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De olho no IDH!
por Carol Westphalen
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publicado em 26/07/2004.
Um estudo feito pela ONU, em 2004, deixa claro que cada brasileiro tem 11,5% de chance de não viver até os 40 anos. Pelo menos, estamos longe da Zâmbia, que tem o pior desempenho de longevidade - nesse país, vive-se, em média, até os 32 anos. Os egípcios, na época dos grandes faraós, viviam até mais ou menos essa idade - o que indica que, ainda hoje, séculos depois de Tutankámon, com todo o avanço da medicina, da ciência e da tecnologia, em muitos países ainda não se têm alta longevidade. Serra Leoa, mesmo depois de ter sido remendada e reconstruída, com ajuda da ONU, de Deus e do mundo, é o país com menos IDH do planeta. A Noruega, uma nação onde quase 100% das pessoas são tratadas a pão-de-ló pelo governo, ocupa o primeiro lugar da lista dos países que mais querem bem seus povos. Quer dizer, então, que tanto a satisfação como a insatisfação influencia as pessoas à violência ou até mesmo ao suicídio? Como podem dois extremos tão distantes influenciar igual e negativamente as pessoas? Percebe-se, então, que o caminho da felicidade não se resume em ter uma vida perfeita cheia de vantagens, prazeres e dignidade. Ter tudo à disposição é tão nocivo quanto não ter nada.
Um fator de extrema importância para os indivíduos de uma nação é a liberdade de serem eles mesmos. As sociedades, em geral, impedem as pessoas de serem elas mesmas. E isso acontece tanto nos países de baixo IDH como nos de alto IDH. Nos quatro cantos do mundo, tudo tem que ser como manda o figurino. Qualquer dissonância é punida rigorosamente. É proibido por lei pisar na bola. É preciso fazer tudo de acordo com as convenções para não ficar de fora. As pessoas não têm outra alternativa a não ser se curvar diante de um cotidiano maçante e sucumbir ao papel de títeres. A humilhação é lenta e profunda. O massacre é tanto que, sem as pessoas se darem conta, a sociedade as desfigura. É natural que o ser humano, quando influenciado por uma sociedade onde há um certo caos, devido às cobranças, se torne narcisista e/ou egoísta. Por que? Porque onde existe competição, dificilmente, alguém pára em meio à corrida para estender a mão, principalmente, àqueles que ficaram para trás.
Segundo Arthur Schopenhauer, um grande pensador alemão do século XIX, a sociedade obriga as pessoas a demonstrar uma paciência sem limites para qualquer absurdo por ela imposto. Entretanto, onde a vida parece ser um mar de rosas, as pessoas também não se sentem satisfeitas e realizadas - quanto mais elas conseguem atingir suas metas, mais barreiras e, também, insatisfações elas irão encontrar. A questão do bem-estar versus mal-estar é um paradoxo, pois percebe-se que assim como os que não podem ser ou ter, os que podem ser e têm também sofrem com a mesma intensidade. Com exceção daqueles que agem de má-fé, independentemente de casta, crença ou ideologia, a humanidade merece viver bem.
Sobre o Autor
Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br
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