Crônicas,contos e outros textos

PÁGINA PRINCIPAL LISTA DE TEXTOS Noga Lubicz Sklar


COMPARTILHAR FAVORITOS ver profile do autor fazer comentário Recomende para um amigo Assinar RSS salvar item em delicious relacionar no technorati participe de nossa comunidade no orkut galeria relacionar link VerdesTrigos no YouTube fazer uma busca no VerdesTrigos Imprimir

São Miguel das Missões Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural

VerdesTrigos está hospedado no Rede2

Leia mais

 




 

Link para VerdesTrigos

Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.

Anuncie no VerdesTrigos

Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui

A defesa é o melhor ataque

por Noga Lubicz Sklar *
publicado em 28/12/2008.

Sim. São mais de duzentos. Entender essa onda imensa de simpatia mundial, refrescando a moral longamente combalida do povo palestino, eu bem que entendo. São mulheres e crianças mortas, civis indefesos, inocentes inúteis sem escolha alguma, transformados à revelia em alvo de canhão sem que a isso aspirassem, sim, mas por quem? Por que tantos civis abatidos numa ação militar? Insolência? Sim. Vale perguntar. E no entanto, acreditem, a resposta não virá. A foto publicada intervém. Mostra a mão do desdém: vidas sem valor, mas, para quem?

Nem quero mais mencionar retrospectiva nenhuma, voltar atrás nesse antigo conflito sofrido, tão bem demarcadas as metas e o objetivo da dor a tão longo prazo, que nem mesmo a tão longa ocupação as dilui no tempo, mas... e se fôssemos mais longe ainda? Que premissas básicas teriam sido esquecidas? Quem estaria ocupando quem?

Tudo bem. Existe sim, um direito indiscutível de ambos os lados, e trazendo à arena a pouco duradoura e relativa calma - já que paz na(quela) terra não passa de utopia -, quem foi que a rompeu desta vez? É incrível perceber o quanto me controlo (e sob o culto impactante da mídia até, talvez, me culpe), não comento, me calo, covarde. Resisto ao desejo de nem publicar o texto que ainda por cima deploro: piegas. Não saio às ruas levantando bandeira como os do time oposto, mas se às ruas saísse, seria pelo azul, pelo branco: vi a luz deste mundo entre os que germinaram o sonho sionista, ou melhor, semearam seu sonho sobre a farta colheita do pesadelo nazista, não faria nada mais que o previsto, somente as honras da minha própria história, nada demais, tudo bem, é tarde. Tarde demais pra voltar no tempo, mas eu, que de perdas guerreiras entendo muito pouco, se evito assumir meu legado mereço o desprezo: aceito por omissão que o lado errado é o meu.

Não é o caso de comparar nossos mortos, já que morre menos gente se no país há mais recursos, se a informação plena segue o seu curso e se o progresso sim, faculta a autoproteção. O que tendo a afirmar, sem fugir ao clichê, é que em campo de batalha não existe vitória, só tristeza. Pobreza. Penumbra. Pobre povo castrado, vítima do abuso de seus próprios eleitos, basta de exploração política. Sim. Convenhamos. A grama do seu vizinho é muito, mas muito mais verde que a sua, o que resulta em dois caminhos: cultivar a inveja, ou a técnica correta de cultivo. Mais vale uma paz conquistada, negociada no seu portão, do que a bala sempre voando, heróica e mortal ilusão. Ou não?

Os que me julgam errada, vendida, enganada, justiceira perdida na contramão, me escutem quando o sangue ferve, e a língua já ressecada pela auto-repressão enfim se destrava. Baixem as armas. Abram as portas. Aceite-se a paz por decreto, se não se encontrar outro jeito. Me iludo? Com certeza. Mas quanto mais sangue se derrama, mais sangue segue derramado e não é deste apoio vago, manipulado por mentes escusas, que virá finalmente a justiça, e que justiça seria essa? Israel empurrada ao mar? Sei que ecoam em mim tantas perdas humanas, mas por que hesitaria ao defender meu lado, isso não entendo: é direito de berço.

Com todo seu poder conquistado, seu saber adquirido, seus amplamente criticados aliados de praxe, o Estado de Israel, vítima pública de sua própria força, tem pleno direito à defesa de seus direitos. Fomos atacados.

Sobre o Autor

Noga Lubicz Sklar: Noga Lubicz Sklar é escritora. Graduou-se como arquiteta e foi designer de jóias, móveis e objetos; desde 2004 se dedica exclusivamente à literatura. Hierosgamos - Diário de uma Sedução, lançado na FLIP 2007 pela Giz Editorial, é seu segundo livro publicado e seu primeiro romance. Tem vários artigos publicados nas áreas de culinária e comportamento. Atualmente Noga se dedica à crônica do cotidiano escrevendo diariamente em seu blog.

Para falar com Noga senda-lhe um e-mail ou add-lha no orkut.

< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>

LEIA MAIS


Sobrevivendo com a chuvinha, por Efraim Rodrigues.

Passeio Socrático, por Frei Betto.

Últimos post´s no Blog Verdes Trigos


Busca no VerdesTrigos