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Agradecimentos, Muralha da China e Compay Segundo

por Carol Westphalen *
publicado em 31/07/2003.

Nunca pensei que um dia fosse receber um e outro e-mail reclamando da minha ausência. Nem todas as pessoas gostam de ler sobre verdades, pois, segundo a crítica, meus textos sempre foram fortes e ácidos. Voltei do sul há duas semanas e fiquei quase um mês sem escrever. Cheguei em casa, beijei minha cama e fui conferir minha caixa postal. Parece mentira, mas procuro usar as críticas e os elogios que recebo durante a semana como combustível. Já recebi muitas críticas, mas jamais imaginei receber um elogio de gente que vive do outro lado do Atlântico. Ana C., um ser pensante que vive em Portugal, queria saber por que eu havia ficado todos esses dias sem escrever. Quando eu tinha uns 16 anos, uma cigana me disse que o que eu tinha pra dizer às pessoas iria atravessar um grande mar. Nunca acreditei muito nessas coisas - não dei a menor bola, claro. Bom, sem mais enrolações, gostaria de agradecer os e-mails que tenho recebido.

São Paulo continua caótica. Mas, felizmente ou infelizmente, dizem que é nela que está o ouro. Essa afirmação é extremamente válida pra quem tem um desejo incontrolável de consumir o tempo todo. Sou hipócrita, apesar de acreditar na teoria da simplicidade. O ser humano pode muito bem viver toda uma vida simplesmente, sem grandes luxos. Pra que tanto ouro? Nossa existência disponibiliza de outros assuntos a serem discutidos e solucionados. Claro que é preciso dinheiro pra resolvermos inúmeras situações, mas ambição financeira descontrolada com finalidade para supérfluos pode, inclusive, ser o começo de alguma patologia. Dói na alma termos que aceitar que a moeda é, sem sombra de dúvida, quem governa esse mundo. Existe, inclusive, um preconceito anti-miscigenação em cima dessa questão. Dificilmente uma pessoa com alto poder aquisitivo irá se misturar com quem não tem onde cair morto. O dinheiro, na verdade, é um muro entre os que tem e os que não tem, sendo que para os ricos não existe um outro muro entre suas necessidades, desejos e caprichos. Já, entre as necessidades e desejos de quem é pobre, existe uma muralha igual ou maior a da China - a Muralha da China foi construída com tijolos, pedras e argila. Ela tem 6.400 km e 9 m de altura em quase todo seu trajeto com torres de 12 m em intervalos. Quem começou a construí-la foi o primeiro imperador da China unificada, Shih Huang-ti, em 214 a.C. com o objetivo de formar um sistema de defesa contra tribos nômades. Ao longo dos séculos XVI e XVII, ela foi reforçada. A Muralha da China é o único monumento terrestre que pode ser visto da Lua.

E, para encerrarmos o artigo de hoje, falemos sobre uma grande perda para o mundo da música cubana. Compay Segundo - um dos músicos cubanos mais consagrados dessa última década -, faleceu aos 95 anos de insuficiência renal em Havana (Cuba). Francisco Repilado - seu nome verdadeiro -, nasceu em Siboney (Cuba) em 1907. Compôs sua primeira música na adolescência e começou a tocar em grupos de Santiago com seu famoso "armónico" - um instrumento de sete cordas inventado por ele mesmo - uma mistura de guitarra espanhola com "três cubano" - violão de apenas três cordas. Tocou no quinteto Cuban Stars e no grupo musical de Miguel Matamoros. Mas foi no dueto "Los Compadres", com Lorenzo Hierrezuelo, que ficou conhecido como "Compay" - que significa "companheiro" na gíria cubana - nos anos 50. A revolução de 1959 acabou com a boemia e, então, Compay Segundo caiu no ostracismo e foi trabalhar numa fábrica de charutos. Nos anos 80 ele voltou a se apresentar esporadicamente em Cuba, Estados Unidos e Espanha. Mais tarde começou a tocar ao lado de Eliades Ochoa e Ibrahim Ferrer, formando o Buena Vista Social Club - onde ganhou fama e reconhecimento. Em 1999, o diretor alemão Wim Wenders realizou um documentário sobre o Buena Vista Social Club, pelo qual recebeu um Oscar como melhor documentário desse mesmo ano. Corram paras suas locadoras! Brasileiro é triste. Quando morre alguém muito famoso, o povo corre desesperado para ver quem foi que deixou de existir.


Citação:

"As flores da vida chegam para todos, temos que estar atentos para não perdê-las. As minhas chegaram depois dos 90." Compay Segundo

Sobre o Autor

Carol Westphalen: Caroline C. Westphalen nasceu em Porto Alegre, mas aos 10 anos foi morar em São Paulo. Formou-se em Comunicação Social e fez pós-graduação em Sócio-Psicologia. Atualmente, mora no litoral do Rio Grande do Sul, faz Psicologia e trabalha como jornalista/colunista.Em 1999, escreveu "Confluência dos Ws" (Editora Writers), uma pequena compilação de crônicas e contos, junto com o amigo Diego Weigelt, crítico de música e radialista. Carol reuniu algumas crônicas em 2004, mas ainda não tem editora. Sinto que meus textos incomodam. Também não gosto de perceber e encarar certas realidades, diz Carol.

Seus textos sobre comportamento e vida também podem ser lidos no site da revista TPM.Carol também escreve um diário: http://www.diariodecarolw.blogger.com.br

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