Sábado, 29 de Março de 2008

Seminário do NEJ: O Diabo no cotidiano medieval judaico

Prof. Dr. Sérgio Alberto Feldman (UFES)

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Este seminário discutirá a presença do Diabo no ciclo da vida das comunidades judaicas medievais. O Judaísmo, estritamente monoteísta, não oferece espaço para qualquer tipo de dualismo, tampouco a teologia judaica aceita a existência do Diabo. Entretanto, a realidade, distante da teoria, fez nascer, especialmente nas camadas menos cultas da população judaica, a crença e o temor ao Diabo. Sendo assim, muitos rabinos e eruditos levaram em conta essas crenças e superstições. Essa contradição é transparente nas tradições e nos costumes do Judaísmo medieval. Há explicações opostas sobre os significados de rituais e cerimônias, celebrações e símbolos: algumas eruditas e filosóficas, outras que revelam significados populares de superstições e crenças.

Data: 3 de abril de 2008
Local: Faculdade de Letras (Auditório 2001)
Horário: 14 horas
Apoio: Núcleo de Estudos Judaicos
Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da FALE/UFMG
Cenex – FALE/UFMG

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Quarta-feira, 26 de Março de 2008

Lançamento de nova tradução do livro 'Vontade de Poder', de F. W. Nietzsche

Acaba de ser lançada uma nova tradução do livro "Vontade de Poder", de F. W. Nietzsche, pela Editora Contraponto. O site da Editora fornece a apresentação do livro para download.

Durante a sua última década produtiva, a de 1880, Friedrich Nietzsche acumulou uma enorme quantidade de anotações que serviriam de base para um livro abrangente, mas que só vieram à luz postumamente. O agravamento de seu estado de saúde impediu que o projeto chegasse ao fim. Elizabeth Förster-Nietzsche, sua irmã, e Peter Gast, seu dileto amigo, organizaram esse acervo e o publicaram em duas edições. A versão mais completa - tal como aparece na décima terceira edição da Kröner - serviu de base para esta primeira edição brasileira de A vontade de poder, tal como explicam Marcos Sinésio Pereira Fernandes e Francisco José Dias de Moraes na nota sobre a tradução. O filósofo deixou planos para a organização dessa obra que não pôde completar e chegou a agregar subtítulos que assinalam a sua ambição: Tentativa de uma transvaloração de todos os valores e Tentativa de uma nova interpretação de todo acontecer. Em abril de 1884, escreveu a um amigo: "(...) pretendo empreender uma revisão de minha metafísica e de meus pontos de vista epistemológicos. Passo a passo, tenho agora que atravessar uma série de disciplinas, pois me decidi, daqui para diante, empregar os próximos cinco anos no acabamento da minha 'filosofia', para a qual construí uma antecâmara com o meu Zaratustra." A questão da autenticidade dos textos já foi superada, mas nunca saberemos como o próprio Nietzsche os organizaria se tivesse redigido a versão definitiva. Por isso, escreve Gilvan Fogel na apresentação: "É preciso que vejamos tal obra [A vontade de poder] como uma rica antologia de textos nietzschianos tardios. Diria Nietzsche, dardos, flechas lançadas contra nós, a nós... Que dardos! Que flechas!" E prossegue: "A década de 1880, na vida de Nietzsche, constitui o período de maior lucidez, de maior intensidade de seu pensamento - de maior poder. É quando seu pensamento está mais afinado com a gravidade de sua tarefa e mais afiado para sua consecução. Essa lucidez coincide com a cunhagem do pensamento 'vida como vontade de poder'." A obra que aqui traduzimos oferece, pois, a possibilidade de se descortinar o pensamento do filósofo em seu período mais maduro, mas nela esse pensamento não está acabado e sistematizado. Aparece sob a forma de 1.067 fragmentos - textos curtos, parágrafos, aforismos - que mostram suas idéias tal como surgiram, quase sempre perturbadoras e freqüentemente geniais.

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Lançamento sem autor tem venda recorde

PublishNews - 26/03/2008 - por Sérgio Pavarini
Ainda internado e sob cuidados médicos, Henry Sobel não compareceu ontem ao lançamento de seu livro. No entanto, o rabino terá motivos de sobra para festejar. Cerca de mil pessoas estiveram na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (SP). Foram vendidos 418 exemplares de Um homem - um rabino, numa demonstração de que seu prestígio continua em alta mesmo após o episódio das gravatas, tema abordado num dos capítulos. As mensagens de apreço e os votos de recuperação deixados pelos presentes lotaram dois livros.

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Terça-feira, 25 de Março de 2008

Entrevista: 'O gosto amargo dos sonhos', com Amós Oz

O escritor Amós Oz fala de Israel e Palestina, o sonho do sionismo e como os políticos ouvem os artistas e depois esquecem tudo o que eles ouviram.

Amós Oz é um escritor israelense de fama internacional cujos trabalhos têm sido traduzidos para mais de 45 línguas. Em maio, com o roteirista Tom Stoppard e com o Vice-Presidente Al Gore, ele receberá o prêmio Dan David, totalizando três milhões de dólares. Oz, 69, que ensina literatura na Universidade Bem Gurion, no sudeste de Israel, foi citado pelos juízes por "retratar os eventos históricos e ao mesmo tempo enfatizar o individuo e a exploração pessoal do trágico conflito entre duas nações". Membro fundador do Movimento Paz Agora, Oz tem sempre estado à frente da dificuldade israelense referente à identidade e defende com fervor uma solução para os dois Estados. Ele recentemente deu uma entrevista à Joana Chen, da NEWSWEEK, na sua casa em Tel Aviv, sobre literatura, política e sobre as vozes dos mortos que não se vão.

NEWSWEEK: O que você acha que faz a sua escrita tão acessível para as pessoas do mundo inteiro?
Amós Oz: Eu acho que há algo universal no provincial. Meus livros são muito locais, mas de um modo estranho, eu acho que o quanto mais local, paroquial e provincial, mais universal a literatura pode ser.

Por que tão poucos livros seus tem sido traduzidos para o Árabe?
A tradução árabe é tão importante para mim quanta outra qualquer. É aquela que eu me envolvo mais. Infelizmente, há uma parede de resistência nos países árabes. Muitos editores árabes não tocam em nada vindo de Israel, não importa se vem dos falcões [radicais] ou das pombas [diplomáticos]

O que você fez para remediar isto?
"De amor e trevas" é agora traduzido para o Árabe pela família de George Khoury, um aluno israelense palestino que levou um tiro na cabeça por terroristas que o confundiram com um judeu enquanto ele estava praticando seu "jogging" em Jerusalém. Eu estou muito tocado por isto e pela nobre decisão da família de tratar esse livro como uma ponte entre as nações.

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA (tradução: Henrique Chagas VerdesTrigos / Eliane Nascimento)

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Simpósio: Tessituras judaicas: dialogismo e intertextualidade, Abralic, USP, de 13 a 17 de julho de 2008

XI CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC/2008
Local: Universidade de São Paulo
Período: 13 a 17 de julho de 2008
Simpósio: Tessituras judaicas: dialogismo e intertextualidade
Coordenadoras: Profª. Drª. Nancy Rozenchan (USP) e Profª. Drª. Lyslei Nascimento (UFMG)

Resumo: O signo judaico, tal como ele se inscreve na literatura, desdobra-se em imagens, metáforas, símbolos. A reflexão sobre a linguagem e a memória, os acirrados debates sobre identidade e nação, além do jogo de vozes entre a tradição religiosa, argumentativa, e a reescrita ficcional, alcançam, no signo judaico, sua mais contundente configuração. Mesmo fora do contexto estritamente judaico de produção literária, sua herança simbólica permeia, de forma significativa, os estudos literários. A rede que se estabelece, então, entre literatura, história, filosofia, religião e arte, torna-se um campo a cada dia mais instigante de investigação textual. A concepção do Livro e suas relações com o texto, por exemplo, além da idéia de pátria portátil e encadernada que a Bíblia e o Talmud representam, os vestígios da tradição rabínica e religiosa que, vez por outra, emergem na literatura secular, fora do seu contexto, em franco diálogo com a construção mítica ou sagrada do texto, trazem, para a ficção, nuances, vieses e contrapontos dos mais produtivos. O objetivo deste simpósio é, no âmbito do XI Congresso Internacional da Abralic, promover um espaço de reflexão e crítica de “tessituras judaicas” e suas inúmeras possibilidades de significação, entre o dialogismo e a intertextualidade, tendo como espaço privilegiado de discussão, a literatura.

Período de envio de Ficha de Inscrição (abaixo): 03 a 31/03/2008

Contato: abralicjudaica@yahoo.com.br

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Quinta-feira, 20 de Março de 2008

Agentes do serviço secreto israelense contam (quase) tudo em blog lançado pelo Shin Bet

Em uma iniciativa ousada, o Shin Bet, serviço secreto israelense, lançou um blog escrito por quatro de seus agentes. No diário, os agentes relatam como foram recrutados, o trabalho que fazem e ainda respondem a perguntas enviadas pelo público. Seus nomes foram substituídos por apelidos, letras do alfabeto hebraico e suas fotos foram substituídas por silhuetas. A agente Chet é a única mulher do grupo e trabalha no setor de alta tecnologia. O objetivo do blog é atrair o público para outras áreas do site da agência, em particular a de recrutamento. Acesse www.shin-tech.org.il e conheça o blog.

http://www.shin-tech.org.il/

 

[NOTA] Os blogs dos agentes secretos, para nós, são secretos: estão escritos em hebraico.

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Domingo, 16 de Março de 2008

O verdadeiro significado do Purim

Purim não é, somente fantasias e fazer ruído para não escutar o nome do malvado Hamán durante a leitura da Meguila de Ester.
Purim é uma das festividades que melhor representação a luta de um povo pela sua liberdade, pelo direito de ser ele mesmo e a procura permanente por um mundo melhor, contra tiranias de qualquer tipo.
Este Shabat, que precede à festa, é chamado de "Shabat Zachor", o Shabat para lembrar. Recordamos que nossos inimigos, biblicamente personificados em Amalek e em Hamán, são também os inimigos de uma civilização mais fraternal.
Entre os costumes de Purim se destacam aqueles que refletem duas dimensões do comportamento altruísta: umaajudar ao próximo, e a outra, contribuir ao bem estar de nossa própria gente. Elas são "Matanot la'evionim" e "Mishlóach manot". A primeira orientada ao plano social - nos preocupar pelo necessitados - e a outra ao plano nacional - fortalecendo o próprio.
Alem da distinção que possamos fazer entre estes dois preceitos, o mais importante é poder integrá-los para construir um modelo COMUNITÁRIO de inclusão e participação.
Shabat Shalom

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Mini-Guia de Purim (5768)

Um humorista cujo nome não me ocorre definiu em poucas palavras e de maneira sem dúvida esquemática, mas nem por isso menos apropriada, o teor de quase todas as celebrações e/ou festividades judaicas: "Eles tentaram nos massacrar; nós sobrevivemos; agora, vamos comer". Nenhum feriado ilustra melhor a definição acima do que o Purim, a comemoração anual do desfecho afortunado dos eventos narrados no livro bíblico de "Ester" e que, em 2006, cairá nos dias 15 e 16 de março.
A palavra "purim", se bem que possa estar vinculada a uma raiz hebraica que, querendo dizer algo como "romper", "quebrar", não deixa, portanto, de fazer sentido no âmbito dessa história, origina-se mais provavelmente no antigo persa e seria o plural de "pur", isto é, "sorte", na acepção de "lançar a sorte", "sortear". O sorteio em questão era aquele através do qual Amã determinara o dia em que acertaria suas contas com os judeus. Amã, o vilão do "Livro de Ester", era vizir (ministro) do rei da Pérsia imperial, Assuero (talvez o mesmo que os gregos chamavam de Xerxes). O império tinha uma numerosa população judia, e o líder desta, Mardoqueu, caíra nas boas graças do soberano, pois havia descoberto e o informara de que alguns eunucos da corte planejavam assassiná-lo. Torturados, estes confessaram sua trama e foram executados.

Mini-Guia de PURIM

5768 – 2008
CJB, Rio de Janeiro

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Shabat Zachor

Shabat 15 de março (2008)
8 de Adar II (5768)

Shabat Zachor
Leitura da Torá:
Parashat Vayicrá (Vayicrá 1:1-5:26)

Leis e Costumes
Sendo este o Shabat anterior a Purim, no qual celebramos a descoberta do complô de Haman para destruir o povo judeu, a parashat semanal é suplementada com a leitura Zachor (Devarim 25:17-19), na qual somos ordenados a recordar o mal de Amalek e erradicá-lo da face da terra.

Parashat Zachor” é a segunda das quatro leituras especiais acrescentadas durante ou logo depois de Adar (as outras trê são Shekalim, Pará e Hacodesh).

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SEMINÁRIOS 2008 no NEJ da UFMG

27 de março - Seminário: Da Jordânia a Israel - Prof. Antonio Martinez de Rezende (UFMG) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
03 de abril - Seminário: O diabo no cotidiano medieval judaico - Prof. Sérgio Feldman (UFES) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
17 de abril - Seminário: De Halmeu a Belo Horizonte: relato de um sobrevivente da Shoah - Sr. Henry Katina (BH) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
08 de maio - Seminário: Preservação da identidade étnica judaica através do elemento religioso - Prof. Renato Pfeiffer (FUMEC) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
29 de maio - Seminário: Os judeus negros da Etiópia: história, crenças, tradições e costumes - Rabino Leonardo Alanatti (CIM) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.
05 de junho - Seminário: O pensamento tradutório judaico - Profª. Maria Clara Castellões de Oliveira (UFJF) - Local: Auditório 2001, Faculdade de Letras - Horário: 14 horas.

Outras informações: www.ufmg.br/nej

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Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG!

Fundado em 2005 por professores e alunos da Universidade Federal de Minas Gerais, o NEJ (Núcleo de Estudos Judaicos da UFMG) reúne pesquisadores de Literatura, Cinema, História e áreas afins com o objetivo de promover e reunir pesquisas em dos Estudos Judaicos na UFMG.

O NEJ é formado pelo "Grupo Interdisciplinar de Estudos Judaicos/CNPq/2004", coordenado pela Profa. Dra. Lyslei Nascimento (FALE/UFMG) e pelo Grupo de Pesquisa "Cinema e Holocausto/CNPq/2006", coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Nazario (EBA/UFMG).

Sediado na Faculdade de Letras da UFMG, o NEJ promove seminários, cursos e palestras, além de desenvolver projetos patrocinados pelo CNPq, pela Fapemig e, também, pelas Pró-Reitorias de Pesquisa e de Graduação da UFMG.

Em 2005, o NEJ lançou o primeiro livro da série ESTUDOS JUDAICOS intitulado Estudos Judaicos: ensaios sobre literatura e cinema. Essa primeira coletânea de ensaios desenvolvidos por pesquisadores da UFMG e da USP fez parte das comemorações de um ano de criação do Grupo Interdisciplinar de Estudos Judaicos na UFMG.

O DVD Cavalcanti em Israel, editado pelo Prof. Luiz Nazario, em 2006, marcou os dois anos do NEJ e, em 2007, como parte das comemorações dos seus três anos, o NEJ lançou Estudos Judaicos:Brasil e, via web, Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG.

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No gueto de Bedzin

O diário de Rutka
Autora: Rutka Laskier
Título original: Pamienik, Rutki Laskier
Tradução: Maria Milewska Rodrigues
Editora: Sextante
N.º de páginas: 74
ISBN: 978-989-8093-38-7
Ano de publicação: 2007

A primeira coisa a fazer diante deste voluminho é não o reduzir a mais uma variação do Diário de Anne Frank, por muito semelhantes que sejam as vidas de Rutka Laskier e da judia alemã que vivia escondida num anexo secreto, em Amsterdão. Se ambas escreveram sobre o terror do nazismo — nunca deixando de registar os típicos dilemas psicológicos das adolescentes — e se ambas morreram em campos de concentração (Anne Frank em Bergen-Belsen, aos 15 anos; Rutka em Auschwitz, aos 14), o certo é que também há grandes diferenças entre as duas.
Para começar, o diário de Frank cobre quase dois anos de vida na clandestinidade (1942-44), enquanto as entradas no caderno de Laskier vão apenas de Janeiro a Abril de 1943. Depois, o testemunho da alemã foi publicado em 1947, logo após o fim da guerra, tornando-se um dos mais populares livros sobre o Holocausto, traduzido em 67 línguas. Já o diário da rapariga polaca ficou escondido debaixo do soalho duplo de umas escadas, num prédio do antigo gueto judeu da cidade de Bedzin, durante mais de 60 anos, sendo apenas descoberto, lido e publicado em 2006.
Desengane-se, porém, quem pensar que o livrinho de Rutka é uma espécie de amostra do que se encontra, mais desenvolvido, nos escritos da outra mártir. Se as preocupações são as mesmas, o estilo diverge. Não há aqui nada que se pareça com o “Querida Kitty” e o tom é muito mais seco, objectivo, pouco dado a arroubos sentimentais. Rutka tem noção de que está no inferno, de que o cerco se vai apertando e de que dificilmente sobreviverá a uma guerra cuja evolução militar mostra conhecer bem. Se escreve, é para deixar um registo — como quando narra com grande detalhe, seis meses após os factos, uma Aktion de deportação feita pelos nazis sobre os judeus de Bedzin, em Agosto de 1942.
O mais arrepiante neste notável documento humano é a forma como Rutka alterna entre o relato dos pesadelos do gueto e as coscuvilhices do seu círculo de amigos, que reflectem o brusco desabrochar da puberdade. A 6 de Fevereiro, por exemplo, escreve estas linhas terríveis: “Algo em mim se destruiu. Quando passo ao pé de um alemão, tudo em mim se contrai. Não sei se é por medo ou por ódio. Queria poder torturá-los, e às suas mulheres e aos seus filhos, (…) estrangulá-los vigorosamente, mais e mais ainda.” Logo depois, ainda no mesmo parágrafo: “Acho que a minha feminilidade acordou dentro de mim.” E descreve como sentiu pela primeira vez, durante o banho, a força do impulso sexual.

Avaliação: 7/10 - [Texto publicado na revista Time Out Lisboa]

Via: Bibliotecário de Babel , + uma dica do sempre atento Alfredo Aquino.

LINK RELACIONADO
Diário de garota judia vem à tona após 60 anos

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Sábado, 15 de Março de 2008

Entenda os costumes da Semana Santa

A primeira celebração da Semana Santa foi em 1.682 pelos cristãos. Ela é uma das conclusões do Concílio de Nicéia, regido pelo Papa Silvestre I e patrocinado pelo imperador Constantino, em 325 d.C, que determinou a doutrina da Igreja Católica, transformada em religião oficial do Império Romano. Desde então, festejam-se em oito dias a paixão, morte e ressurreição de Cristo.  Um decreto papal estabeleceu o Domingo da Ressurreição como a data mais importante do ano eclesiástico. Ele é celebrado sempre no domingo seguinte à primeira lua cheia da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul. (fonte)

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Inicialmente, os cristãos celebravam a Páscoa em apenas um dia e ocorria a cada domingo. Mas, já no século 2, eles passaram a escolher um domingo especial e, a cada ano, celebravam a Páscoa, ou seja, a Ressurreição de Jesus. Foi inevitável que fosse utilizado o período da Páscoa judaica, que ocorre no 14º dia do mês de Nisan. Considerando que Jesus ressuscitou no domingo, veio a se estabelecer que a Páscoa cristã é celebrada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera. [mas estamos no outono!]
No século 4, algumas comunidades cristãs passaram a vivenciar a paixão, a morte e a ressurreição, o que exigia três dias de celebração, consagrados à lembrança dos últimos dias da vida terrena de Jesus. Jerusalém, por ter sido o local desses acontecimentos, é que deu início a essa tradição seguida pelas demais igrejas. Assim a sexta-feira comemora especialmente a morte de Jesus, o sábado era o dia de luto e o domingo era a festa da ressurreição.
Na medida em que os cristãos cresciam em número, necessitaram de organizar e estabelecer datas para festa da Ressurreição. Assim ocorreu uma re-significação daquela festividade, embora mantendo o seu sentido primeiro de libertação. Para os judeus, a Páscoa é a celebração da libertação da opressão a que estavam submetidos no Egito, de onde saíram sob a liderança de Moisés; para os cristãos, a Páscoa celebra a libertação da opressão do pecado, uma vez que se sentiam resgatados pelo sacrifício de Jesus.
Com o passar dos tempos, os cristãos foram estabelecendo rituais objetivando tornar acessível a todos, através de gestos litúrgicos, o sentido daquele tríduo que se transformou em uma semana com a introdução da celebração do Domingo de Ramos, por volta do século 4. Essa festa foi se tornando uma das mais populares do catolicismo e, em torno daqueles ramos empunhados pelos fiéis em procissão, tem surgido uma infinidade de pequenas crendices, como a sua utilização para a feitura de chás curativos. Em algumas regiões esses ramos ressequidos durante o ano são utilizados para a produção da cinza que é posta na fronte dos fiéis na quarta-feira que encerra o carnaval, a quarta-feira de cinzas, e dá início à Quaresma.
Ao longo da Idade Média, a Semana Santa foi acrescida de novos rituais. Um desses foi a cerimônia do Lava Pés que ocorre na quinta feira à tarde. É a teatralização de um acontecido durante a Ceia de Páscoa, que Jesus celebrou com os seus seguidores mais próximos, uma experiência didático-pedagógica para aqueles que não tinham acesso aos escritos evangélicos. Por seu aspecto visual e dramático, adequou-se ao gosto popular e vem se tornando mais importante do que as reflexões que os cristãos devem fazer naquela ocasião.
No período medieval, surgiu um outro ritual, a espoliação do altar, ou seja, a retirada das toalhas e utensílios que foram utilizados, e as hóstias são transladadas para um altar lateral onde podem ser veneradas. Esse rito é uma alegoria do fato de que, na antiguidade, quando ainda não havia os templos, a cada celebração, eram postas antes e retiradas após a cerimônia, as toalhas sobre a mesa que servia como altar.
Um outro ritual, que também ocorre na quinta-feira, este pela manhã, é a missa da Bênção dos Óleos, utilizada para representar a unidade do clero em torno do bispo local, ao mesmo tempo em que demonstra a sua catolicidade. Os ritos da sexta-feira comemoram a morte de Jesus. Nesse dia, não ocorre a celebração da missa, apenas são feitas leituras e a adoração da cruz.
No ritual católico, a grande festa é o Domingo, mas a população entende a missa de vigília, que começa à meia-noite do sábado como Sábado de Aleluia, ou seja, o sábado de alegria. No ritual dessa cerimônia, um momento de expressiva beleza é a cerimônia da bênção do fogo, que não tem origem clara, mas possivelmente é um ritual pagão que deve ter sido introduzido após a conversão dos celtas. Após a bênção do fogo será aceso o Círio Pascal. (texto de autoria de Severino Vicente da Silva, professor de História Moderna do Departamento de História da UFPE e sócio da Cehila Brasil).

[ nota ] Alguém me explica, por favor, de que toca saiu o coelho? Depois, gostaria de saber também, porque este coelho bota ovos de chocolate?

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Sábado, 8 de Março de 2008

O debate sobre a ordenação sacerdotal da mulher

Nos últimos 50 anos, as mulheres passaram a ocupar postos importantes em diversas esferas. Entretanto, a questão da ordenação da mulher na Igreja ainda permanece sem ser tratada com a devida importância. Esse debate ganha espaço agora com o lançamento de Ministérios da mulher na Igreja (Loyola, 212 pp., R$ 30), do espanhol Domiciano Fernández. A obra reúne documentação histórica, bíblica e teológica únicas sobre o ministério feminino na Igreja e sobre os problemas que essa matéria suscitou e continua a suscitar. A partir de amplos estudos, o autor se convence de que não existe uma dificuldade dogmática séria que impeça a ordenação da mulher. Segundo Fernández, "os argumentos fundados na inferioridade, na incapacidade e na impureza da mulher são inadmissíveis e deviam deixar a nós, cristãos, cheios de rubor e de vergonha".

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Quarta-feira, 5 de Março de 2008

LANÇAMENTO: Kitsur Shulchan Aruch em português

A Editora Maayanot vai lançar no dia 06 de março o livro “O Código da Lei Judaica Abreviado - Kitsur Shulchan Aruch”, em português, com dois volumes de 600 páginas cada. Trata-se de uma obra considerada a fonte primária de consulta nas dúvidas ou questões sobre as leis da Torá, englobando leis e detalhes que tratam das ocorrências comuns do dia-a-dia e a aplicação dos princípios e costumes religiosos de maneira clara. É enriquecida com ilustrações, diagramas, tabelas, medidas, glossário e explicações para facilitar a compreensão. O “Kitsur Shulchan Aruch” já foi traduzido para o inglês, francês, italiano, espanhol e russo, entre outros idiomas.

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Segunda-feira, 3 de Março de 2008

Cinema Israelense

Cinema Israelense
Site sobre Cinema israelense facilita contato entre interessados do mundo inteiro

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Kaluach

Kaluach (calendário judaico gratuito e excelente)
Kaluach3 download page

 

Como funciona o calendário judaico?

O calendário judaico é baseado no ciclo da Lua, mas considera também o ano solar. No calendário gregoriano – que é baseado apenas no ciclo solar - o ano bissexto inclui a data de 29 de fevereiro. Já no calendário judaico, sete de cada dezenove anos incluem um mês adicional.

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