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Os renascentistas e o lixo
por Efraim Rodrigues
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publicado em 16/06/2007.
Em maio, já temos no Brasil 102 milhões de linhas de celulares. Assim como em todo equipamento eletroeletrônico, os celulares são de difícil reciclagem, porque encerram uma combinação de diferentes materiais. Entre as substâncias que compõe os circuitos de materiais eletroeletrônicos, estão vários metais pesados. Um estudo da UNICAMP colocou circuitos integrados em contato com água, para simular o seu efeito em contato com o ambiente, e descobriu que elas liberam grandes quantidades de cádmio e chumbo. Não seria bom para a sua saúde, ter uma montanha de circuitos integrados nos fundos da sua casa, mas como trocamos de celular, TV, geladeira etc cada vez em
períodos mais curtos, o lixo acaba sendo inevitável.
O grande objeto de desejo agora são as TVs de plasma. Para onde vão os tubos catódicos das TVs antigas ? Cada um deles contem até 4 kg de óxido de chumbo. A cada TV moderna que entra na sala de visitas da zona sul, uma outra deixará alguma sala na periferia em direção ao lixão. Mas isto não é problema, afinal, os lixões nunca ficam na zona sul. Eles estão sempre na periferia mesmo....
O precursor da obsolescência programada são as lâminas de barbear descartáveis. Um homem precisa ter mais habilidade e tempo para barbear-se com uma navalha que com uma lâmina descartável. O conceito econômico que usamos, mesmo sem saber quem foi David Ricardo, é que se gastarmos tempo com uma coisa banal, como fazer a barba, em detrimento de nossa profissão, estaremos deixando de ganhar dinheiro. Portanto, só conserta objetos quem não tem uma profissão que o remunere decentemente.
Há uma coisa que o célebre economista não levou em conta. É muito chato e bitolado fazer uma coisa só. Pessoas criativas querem saber como se afia uma navalha, ou como se conserta um liquidificador. Além de seu trabalho, elas gostam de educar-se sobre o funcionamento das coisas, consertando-as. Para este tipo de pessoa, fugida da renascença direto para o século 21, a profusão e baixo custo de ferramentas é um verdadeiro sonho, ao mesmo tempo um pesadelo para quem precisa vender um fogão a cada dois anos para a mesma família.
Sobre o Autor
Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>
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