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Quatro aves correm risco de extinção no Pontal
por .::. Verdes Trigos Cultural .::.
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publicado em 02/12/2006.
Restam no Pontal cerca de 5% de Mata Atlântica, considerando as áreas úmidas, segundo o ambientalista da Associação de Proteção do Rio Paraná e Matas Ciliares (Apoena), Djalma Weffort. "A região está muito degradada", pontua. Ele afirma que a legislação estabelece que o local deveria possuir, no mínimo, 20% de Mata Atlântica.
Segundo a assessoria de imprensa do Ipê, há cerca de 50 anos, fazendas monocultoras e de criação de gado iniciaram a ocupação no Pontal do Paranapanema, localizado no extremo Oeste de São Paulo. Esse fato transformou a paisagem da região em um conjunto de fragmentos de florestas. De acordo com a assessoria, estudos científicos revelam a necessidade de frear o desmatamento e trabalhar pela recuperação da Mata Atlântica que ainda resiste.
Por meio da pesquisa realizada para a conclusão de seu doutorado, Uezo percebeu que "a extinção de muitas espécies na região pode ainda não ter ocorrido por falta de um intervalo de tempo maior". Seu doutorado é sobre a composição e estrutura da comunidade de aves na paisagem fragmentada do Pontal, realizado no Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências, da Universidade de São Paulo (USP), sob orientação do biólogo e especialista em Ecologia da Paisagem, Jean Paul Metzger.
Estudos científicos revelam que, após 50 anos de isolamento, fragmentos de aproximadamente mil hectares apresentam metade das extinções de aves que ainda devem acontecer. "Esse resultado revela a urgência do estudo sobre a avifauna e a necessidade de amenizar os impactos negativos da fragmentação", alerta Uezo. De acordo com o biólogo, "o isolamento em remanescentes florestais no Pontal é enorme. Um pássaro para sair de uma área e chegar em outra precisa percorrer mais de cinco quilômetros. E muitas espécies não conseguem fazer essa trajetória", ressalta.
Na região existem quatro espécies consideradas ameaçadas de extinção: a cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata), a araponga (Procnias nudicollis), o macuco (Tinamus solitarius) e o tiririzinho-do-mato (Hemitriccus orbitatus). Já a chibante (Laniisoma elegans) é tida como vulnerável.
Conforme a assessoria, no projeto, realizado desde 2003, foram amostradas 28 áreas, dentre elas 21 remanescentes de florestas e sete áreas dentro do Parque Estadual do Morro do Diabo, localizado em Teodoro Sampaio. O parque foi considerado área de controle do estudo por apresentar a maior cobertura de vegetação.
A pesquisa considerou o histórico da fragmentação, a sensibilidade e percepção das espécies à paisagem degradada, a influência da conectividade da paisagem por corredores ecológicos (que conectam fragmentos isolados, auxiliando na movimentação das espécies pela paisagem) e a relação parasita-hospedeiro entre as aves e os carrapatos. O tamanho e grau de isolamento dos fragmentos e a qualidade da floresta determinam a abundância e a distribuição das 147 espécies dependentes de florestas identificadas na paisagem do Pontal.
A assessoria do Ipê diz que a pesquisa constatou que a diversidade varia de acordo com o tamanho das áreas verdes, e que este é o fator mais determinante para definir a sensibilidade de boa parte das espécies. "A diversidade de aves é progressivamente menor na área do Parque com fragmentos grandes, médios e pequenos", diz Uezo.
Fatores
O biólogo ainda afirma que as espécies endêmicas da Mata Atlântica, como olho-de-fogo (Pyriglena leucoptera), araponga (Procnias nudicollis), surucuá-de-barriga-vermelha (Trogon surrucura) e tangará dançador (Chiroxiphia caudata), são mais afetadas do que as não-endêmicas. Ele explica que isso ocorre porque o Pontal está numa área-limite da Mata Atlântica, e, portanto, é borda também da distribuição das espécies endêmicas, o que já determina populações menores e conseqüente grau maior de ameaça. "A sensibilidade das aves à fragmentação acaba sendo maior nessas áreas", diz.
De acordo com a assessoria, a qualidade da estrutura da vegetação, como a densidade de árvores, foi estudada para determinar a sensibilidade das espécies. Como o quase extinto macuco, há aves adaptadas a menos tipos de floresta, o que as tornam menos flexíveis para paisagens degradadas. "O manejo dos fragmentos pode melhorar a qualidade da vegetação e, assim, permitir que espécies mais sensíveis se instalem nessas áreas", esclarece Uezu. Ele cita o plantio de árvores nativas e a retirada dos cipós, que impedem o crescimento da vegetação - como atitudes relevantes.
O biólogo afirma que "no Pontal é péssima a qualidade das florestas. As áreas florestais estão muito degradadas por causa do pasto e da plantação de cana-de-açúcar, que predominam nessa região". Para Uezo, as espécies de aves florestais têm dificuldade de saírem de um remanescente florestal, o que aumenta a possibilidade dessas espécies se perderem na paisagem. "Isso dificulta a recolonização de outras áreas, aumentando as chances dessas aves entrarem em extinção local", frisa.
"No Morro do Diabo existem espécies que só ocorrem lá, e isso é preocupante, pois demonstra que esse é o último refúgio que essas aves encontram, pois não conseguem sair dessa área ou não encontram hábitat favorável em outras áreas", enfatiza o biólogo.
Para Weffort, a pesquisa realizada por Uezo é importante porque "as aves são indicadoras da qualidade ambiental. Quanto mais preservado é o ecossistema, mais espécies de aves ocorrem naquela região. E todas as pesquisas na área ambiental são bem-vindas, já que são muito importantes para a conservação do local".
Ações defendem ‘corredor ecológico’
O promotor de justiça do Meio Ambiente, Nelson Bugalho, afirma que no Pontal do Paranapanema não existe nenhum projeto sendo implementado pela Promotoria que trate especificamente de aves. “No Morro do Diabo, estamos realizando a reconstituição do hábitat e das florestas”, diz. Bugalho afirma que 260 hectares serão reflorestados e um corredor ecológico será feito, para ligar as áreas fragmentadas. “Isso para contribuir com o fluxo da flora e da fauna”, pontua.
De acordo com o ambientalista Djalma Weffort, a Apoena está promovendo o levantamento da fauna no médio Pontal do Paranapanema, que engloba os remanescentes da reserva florestal da Lagoa São Paulo, da reserva legal Maturi e dos Parques Estaduais do Rio do Peixe e Aguapeí. Weffort ressalta que 145 espécies de aves foram encontradas, entre as quais algumas ameaçadas de extinção, como a cicônia.
Para o ambientalista da Apoena, “algumas atitudes devem ser tomadas para que os problemas enfrentados pelo Pontal sejam sanados”. “É preciso investir em pesquisas, conservar os fragmentos existentes e recuperar as áreas degradadas por meio de reflorestamento, principalmente nas margens de rios e córregos, criando corredores ecológicos que ligam as áreas fragmentadas”, afirma. E completa: “Deve-se divulgar para a população a grande importância que as aves têm para a conservação da biodiversidade e para o equilíbrio ambiental, como o controle de pragas”, afirma.
Fonte: DA REDAÇÃO => Jornal "O IMPARCIAL", de Presidente Prudente/SP
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