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UMA ÁRVORE ENCANTADA: a estréia de Edna Rezende como contista

por Chico Lopes *
publicado em 10/05/2007.

Irmã de Rosângela Vieira Rocha, novelista e contista de Brasília ("Rio de pedras", "Véspera de lua", "Pupilas ovais"), foi através de Rosângela que conheci Edna Rezende, também residente em Brasília. Um exemplar de "Dobras da noite", meu segundo livro de contos, chegou às mãos de Edna via Rosângela e ela me escreveu para que trocássemos idéias sobre contos. Mais tarde, revelou-me, com certa timidez típica de iniciante, que tinha alguns contos prontos e que queria que os conhecesse e opinasse sobre eles.

São os contos que formam "A árvore das encomendas", livro que estará sendo lançado brevemente em Brasília pela LGE -Editora em parceria com o FAC - Fundo da Arte e da Cultura da Secretaria de Estado da Cultura do Distrito Federal.

São quinze narrativas, e o prefácio vem assinado por um brasileiro famoso: Ziraldo, que nasceu em Caratinga, cidade próxima à Inhapim natal de Edna (e de Rosângela). Ele, começando o prefácio pela nota de que "inhapim" é um pássaro pequeno, observa lá pelas tantas: "As lembranças infantis de Edna são muito fortes e se evidenciam em seus textos, ainda que estes textos não pareçam resultado de sua vivência infantil. Essas lembranças, contudo, ajudam Edna a construir seus densos personagens transpassados das mais profundas reflexões. Eu gostaria de ler mais coisas escritas por esta menina de Inhapim, cuja alma perscruta horizontes que nada têm a ver com os morros de pastos mal cuidados que cercam nossas cidadezinhas do Vale do Rio Doce, toldando nossa visão do horizonte (que a gente tem que esticar o pescoço pra enxergar). Meu Deus, como a Edna estica o pescoço! Creio ser quase evidente que ela não se tenha bastado apenas com o canto do inhapim..."

A densidade do Feminino

Edna milita pela densidade do Feminino. Seus personagens são mulheres, casadas, solteiras, solitárias, ricas, de classe média ou pobres, em contato com o Mundo, fazendo descobertas, tendo seus malogros, reinventando a vida através dos encantamentos que lhes são possíveis. O conto que abre o livro, "Lágrimas do mar", é muito original, com um desfecho surpreendente de fato. A heroína chama-se Pearl, em homenagem a Pearl White, estrela americana de seriados do cinema mudo ("Os perigos de Pauline"). Por vezes, uma imensa seriedade, quase trágica, brota dessas personagens femininas, cuja resignação é só aparente (ver "Verde-malva") Edna nunca escamoteia a seriedade da vida, mas sabe rir. Ela sempre se recupera, seja pelo bom humor, seja pela poesia, e isso fica evidente em contos como "Fisiologia", "Petúnia" e no conto que dá título ao livro, que mostra uma hábil mistura do encantamento infantil com a dor da experiência. As experiências de menina juntam-se às da mulher adulta e, seja como for, veremos Edna se safar do peso de viver pelo uso da poesia e da ironia. Com habilidade e astúcia no uso das palavras. Ela sabe sustentar um tom entre evocativo, cômico e dramático.

São contos que revelam uma estreante que demorou a estrear por timidez, hesitação, por na certa ponderar muito sobre seu fazer, até sentir-se um pouco mais segura para publicar seu primeiro livro. Mas, nem era preciso hesitar tanto. A edição, com 150 páginas, é bem cuidada, com capa de Gustavo, filho de Edna. O lançamento será no próximo dia 23, no restaurante Carpe Diem, de Brasília, às 19h. Todos devem conferir.

Sobre o Autor

Chico Lopes: Chico Lopes é autor de dois livros de contos, "Nó de sombras" (2000) e "Dobras da noite" (2004) publicados pelo IMS/SP. Participou de antologias como "Cenas da favela" (Geração Editorial/Ediouro, 2007) e teve contos publicados em revistas como a "Cult" e "Pesquisa". Também é tradutor de sucessos como "Maligna" (Gregory Maguire) e "Morto até o anoitecer" (Charlaine Harris) e possui vários livros inéditos de contos, novelas, poesia e ensaios.

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Francisco Carlos Lopes
Rua Guido Borim Filho, 450
CEP 37706 062 - Poços de Caldas - MG

Email: franlopes54@terra.com.br

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