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Sobrevivendo com a chuvinha

por Efraim Rodrigues *
publicado em 27/07/2007.

O Brasil é abençoado porque não temos terremotos, furacões, gelo ou desertos. Nestes países, dizem as professoras, as pessoas têm que gastar uma enormidade de tempo e energia se preparando para estas adversidades. Na minha lógica infantil, eu via estes países sem poder se desenvolver, porque tudo que faziam no verão se perdia no inverno, ou nas avalanches, terremotos e furacões. Só depois fui perceber que a vida dos japoneses em cima de uma falha geológica é muito melhor que a nossa, assim como a dos escandinavos com 3 ou 4 horas de sol no inverno, ou a dos moradores da tempestiva Flórida.

Entre todas limitações ambientais, é nos desertos que a vida costuma ser pior, assolada por fome e doenças. É assim no Sahel, às margens do deserto do Saara, assim como no semi-árido nordestino, ou no Oriente Médio. Os desertos, ao contrário do gelo, das tempestades e terremotos, são construídos pelo homem (agora estamos aprendendo a fazer tempestades também !). É natural que os mesmos que criaram desertos, não consigam debelar suas próprias fomes e doenças.

É também natural que aqueles que vivem entre 10 e 40 graus, achem terrível um -20. Não é, se você tiver um estilo de vida adaptado. A vantagem de ter um problema a resolver é você ter que pensar um estilo de vida adaptado.

Nosso país tem que lidar com temperaturas altas durante um verão de oito meses. Por que então nossas casa são tão fechadas ? Por que não fazemos as benditas ranhuras na pista, se é freqüente cair uma chuvinha no inverno paulistano ? Por que ficamos brigando para construir mais duas usinas hidrelétricas, se podemos matar o grande vilão, o chuveiro elétrico, com aquecedores solares simples ?

As limitações ambientais são um problema menor do que a falta de percepção ambiental, e não precisamos das instituições centenárias do primeiro mundo para fazer com que caia a ficha que algumas ações simples podem melhorar nossa qualidade de vida.

Na Nigéria, agricultores sem educação formal alguma, perceberam a importância das árvores para sua vida, e estão mudando o clima de seu pais. Isto não é só visível nos relatórios de burocratas, mas principalmente nas imagens de satélite. A transformação da Nigéria nos faz pensar sobre melhorarmos nosso ambiente, e que o simples conhecimento do funcionamento da natureza, tal qual coisa distante e alheia, não seja o suficiente para que consigamos criar modos de vida adaptados aos ambientes onde vivemos.

Sobre o Autor

Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.

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