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Entre os diversos modos de se encarar a Cabala, ou Cabalá, a mística judaica, destacam-se dois: o ponto de vista segundo o qual séculos ou milênios de estudo não passam de equívoco movido à superstição e o de que nas obras dos mais diversos autores e épocas encontram-se pautas de estudo sobre os mais variados aspectos religiosos, filosóficos e poéticos da vida e da cultura. A obra de
Guershom Scholem (publicada no Brasil pela Perspectiva) e de
Moshê Idel (idem, como o recente
Cabala, Novas Perspectivas) permanecem como guias necessários para o estudo dessa literatura numa perspectiva atualizada, servindo para desarmar os primeiros e permitir o avanço dos estudos humanísticos, no segundo caso. Tanto
Scholem quanto
Idel procuram oferecer ao leitor os elementos fundamentais de suas teses, citando e resumindo os textos da origem, enquanto a maior parte dos textos escritos em hebraico e aramaico permanecem interditos pela escassez de traduções para o português. Por isso, cresce a importância da publicação de
Tamareira de Devorá (
Sêfer, 120 pp., R$ 25), do rabino
Moshê Cordovero (1522-1570). É uma pequena obra, um guia para a imitação de Deus a partir do fim de
Miquéias (v. 18-20).
(O Estado de S. Paulo - 24/4/2005 - por Moacir Amâncio) >>
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