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O verdadeiro amor - Primeira Parte

por Rodrigo Capella *
publicado em 11/09/2007.

Estava com quase vinte e cinco anos e ainda sonhava em encontrar o homem perfeito. Não, eu não queria um príncipe encantado montado num cavalo branco. Diferente das mulheres da minha idade, eu procurava apenas um homem sincero e com todos os dentes bem escovados.

Iniciei a busca pela Internet, estabelecendo conversas virtuais com possíveis candidatos, dos mais variados tipos e tamanhos. No total, foram cinqüenta encontros cibernéticos ou, se você preferir, duzentas e dez horas dedicadas à procura da minha cara metade. Resultado: três idas ao cinema, assistindo péssimos filmes.

Insatisfeita, liguei para Alex, meu colega de faculdade. Talvez ele pudesse me ajudar:

- Fala linda, há quanto tempo....

- Alex, Alex, sua voz continua a mesma.

- Amor, eu amo a minha voz.

Demos muitas risadas, durante longos minutos.

- Mas, me diga, o que você precisa?

- Passei vinte e cinco anos procurando o homem perfeito para mim. Participei de conversas via Internet e nada, nada deu certo. O que eu posso fazer, meu amigo?

- Ufa! Amiga achei que você estava doente. Relaxa, de homem eu entendo. Já tive vários namorados. Linda, você quer um conselho? Aqui vai: cotidiano, cotidiano é a palavra-chave.

- Como assim?

- Repare nos homens que estão perto de você.

- Alex, obrigada, você abriu o caminho.

- De nada. Eu queria abrir outra coisa.. Hum... Mas, o João está viajando...

Desliguei o telefone. Estava na hora de encontrar o meu homem. Cotidiano. Repeti essa palavra durante longos minutos e construi mentalmente a minha rotina: acordo ás sete, tomo café, vou para a faculdade e volto para casa. Assisto desenho animado até ás oito da noite, subo para quarto e faço anotações no meu diário durante duas horas. Depois, vou dormir e acordo ás sete.

Cotidiano, cotidiano. É claro, o meu homem perfeito só podia estar na faculdade. Ah! O cara que serve batatas durante o almoço. Ele é muito lindo e vive me olhando meio estranho, diferente. Bingo!

No dia seguinte, não tive dúvidas: entrei na fila das batatas, e, respirei fundo, para entregar um bilhete à tampa da minha panela: “eu sei que você não me conhece, mas estou à procura do meu príncipe encantado e sei que ele é você. Me liga. Meu número é....”.

- Alô.

Timidamente, eu não respondi. Achei que era ele. A minha mão suava, o cabelo se desmanchava, o esmalte saia da unha, eu queria me atirar da janela. Pena que ela estava fechada.

- Alô, quem é?

- O cara das batatas.

Rimos bastante, minutos após minutos. Minha mandíbula doeu, fiquei nervosa, queria me matar.

- Que bom que você ligou.

- Obrigado.

O silêncio sempre surge do nada, para dizer nada, para causar surpresa.

- Oi, você está ai?

- Sim, estou no telefone.

- Estava pensando em sair hoje á noite, que tal?

- Hoje, hoje a noite?

- É, você pode?

Fiz alguns segundos de suspense. Eu queria muito, mas nessa hora a mulher precisa se valorizar.

- Alô, posso, claro, posso sim. Me pegue às oito, tá, ás oito!

- Tudo bem, ás oito.

- Beijos, até mais.

- Perai, e o seu endereço?

- Anota. É avenida....


O conto continua. Aguarde a segunda parte.


Sobre o Autor

Rodrigo Capella: Escritor, poeta e jornalista, Rodrigo Capella nasceu em São Paulo, Capital, no ano de 1981. Publicou o primeiro livro, intitulado "Enigmas e Passaportes" (Forever Editora), em 1997, com apenas 16 anos. Em 2005, quase dez anos depois, o autor voltou ao cenário literário com dois lançamentos: "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", ambos pela Editora Zouk. Rodrigo Capella também publicou poemas em diversas antologias, entre elas "Diversos" (Andross Editora), "Ave Palavra" (Clube Amigos do Livro) e "Além da palavra" (Scortecci Editora). Em breve, Capella vai lançar "Rir ou Chorar, o cinema sentimental", obra que narra as aventuras do cineasta Ricardo Pinto e Silva. Esse livro vai ser lançado pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, comandada por Rubens Ewald Filho.
Mais informações: www.rodrigocapella.com.br

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