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Dois Mundos

por Efraim Rodrigues *
publicado em 18/11/2006.

A grande notícia da semana nos meios ambientais é o artigo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), por um time transcontinental de pesquisadores, mostrando que a floresta está aumentando em vários países. Resumindo, ele diz que os países ricos aumentam suas florestas. Talvez porque ganham dinheiro vendendo produtos de alta tecnologia, e com isto não precisam usar a terra para agricultura (esta interpretação já é minha, não do artigo). E quando ele fala em países ricos, o artigo não se refere aos óbvios Estados Unidos, França, Inglaterra, etc. Há bolsões de riqueza espalhados pelo mundo, o que termina por incluir vários outros países, como China e Índia, no rol daqueles que depois de desmatar, chegaram ao fundo do poço, e daí começaram a restaurar suas florestas.

Mesmo no Brasil, que no artigo consta justamente como um desmatador, há porções de nosso território que estão reflorestando-se. No Norte do Paraná, por exemplo, um bolsão de riqueza agrícola em nosso país, a área florestada vem crescendo lentamente desde os anos 70.

Mas para o rico, restaurar floresta é fácil. Qualquer região que ganha dinheiro oferecendo serviços e produtos de alta tecnologia, pode-se dar ao luxo de ter um "jardim" florestal para expiar seus eventuais pecados, porque os países ricos ganham muito pouco dinheiro com sua agricultura. Alguns até perdem dinheiro, subsidiando a produção.

Na semana passada, eu conheci um exemplo bem mais intrigante do que este do artigo da revista PNAS. No Norte de Santa Catarina, na divisa com Paraná, um ex-produtor de fumo e carvão, está iniciando a produção de erva mate dentro da floresta. Esta erva criada na sombra é de melhor qualidade que a do sol, e por isso é melhor remunerada. Em meio à floresta, o ataque de pragas também é muito menor. Na agrofloresta do Anísio também tem vários outros produtos, tanto de uso para a família dele quanto para venda.

O Anísio talvez não saiba, mas sua agrofloresta está acertando uma divida de várias décadas, quando começamos a implantar em nosso país tropical, um conjunto de técnicas que funciona muito bem nas regiões temperadas, com poucas espécies, mas é muito pouco eficiente em nosso país, tão cheio de espécies, que sempre há uma com as características necessárias para se tornar uma praga. E daí dá-lhe inventar produto novo para a praga nova que apareceu. Até quando poderemos contar com a criatividade de nossos agrônomos, e o bolso de nossos produtores ?

É uma pena que o mundo da revista PNAS e do Anísio não se toquem.

Sobre o Autor

Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.

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