Crônicas,contos e outros textos
PÁGINA PRINCIPAL → LISTA DE TEXTOS → Rodrigo Capella →
Verdes Trigos em São Miguel das Missões/RS - Uma viagem cultural
VerdesTrigos está hospedado no Rede2
Leia mais
-
NOSSOS AUTORES:
- Henrique Chagas
- Ronaldo Cagiano
- Miguel Sanches Neto
- Airo Zamoner
- Gabriel Perissé
- Carol Westphalen
- Chico Lopes
- Leopoldo Viana
- mais >>>>
Link para VerdesTrigos
Se acha este sítio útil, linka-o no seu blog ou site.
Anuncie no VerdesTrigos
Anuncie seu livro, sua editora, sua arte ou seu blog no VerdesTrigos. Saiba como aqui
Uma obra que ainda faz barulho
por Rodrigo Capella
*
publicado em 11/05/2007.
Até hoje, estuda-se quais foram as principais influências desse poeta. Estudiosos citam o filósofo inglês positivista Herbert Spencer, autor de “Estatística Social”e “Sistema de Filosofia Sintética”. Há quem também prefira relacionar Agusto dos Anjos com o naturalista alemão Ernst Haeckel, autor de “Formas de Arte da Natureza” e defensor ferroz de Darwin.
Mas, na verdade, faltam provas concretas. Sobram suposições. Bacharelado em Direito, o autor lançou “Eu e outras poesias” em 1912, com apenas 28 anos. Época em que, no Brasil, existiam dois grupos literários: os parnasianos e os simbolistas. Os parnasianos, liderados por Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, defendiam a “arte pela arte”, ou seja, preocupava-se com a forma, mas não em se expressar sentimentos e experiências. Já os simbolistas, tinham uma poesia mais dramática e subjetiva.
Teria Augusto dos Anjos também se inspirado nesses dois movimentos? É possível, mas não totalmente comprovado. O autor, assim como os parnasianos, não se apoia em temas autobriográficos, mas, em alguns momentos, contraria o movimento ao expor sentimentos: “essa obsessão cromática me abate / não sei por que me vêm sempre á lembrança / o estômago esfaqueado de uma criança”.
O título do livro, “Eu e outras poesias”, sugere uma obra de confissões? Engana-se quem teve essa impressão. O “eu” da obra é subjetivo e bastante impessoal, o que confere ao autor uma marcante característica simbolista: “uivava dentro do eu, com a boca aberta”. Mas, o poeta, diferente dos outros adeptos desse movimento, não utilizou em excesso referências aos sentidos.
Tratava-se, então, de um poeta confuso? Não, nada disso. Essa é simplesmente uma eterna contradição de quem se propõe a escrever poesias. Não se pode encaixar Augusto dos Anjos em um movimento rotulado, assim como não se pode classificar qualquer outro poeta. O fato é que a poesia, diferente da prosa, é solta e subjetiva por si só, premitindo ao escritor variar o estilo e apresentar elementos de diversos movimentos.
Muitos livros poéticos vão, portanto, continuar a ser mistérios. E isso é bom. O mistério envolve o homem, disperta a leitura e, principalmente, provoca curiosidade.
Sobre o Autor
Rodrigo Capella: Escritor, poeta e jornalista, Rodrigo Capella nasceu em São Paulo, Capital, no ano de 1981. Publicou o primeiro livro, intitulado "Enigmas e Passaportes" (Forever Editora), em 1997, com apenas 16 anos. Em 2005, quase dez anos depois, o autor voltou ao cenário literário com dois lançamentos: "Como mimar seu cão" e "Transroca, o navio proibido", ambos pela Editora Zouk. Rodrigo Capella também publicou poemas em diversas antologias, entre elas "Diversos" (Andross Editora), "Ave Palavra" (Clube Amigos do Livro) e "Além da palavra" (Scortecci Editora). Em breve, Capella vai lançar "Rir ou Chorar, o cinema sentimental", obra que narra as aventuras do cineasta Ricardo Pinto e Silva. Esse livro vai ser lançado pela Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial, comandada por Rubens Ewald Filho.Mais informações: www.rodrigocapella.com.br
< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>
LEIA MAIS
Armas: a solução de João, por Contardo Calligaris.
SIMPLESMENTE, CHARLES DICKENS, por Ademir Pascale Cardoso.