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Pavilhão Auricular
por Leopoldo Viana Batista Júnior
*
publicado em 20/11/2003.
Não, não se trata daquele pavilhão instalado para bailes de rua em festas profanas, não. Trata-se de parte do nosso corpo, também conhecida popularmente como orelha.
E não obstante o nome engraçado, sua função é das mais significantes para seus usuários, sendo, inclusive, um acessório dos mais importantes para um dos cinco sentidos do homem.
Já imaginaram ou repararam alguém sem ela, a orelha? Fica como que faltando um membro, meio capenga. Tem-se a impressão que o sujeito fica pendido para um lado, desnivelado, como se fora um caminhão velho com o parafuso-de-centro quebrado.
Mas, aqui me refiro aos seus formatos. Retirem só um tempinho de suas atribuladas vidas e iniciem pesquisa, empírica mesmo, em local onde circule muita gente.
Se você for daqueles tímidos, ou achar estranho se encontrar a analisar orelhas em local público e não quiser ser chamado de aluado, faça sua observação em casa mesmo. Comece se olhando no espelho. Complemente com uma revista qualquer, preferencialmente naquelas onde aparecem muitas caras. Mesmo as mais famosas personalidades servem para o objetivo. Observem a “graça” desse atributo. Você vai notar uma variedade muito grande e caricata de formatos.
Algumas, enormes, mais parecendo com aqueles antigos abanos de palha para fogão à lenha, com leques abertos, ou mesmo com os conhecidos radiadores de elefantes. Outras, tão pequeninas quanto orelhas de morcegos, transformam o rosto de quem as usa, trazendo-lhes faces burlescas e apelidos roedores. Outras, ainda, quando instaladas nas laterais dos carecas e olhadas pelas costas dos seus possuidores, mais parecem com a visão de um fusca de bêbado estacionado com as portas totalmente escancaradas.
Creia. Raramente, mesmo nos usuários femininos, você verá um desses equipamentos para ouvir proporcional ao conjunto em uso. Espiem o conjunto do nosso maior orgulho das passarelas!
E os formatos internos? Ah, esses sim, ainda mais interessantes! Se os externos são dos tipos mais diferentes, os internos são mais esquisitos ainda.
A propósito, quem sabe aquela composição, Caracóis... – que foi dirigida aos cabelos de uma jovem inglesa – estaria mais bem destinada aos nossos pavilhões auriculares, pois esses muito mereciam o adjetivo. Teria ficado assim: dentro dos caracóis das suas orelhas...Decerto não ficaria tão romântica, isso lá é verdade, mas não se diga falacioso.
Pois bem, a parte interna do equipamento ouvidor - que nos meninos é visto apenas como um convite ao peteleco, chegando a ser alvo preferencial de retesadas cipoadas pelo sêo vizinho e polegar dos colegas - nos adultos é ridícula.
São tantas as formas que tomam as cartilagens que moldam as orelhas, duras, moles, dependuradas, agigantadas, arqueadas e com desenhos das mais diferentes reentrâncias e saliências, que as tornam ainda mais hilárias. Algumas chegam a ser diferente até mesmo uma da outra, e olhem que deveriam ser siamesas.
Entretanto, mesmo feiosas, estranhas e burlescas, ai de nós se o equipamento não existisse.
Surus, quase surdos e talvez parecidos com alienígenas da década de cinqüenta, estaríamos fadados a ouvir menos sem os nossos amplificadores naturais e caixas de ressonâncias. Sem uma melhor captação de sons e sem o lugarzinho até mesmo onde pendurar os velhos e necessários óculos, teríamos apenas dois buracos laterais que facilmente se encharcariam com qualquer chuvinha de vento passageira, que teria suas gotas canalizadas diretamente a esses orifícios externos. Êpa! Por falar em orifícios...bem, esse é outro assunto e pode ficar para outra ocasião.
Ah! Se o seu equipamento for pequeno, não se preocupe, pelo menos esse, dizem, nunca deixará de crescer.
Sobre o Autor
Leopoldo Viana Batista Júnior: Cronista.Autor do Livro: Estrada de Barro para Ladeira de Pedra.
Advogado da CAIXA em João Pessoa/PB.
Professor Universitário e Ex-Conselheiro Estadual da OAB/PB.
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