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Desmatamento e Desenvolvimento
por Efraim Rodrigues
*
publicado em 16/10/2006.
Em especial, no caso do desmatamento da Amazônia, as enormes dimensões do problema, aliado à distância dos grandes centros, torna esta questão ainda mais difícil de avaliar para os eleitores.
Os dados disponíveis no INPE mostram uma queda entre 1988 e 1991, seguida de uma tendência de aumento entre 1992 e 2004. Em 2005 o desmatamento se reduziu dramaticamente. O menor desmatamento que conseguimos foi em 1991, e o maior em 1995. Falar em dezenas de milhares de km2, é como falar em anos luz. É tanto, que não sabemos quanto é.
Curitiba está a 1.000 Km de Brasília. Uma estrada reta ligando as duas cidades, com 10 km de largura, teria 10.000 km2 de área, e seria um pouco menor que o menor desmatamento que conseguimos atingir, em 1991, de 11.030 km2 (há uma boa controvérsia sobre estes dados iniciais, mas deixemos de lado agora). Em 1995, o desmatamento foi tão grande, que a mesma estrada deveria ter 30 km de largura.
Um grande causador do desmatamento é o crescimento da agricultura. Se correlacionarmos os dados de crescimento da agricultura (fornecidos pelo CEPEA da ESALQ) com os dados de desmatamento, veremos que a cada 1 por cento que o agronegócio melhora, há uma tendência de aumentar o desmatamento em 635 km.
É aqui que o tão falado desenvolvimento sustentável deveria entrar em cena. Não basta reduzir o desmatamento da Amazônia, parando a agricultura, como fizemos em 2005.
Também não é positivo ter recordes de desmatamento quando a agricultura vai para a frente, como em 1995, 2003 e 2004. Quais anos foram os melhores para o binômio desmatamento e desenvolvimento da agricultura ?
O ano de 2002 foi catastrófico para a Amazônia e fantástico para a Agricultura. Um pelo outro, desmatamos ainda menos do que seria esperado para os 8% que o agronegócio se expandiu naquele ano. 2003 foi parecido.
O pior ano foi justamente 2005, quando todos comemoramos a redução do desmatamento para níveis dos anos 90. No entanto, isto veio acompanhado de uma redução do agronegócio em quase 5%. Isto sugere que esta redução não se deu pela melhoria nos mecanismos de controle, mas simplesmente porque a agricultura não teve como avançar. Com a agricultura retomando seu desenvolvimento, devemos esperar a retomada do desmatamento na Amazônia.
Sobre o Autor
Efraim Rodrigues: Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é doutor pela Universidade de Harvard, Professor Adjunto de Recursos Naturais na Universidade Estadual de Londrina, Consultor do Programa Fodepal da FAO-ONU e Editor da Editora Planta, sem fins lucrativos.< ÚLTIMA PUBLICAÇÃO | TODAS | PRÓXIMA>
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