi bastante incentivado pela mãe, que adorava ler, ia muito a livrarias e o levava junto para escolher os títulos de sua preferência. E quando o filho perguntava se aquele dinheiro não iria fazer falta, ela dizia que podia faltar tudo em casa, menos os livros. Foi assim que, ainda menino, imbuído dessa atmosfera cultural, Scliar começou a inventar as próprias historinhas e não parou mais. A vivência estudantil e, posteriormente, o exercício da medicina, o contato com a realidade do país e o conhecimento cada vez maior do ser humano se tornaram suas grandes fontes de inspiração.

Ele enfatiza que os livros tiveram influência determinante em sua vida: "A literatura me deu, como dá a todos os leitores, uma sensibilidade especial para entender o mundo e as pessoas. Posso dizer que até na minha profissão de médico fui beneficiado pelo alargamento de horizontes que ela proporciona. Sou um leitor compulsivo, daqueles que não podem ficar sem ler algum texto todos os dias. Nas poucas vezes em que, por circunstâncias, fui privado de ler, sofri de "carência aguda" do texto - isso aconteceu uma vez em Kyoto, no Japão, quando eu não tinha livro algum comigo e não descansei até encontrar, numa livraria, alguns textos em inglês."

A imaginação corre solta nas narrativas interessantes e bem-humoradas do autor. O centauro no jardim, A majestade do Xingu, A mulher que escreveu a Bíblia e Contos reunidos são alguns dos livros marcantes de sua vasta obra literária, que soma hoje mais de 70 títulos publicados. Entre os recentes, destacam-se o romance Na noite do ventre, o diamante e o juvenil Um menino chamado Moisés, uma reconstituição imaginária da infância do famoso personagem bíblico.

Na noite do ventre, o diamante gira em torno da história de uma família judia que decide fugir da Rússia no começo do século 20 e começar nova vida no Brasil. A única coisa valiosa que possuem é um anel de diamante. Com medo dos bandidos na fronteira, fazem com que um dos filhos engula o aro do anel e o outro, o diamante. O primeiro "devolve" no dia seguinte, mas o segundo, Gregório, fica com o diamante preso no intestino, o que gera um drama familiar.

O clima fantástico não pára por aí, estendendo-se à própria história do diamante - originária do Arraial da Cabra Branca (Minas Gerais), a preciosa gema é transportada em meio a uma série de peripécias para a Holanda e para a Rússia, onde passa por várias gerações até chegar finalmente às mãos da família Nussembaum. E não é que o jovem Gregório, para fugir dos conflitos gerados por causa da pedra em seu ventre, vai parar exatamente no Arraial? E, ainda por cima, se envolve num estranho caso de amor com a filha de um holandês, que vive reclusa na antiga mina...

Para Scliar, um dos requisitos fundamentais da boa literatura é ser prazerosa. "Não entendo literatura que não seja prazerosa", diz. "Eu, particularmente, não leio livros chatos e procuro não escrever livros chatos. O prazer do texto é aquilo que mais atrai o leitor. Mas literatura é mais do que isso; é transmissão de emoções e de idéias."

Sobre o Autor

Moacyr Scliar: Nasceu em Porto Alegre, em 1937. É formado em medicina, profissão que exerce até hoje. Autor de uma vasta obra que abrange conto, romance, literatura juvenil, crônica e ensaio, recebeu numerosos prêmios, como o Jabuti (1988 e 1993), o APCA (1989) e o Casa de las Americas (1989). Já teve textos traduzidos para doze idiomas. Várias de suas obras foram adaptadas para o cinema, a televisão e o teatro.

O centauro no jardim, A majestade do Xingu, A mulher que escreveu a Bíblia e Contos reunidos são alguns dos livros marcantes de sua vasta obra literária, que soma hoje mais de 70 títulos publicados. Entre os recentes, destacam-se o romance Na noite do ventre, o diamante e o juvenil Um menino chamado Moisés, uma reconstituição imaginária da infância do famoso personagem bíblico.

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