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Leilão de florestas públicas e Controle do Dano
por Efraim Rodrigues
*
publicado em 16/11/2007.
A árvore caindo em meio ao barulho da moto-serra é uma imagem tão horripilante quanto a do viciado se picando. Em ambos casos, o que há por trás desta cena pode ser ainda pior.
A escolha entre desmatar ou não a Amazônia não existe. Dados os níveis de educação, contexto sócio econômico e demandas de um mercado já existente, continuaremos a desmatá-la por muitos anos. Fazendo a lição de casa em várias áreas, no entanto, poderemos reduzir o dano.
O leilão de florestas públicas é uma dose de realismo necessária ao movimento ambientalista, assim como foi a idéia de redução de dano para a saúde pública. Muita gente considera errado distribuir seringas para viciados. No entanto, aqueles que conhecem o que se passa por trás da imagem da pessoa se drogando, sabem que acabar com as drogas é um sonho irreal, pelo menos para as próximas décadas. Conclusão: melhor drogado, do que drogado e contaminado.
Indo pela BR 364 de Porto Velho até a divisa com Mato Grosso, estradas de terra estrategicamente locadas a cada 5000m da rodovia, entram centenas de Km mata adentro. A BR 364 se parece com uma espinha de peixe cortando o centro de Rondônia. Sobraram somente dois trechos maiores de mata: Um a oeste da BR 364, de 200 X 150 Km, que vai até a fronteira com a Bolívia, e outro a leste da estrada, na direção do Amazonas, de 100 X 100 Km, onde está o Jamari.
É triste reconhecer que o poder público não é capaz de garantir a integridade desta floresta, mas seria ainda mais triste ver o último trecho de floresta de Rondônia ser desmatado ano a ano, por meio de vários “jeitinhos”.
Como que o mesmo governo que não consegue impedir o desmatamento, irá garantir que a exploração da floresta e mineração serão sustentáveis no Jamari ? Os ganhadores da licitação pagarão a conta de serem fiscalizados por instituições internacionalmente reconhecidas, como o FSC.
Até aqui, exploração sustentável era disciplina acadêmica ou sonho de ongueiro. A experiência existente é resultante de pequenas áreas, isoladas do contexto sócio-econômico. Há ainda uma série de perguntas ecológicas e financeiras não respondidas, mas só poderemos respondê-las fazendo na prática.
Este leilão é importante não só para evitar a destruição das últimas florestas de Rondônia, mas também para estabelecer um modelo menos danoso de exploração da Amazônia.
Sobre o Autor
Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>
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