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25 de outubro de 2008

Monólogos azedos de Reinaldo Azevedo substituem argumentação por injúrias

Crítica/"O País dos Petralhas'/ruim
ALESSANDRO PINZANI - ESPECIAL PARA A FOLHA
O mundo de Reinaldo Azevedo é um mundo onde existem o certo e o errado, onde vigoram postulados indiscutíveis como "nunca houve socialismo democrático" (as grandes socialdemocracias européias nunca existiram, então) ou "tudo o que é ruim para o PT é bom para o Brasil" (e vice-versa).
Qualquer tentativa de pôr em questão o que ele considera certo é "o triunfo do relativismo, da moral de ocasião, que serve aos assaltantes do Estado", o triunfo do mal, que ele define como a "incapacidade de evocar uma tradição abstrata, puramente valorativa, para dizer "isso não!'" (p. 298).
Naturalmente, a tradição em questão não é a da justiça social, o "isso não!" não é a reação perante a miséria e as condições inumanas nas quais vive a maioria dos brasileiros.
Isso seria "utopismo" de desgraça, ou "cretinismo político", como aquele do qual Azevedo acusa, por exemplo, Chico Buarque (p. 293) sem tentar desmontar a sua argumentação, aliás, sem tentar nem sequer entendê-la (neste caso específico, Chico fala de uma violência generalizada que tomou conta da sociedade inteira, classe média incluída, e não somente das áreas "marginais").
Em geral, Azevedo nunca tenta colocar-se no ponto de vista do outro, ou melhor, do seu adversário (já que, para ele, os que têm uma opinião discordante da sua são inimigos, malvados, idiotas, canalhas etc.). Ele afirma ter direito ao preconceito. Só que isso o leva simplesmente a cobrir de injúrias os que têm uma visão de mundo diferente, não a entrar num debate com eles. Claro, ninguém se interessaria em debater com pessoas que considera idiotas, canalhas etc.
Mas assim, inevitavelmente, o livro se apresenta como um conjunto de monólogos azedos e raivosos nos quais a ironia é substituída pelo escárnio, a argumentação (e Azevedo tem argumentos e, às vezes, bons argumentos) pela injúria. (…..) Um estilo deste tipo pode encontrar sucesso entre uma porção de público brasileiro (a parcela cuja atividade cultural se limita à leitura de livros de auto-ajuda e a assistir a novelas), que pode até ser uma porção majoritária entre os brasileiros que, ao menos, lêem algo (ou têm a possibilidade econômica e o lazer para fazê-lo).
Mas a quantidade de leitores não é garantia da boa qualidade do texto.
ALESSANDRO PINZANI é professor de filosofia política na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)

Mas tem que ache o livro muito bom [ótimo], saiba o porquê.

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Autor tempera crônica política com humor e erudição filosófico-literária

Crítica/"O País dos Petralhas'/ótimo
EDUARDO GRAEFF - ESPECIAL PARA A FOLHA
O que a resistência à ditadura uniu o governo Lula separa. "Chegamos àquele ponto da trajetória que divide, sim, os partidários da herança comunista e liberal", constata Reinaldo Azevedo em "O País dos Petralhas".
O Brasil hoje é o campo de batalha dessas duas facções. De um lado o "Apedeuta" espertalhão e sua tropa de esquerdistas sem utopia, mas com volúpia do poder do Estado e suas boquinhas mil. Do outro lado, os que não se deixam tapear nem intimidar na defesa do Estado de direito democrático, ainda que carimbados de direitistas.
Azevedo tem sido de longe o crítico mais afiado do lulo-petismo na imprensa brasileira, primeiro na chefia de redação da revista "Primeira Leitura", depois no blog hospedado por "Veja". Se você não era leitor dele (porque não ligava para política ou acabou de voltar da Lua, sei lá), o livro recém-lançado é a chance de mergulhar de cabeça numa seleção pelo próprio autor dos mais de 11 mil textos que postou no blog desde 2006, além de artigos que publicou no jornal "O Globo" entre 2005 e 2006.
Para você que é freguês do blog, como eu, a leitura selecionada e no papel realça o que o tiroteio on-line (são em média uns 20 posts por dia) pode esfumaçar: o arcabouço de idéias por trás das visões e opiniões variadas e o perfil do autor como personagem dele mesmo.
(…….)Para sorte dele, e nossa, Azevedo tempera a crônica política com boas doses de erudição filosófico-literária, uma visão idiossincrática bem-humorada das variedades da indústria cultural e uma exposição comedida de impressões e sentimentos pessoais.
É aí, quando rumina as lições de teologia de são Tomás de Aquino, dialoga com poetas mortos ou registra casualmente momentos de ternura familiar, que ele se expõe como personagem do seu diário de bordo. Individualista radical, homem-célula errante da blogosfera, um Jason Bourne em versão digital. Mau feito pica-pau, como ele prefere se apresentar aos adversários. Mas sem perder a graça jamais.

EDUARDO GRAEFF é cientista político e foi secretário-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique Cardoso
Avaliação: ótimo

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Link permanente··- publicado por VerdesTrigos @ 10/25/2008 03:24:00 PM | | | Voltar


Tudo que é líquido desmancha no ar

Somos todos mercadorias, diz Zygmunt Bauman em Vida para consumo; na Polônia, acusam o sociólogo de ter integrado a polícia secreta comunista

Aos 83 anos, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman continua demonstrando uma impressionante sagacidade na interpretação das transformações em curso na sociedade. Em Vida para consumo (Zahar, 200 pgs. R$36), ele faz uma análise provocadora do impacto do consumismo sobre o modo como vivemos hoje, um estilo de vida caracterizado pela fragilidade dos laços, pelo embasamento moral, pela falta de referências fixas e por uma fluidez classificada como “líquida” – adjetivo presente nos títulos de cinco livros seus: Amor líquido, Modernidade líquida, Vida líquida, Medo líquido e tempos líquidos.

O consumo é um tema sociologicamente rico, pois pode ser associado tanto a uma suposta afirmação da liberdade individual quanto a (também supostos)  mecanismos de controle e manipulação das pessoas. Além disso, seus diferentes aspectos – econômicos, políticos, históricos, sociais, culturais, psicológicos – tornam a discussão sobre o consumo potencialmente inesgotável. Bauman parte da tese de que deixamos de viver numa sociedade de produtores e passamos a uma organização social baseada puramente no consumo, na qual as pessoas se tornaram elas próprias mercadorias descartáveis numa prateleira, que precisam se remodelar continuamente para não ficarem obsoletas.

>>> leia mais no Máquina de Escrever

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Carlos Minc: “Chega de ecopicaretagem”

Ministro do Meio Ambiente, Carlos MincO ministro do Meio Ambiente não quer atrapalhar o PAC, mas não pára de comprar briga com seus colegas da Esplanada dos Ministérios
por Hugo Marques e Sérgio Pardellas

Pela semelhança física, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, já foi confundido nas ruas com o ator americano David Carradine, famoso pelo seriado Kung Fu. Como o personagem Gafanhoto, que usava golpes da luta marcial para se defender, o papel principal do ministro Minc no governo Lula é enfrentar adversários de peso. A briga do momento é com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Minc incluiu os assentamentos do INCRA no topo da lista do desmatadores. "Os assentamentos na Amazônia não são sustentáveis", disse ele em entrevista à ISTOÉ. Sua próxima briga será contra os vendedores de planos de manejo. O ministro calcula que metade do manejo em todo Mato Grosso, por exemplo, está sob suspeição. Naquele Estado, ele pretende aumentar de duas para seis as barreiras da Polícia Rodoviária Federal. Minc diz que está destravando a burocracia que emperrou a gestão de Marina Silva. "O Fundo Amazônia, por exemplo, com doações contra o desmatamento, vinha da gestão Marina, mas estava encalacrado há um ano e meio", explica. "Sou ecologista, mas sou favorável ao desenvolvimento."

Leia a entrevista à ISTOÉ.

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Maior adversário de Marta foi o "kassabinho", diz psicólogo

A figura do "bom menino" evidenciou contradições da petista, que encarna a figura da "mulher discriminada", mas na realidade "é rica"

RAFAEL CARIELLO - DA REPORTAGEM LOCAL
Mais que o político Gilberto Kassab, candidato do Democratas, quem criou dificuldades reais para a aspirante petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, foi o simpático e abobalhado "kassabinho".
Quem defende a idéia é o psicólogo Jacob Pinheiro Goldberg, autor, entre outros, de "Monólogo a Dois" (Centro de Estudos da Mentalidade, 2002) e "Cultura e Agressividade" (Landy, 2004). Ele argumenta que é possível fazer uma "análise psicológica" da conduta dos candidatos "enquanto atores do teatro político" -o que é diferente, diz, da condenável tentativa de fazer psicanálise à distância desses indivíduos.
Para Goldberg, a imagem de Marta entrou em crise ao se ver confrontada com um oponente que veste "o papel de bom menino" e que tem seu "traço de regressão infantil" tão bem representado pelo bonequinho criado pelo marketing político.
A petista, afirma o psicólogo, sempre procurou encarnar "a condição da mulher brasileira, que é verdadeiramente discriminada numa sociedade brutalmente machista". Ocorre que essa identificação, não só com as mulheres, mas com as minorias em geral, criava uma dissonância, ele diz, com outra característica de Marta, a de ser "uma mulher rica e poderosa".
"Até pela origem dela como mulher rica, se cria uma dissonância entre essa imagem [de identificação com as minorias] e seu poder. Ela corria o risco de se aproximar de uma situação não persuasiva, não convincente", diz Goldberg.

[Em Presidente Prudente, foram eleitos o Hospital do Câncer e a Maçã do Amor]

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Texto de Woolrich pode ser diabólico

RUY CASTRO - COLUNISTA DA FOLHA
O autor de mistério Cornell Woolrich (1903-1968) fez de tudo para fracassar. Era retraído e/ou agressivo, não se dava com ninguém, morava (com a mãe) em pardieiros do Harlem, escondia-se sob pseudônimos (William Irish, o mais conhecido) e não praticava nem vestígio de "vida literária". Mas tinha um mercado cativo para tudo que publicava e, desde sempre, o cinema adorou filmar seus contos e romances. Era perseguido pelo sucesso, graças a seu talento e imaginação. Entre as dezenas de filmes tirados das histórias de Woolrich, contam-se "A Dama Fantasma" (1944), que William Dieterle adaptou do romance "The Phantom Lady" (tendo no elenco Aurora Miranda, irmã de Carmen), e os dois que François Truffaut filmou, um a seguir ao outro: "A Noiva Estava de Preto" (1968) e "A Sereia do Mississippi" (1969).
Mas não adianta: Woolrich está condenado a ser o autor do conto "It Had to Be Murder" (1942) em que Alfred Hitchcock se baseou para rodar "Janela Indiscreta" (1954). "Janela Indiscreta e Outros Contos", o livro, acaba de sair pela Companhia das Letras, que já lançou outros romances do escritor.
"Janela Indiscreta", o filme, é tão marcante que, ao ler o conto, escalamos mentalmente James Stewart no papel do fotógrafo engessado e preso à cadeira de rodas, de olho na vida alheia, e sentimos falta de Grace Kelly, cujo papel não existe no original.
É instrutivo para se ver como Hitch e seu roteirista John Michael Hayes acrescentaram carne e músculos ao protagonista, tornando-o uma espécie de Robert Capa, o grande fotógrafo da agência Magnum, que, como Jeff na história, não perdia uma foto por nada (morreria fotografando no Vietnã). Mas, exceto por isto, a adaptação seguiu a trama de Woolrich, cujo poder de observação e descrição podia ser diabólico.

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32ª MOSTRA DE SP: "Waltz with Bashir"

Israelense faz animação como terapia

MARCO AURÉLIO CANÔNICO - DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2006, um ex-companheiro de Exército chamou o cineasta israelense Ari Folman para uma conversa. O homem estava atormentado por um pesadelo referente à Guerra do Líbano de 1982, de que ambos participaram, e queria que Folman o ajudasse, fazendo um filme.
Assim surgiu "Waltz with Bashir", animação que concorreu à Palma de Ouro em Cannes e que será exibida hoje na Mostra de Cinema de São Paulo, em duas únicas sessões. Folman, que até então não tinha memórias da guerra, decide ouvir seus ex-companheiros na esperança de que as lembranças deles o ajudem a desbloquear as suas.
O público o segue nessa jornada pessoal, descobrindo as imagens sinistras e a culpa que o diretor, um jovem de 19 anos à época do Exército, apagou da memória para conseguir levar uma vida normal pós-guerra. "Waltz with Bashir" é, portanto, uma sessão de terapia individual e coletiva, que vai ficando mais pesada à medida que se aprofunda. A opção por retratar tudo com desenhos, no entanto, atenua o desconforto da audiência -e isso fica óbvio no final chocante, quando são usadas imagens reais.
O filme também é uma expiação da culpa pelo vergonhoso episódio a que alude seu título. Em setembro de 1982, um dia após o assassinato do recém-eleito presidente libanês Bashir Gemayel, a milícia cristã que o apoiava invadiu Sabra e Chatila, campos de refugiados palestinos nos arredores de Beirute, em busca de vingança.
O que se seguiu foram dias de extermínio e destruição a que o Exército de Israel, que vigiava a área, assistiu passivamente.
Folman tem coragem para igualar o massacre dos palestinos ao de seu próprio povo, descrevendo o que ocorreu com palavras e expressões ("genocídio", "campo de extermínio", "gueto de Varsóvia") cuja utilização fora do contexto do Holocausto é abominada pelo governo israelense.
Não vai tão longe, no entanto, a ponto de dar voz às vítimas, o que é lamentável, porque tornaria seu filme mais equilibrado. Um exemplo dessa edição parcial: a única parte falada do filme que não tem legenda é a que mostra mulheres palestinas desesperadas enquanto andam pelo cenário do massacre.
WALTZ WITH BASHIR
Quando: hoje, às 23h30, no Unibanco Arteplex 1 e 2
Avaliação: bom
Classificação: não indicado a menores de 14 anos

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Livros sobre cinema

capa-olhar-selvagem.jpgO Olhar Selvagem – O Cinema dos Surrealistas, de Sergio Lima.

Editora Algol, 130 páginas, R$140

Reunião de ensaios do crítico Sergio Lima sobre filmes perturbadores, ligados à estética surrealista, produzidos entre 1930 e 1970. O autor descobriu o surrealismo nos anos 50 e ficou fascinado com a “des-educação” do olhar e a ênfase no poder subversivo do inconsciente, promovidas pelo movimento. Lima colaborou com Paulo Emilio Salles Gomes na reestruturação da Filmoteca do MAM, estagiou na Cinemateca Francesa, em Paris, e conviveu com inúmeros cineastas brasileiros, além de ter trabalhado na Embrafilme, antes de se dedicar à carreira publicitária.

capa-almodovar.jpg Conversas com Almodóvar, de Fredéric Strauss.Zahar, 311 páginas, R$44,90

Frédéric Strauss, ex-editor da revista Cahiers du Cinéma, reúne as entrevistas que fez com Pedro Almodóvar ao longo de mais de 20 anos. As conversas vão desde temas técnicos – a composição de cenários e figurinos, o uso dramático da música – aos aspectos autobiográficos da obra do cineasta espanhol e sua relação com a família, a religião e a sexualidade. Da transgressão iconoclasta dos primeiros trabalhos à densidade emocional dos seus filmes mais recentes, o livro mostra o amadurecimento de Almodóvar ao longo do tempo - e a consistência de seu projeto cinematográfico. Leitura obrigatória para os fãs do diretor de Mulheres à beira de um ataque de nervos.

capa-moderno.jpg Moderno? Por que o cinema se tornou a mais singular das artes, de Jacques Aumont. Papirus, 96 páginas R$29,90

Em Moderno? Por que o cinema se tornou a mais singular das artes, o teórico francês Jacques Aumont, autor do clássico ensaio O olho interminável, analisa o entrelaçamento (e, ao mesmo tempo, a defasagem) entre o desenvolvimento do cinema e as questões e valores da Modernidade - como o novo papel da consciência histórica, da relatividade do gosto, do caráter experimental e especulativo da arte etc. E argumenta que, justamente por ser uma arte “inventada” e industrial, uma arte “pobre” em relação às demais, o cinema tem hoje um fôlego e uma capacidade de sobrevivência maior que, por exemplo, a pintura.

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Como diz Leila Diniz…

A quebradora de tabus está de volta. Leila Diniz é personagem de dois perfis biográficos que chegam simultaneamente às livrarias: Leila Diniz - Uma revolução na praia, de Joaquim Ferreira dos Santos (Companhia das Letras,312 pgs, R$39) e a edição revista e aumentada de Toda mulher é meio Leila Diniz, de Mirian Goldenberg (BestBolso, 280 pgs. R$ 14,90).

Está de volta? Na verdade ela nunca partiu. Morreu precocemente, aos 27 anos, num acidente aéreo, mas continuou viva em geração após geração de meninas que adotaram, mesmo sem saber, as mensagens e os exemplos de Leila Diniz. O fato de hoje a sua rebeldia parecer bem comportada - falar sem pudores sobre sexualidade ou posar grávida de biquíni na praia não escandaliza mais ninguém - é a maior prova de que Leila triunfou. Viver intensamente e gozar da liberdade sexual virou rotina. Separar sexo do amor também. Mais que isso, a felicidade e o prazer viraram quase uma obrigação.

Até mesmo na deselegância discreta das adolescentes que rimam desafiar convenções com falar palavrões ela continua presente. Ou na moda de escancarar a vida íntima em público. O que era impactante é hoje banal. Em mais de um sentido, a profecia da letra de Rita Lee se concretizou: hoje qualquer mulher é mesmo Leila Diniz.

http://colunas.g1.com.br/maquinadeescrever/2008/10/24/201/

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Cineasta David Cronenberg escreve romance

O diretor de cinema David Cronenberg contou nesta quinta-feira que já escreveu 60 páginas de um romance. Ele não deu muitos detalhes do projeto, só deixou claro que não se trata de uma história de terror ou de ficção científica. Cronenberg participa do Festival de Cinema de Roma.

"Apenas com as páginas que já escrevi, encontrei editores de todo o mundo interessados em publicá-lo, o que é muito assustador para mim", disse Cronenberg.

"É um momento muito delicado para mim, então realmente não posso falar muito. Não é como Stephen King, não sei como vai ser, não se trata de terror ou de ficção científica. Mas exatamente o que é, eu não sei ainda."

Conhecido por "Gêmeos Mórbida Semelhança" e o recente "Marcas da Violência", Cronenberg contou que quer escrever um livro há 50 anos.

Nesta quinta, o cineasta participou de um encontro no qual respondeu perguntas de fãs, uma das atividades do festival cuja terceira edição vai até o dia 31 de outubro.

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Rainha da Jordânia conhece projetos sociais durante visita a São Paulo

Rainha da Jordânia visita beco que inspirou peça de teatro em São Paulo A rainha da Jordânia, Rania, 38, esteve nesta sexta-feira em São Paulo, onde conheceu projetos sociais e despertou a atenção de curiosos que buscavam ver, ainda que de relance, a mulher que se destaca tanto pelo ativismo social quanto pela bela aparência --é considerada a mais chique do mundo pelo estilista Giorgio Armani.

Milionária e fã da série "Desperate Housewives", a rainha tem um canal no YouTube onde discute questões do mundo árabe e dos muçulmanos. Em 2005, Rania ficou na terceira colocação na lista de maiores beldades do mundo elaborada pela revista "Harper's Bazaar" britânica, atrás apenas da atriz Angelina Jolie e da modelo Christy Turlington --e à frente da top Gisele Bündchen e da cantora Beyoncé, entre outras famosas.

Nascida no Kuait, descendente de palestinos e mãe de quatro filhos, a rainha fazia sua primeira visita oficial ao Brasil. Ontem, em Brasília, ela e o rei Abdullah 2º almoçaram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em São Paulo, Rania teve agenda própria. Às 9h, vestindo uma camiseta do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), esteve na Vila Madalena (zona oeste), onde visitou um beco que virou escola. Leia mais (24/10/2008 - 19h50)

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SEXO FORTE

foto de NANA MORAESDado Dolabella garante: "O texto é tão maravilhoso que a nudez fica em segundo plano. Fiquei vidrado na história. Chega um momento em que você esquece do peito. Não é uma exposição gratuita". Os seios em questão são da namorada do ator, Luana Piovani, que estreou seu primeiro monólogo, 'Pássaro da Noite', quarta-feira, no Teatro do Leblon. Dado estava lá e, como outros convidados, viu a atriz se despir parcialmente em cena, com transparências reveladoras. Não é novidade para ele. Talvez esquecendo de que é para o público, o ator acredita que ninguém irá ao teatro apreciar o que a 'Playboy' nunca conseguiu estampar em suas páginas.
Não, Luana garante que não está em negociação com a revista, mas em cena, faz muito mais do que tirar a roupa. Despe-se dos pudores. Provocante, sua personagem passeia a mão pelo sexo na lingerie aparente, garantindo que a peça está umedecida. Mais: descreve o tamanho do membro de um dos parceiros, Alfredo, avantajado. Para ela, o que interessa mesmo no homem é o 'falo'. Um de seus parceiros era cego, ela revela. Manipulou-o e fez sexo oral nele no elevador. Depois do expediente, sexta-feira, às 18h, diz Luana na pele da secretária perdida num fim de noite, ela entra no banheiro. Em instantes, está diante de uma carreira. Sim, cocaína. "Nariz é para cheirar, garganta é para sorver", sentencia. Nada disso é páreo para outra revelação do texto de José Antônio de Souza: quando criança, ela tinha a mania de levar o dedo a determinada parte do corpo e cheirá-lo. Em cena, de frente para a platéia, leva a mão até as nádegas, por dentro da lingerie, traz o dedo ao nariz e propõe que todos deveriam sentir os aromas íntimos uns dos outros antes de iniciar uma conversa.
Erotismo, nudez e, claro, no fim do espetáculo, colegas de profissão que estavam na platéia saudaram o desprendimento da atriz e comentaram os seios à mostra em tempos de manifesto contra a nudez liderado pelo ator Pedro Cardoso. "Luana está deslumbrante, não é apelação. Ela deu a cara a tapa e não levou tapa nenhum", avaliou o ator Claudio Heinrich. "Adorei, na arte não há barreiras, é proibido proibir", disse Emílio Orciollo Netto. >>> POSTADO POR: André Gomes às 16:33 :: Arquivado

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MEIRELLES, JULIANNE, SOM E FÚRIA

Tem um tempão que eu queria falar aqui do 'Ensaio sobre a Cegueira' mas faltava oportunidade. Ela chegou. Hoje, vi a entrevista que o Fernando Meirelles concedeu a Marília Gabriela no GNT. Foi um bate-papo tranqüilo e bastante sincero, no qual o diretor expôs suas inseguranças mas, principalmente, mostrou-se absolutamente seguro. Sim, a pessoa segura de fato é a que sabe que não tem a obrigação de saber de tudo, que pode aprender. Nos últimos anos, Meirelles mostrou que aprendeu a ser um grande contador de histórias. Ele está dirigindo 'Som e Fúria', na Globo, baseada na série canadense 'Slings and Arrows', que mostra os bastidores de uma companhia de teatro que encena peças de Shakespeare. É um projeto bastante interessante, que mostra a capacidade do diretor de fazer boas escolhas. Quando ele resolveu adaptar o romance de sucesso de Saramago para o cinema, tinha consciência de que corria perigo. Sofreu um pouco em Cannes com a recepção de parte da crítica para o filme, então exibido com boa parte da narração do Danny Glover, depois retirada. Depois, deixou de sofrer. Sabia que tinha feito uma grande obra. >>>> POSTADO POR: André Gomes às 19:07 :: Arquivado

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24 de outubro de 2008

Em Peixe Dourado, J. M. G. Le Clézio usa a personagem Laila, uma imigrante que ganha o mundo e volta à sua aldeia natal, para mostrar que a vida do imigrante é um eterno recomeçar

Em Peixe Dourado, J. M. G. Le Clézio usa a personagem Laila, uma imigrante que ganha o mundo e volta à sua aldeia natal, para mostrar que a vida do imigrante é um eterno recomeçar

A globalização comporta duas forças complementares. Por um lado, as fronteiras econômicas são abolidas; por outro, há um retorno de diversas regiões a uma valorização de suas próprias culturas, num esforço para não desaparecer. Em Peixe Dourado, de J. M. G. Le Clézio, publicado originalmente em 1997, essa ambivalência torna-se evidente.

A biografia do próprio autor, apontado como um dos principais romancistas vivos por Bruno Vercier e Jacques Lecarme, em La Littérature em France Depuis 1968, é um retrato desse mundo sem fronteiras. Nascido em Nice, em 1940, recebeu, em 1963, o prestigiado prêmio Renaudot, por O Processo Verbal. Viveu, posteriormente, nas florestas tropicais do Panamá e, depois, no Novo México, nos EUA, retornando para a sua cidade natal, em 1996. Nesse período, estudou e escreveu sobre mitos dos indígenas do Caribe e dos EUA.

Por isso, a narrativa de Peixe Dourado, em torno de uma imigrante marroquina na França e nos EUA não surpreende, mas reforça a preocupação do autor com a impossibilidade de diálogo entre diferentes culturas. Neste livro, Laila, protagonista e narradora, percorre uma autêntica peregrinação até retornar ao local em que nasceu. Nessa jornada em busca de si mesma, passa por diversas experiências traumáticas. Cada uma delas mostra a marginalidade dos árabes na Europa e nos EUA.

Raptada por uma disputa envolvendo água no Saara ocidental, Laila foi vendida, por ladrões de crianças, no Marrocos, a uma judia de origem espanhola, Lalla Asma. Nessa atmosfera de medo, logo na primeira página da obra, a narradora relata o seu atropelamento por uma caminhonete, que a deixa surda de um ouvido.

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Rosa proibido: triste capítulo!

Galeno Amorim - 17/10/2008
A Associação Nacional de Escritores (ANE) publicou uma nota dura condenando a decisão judicial sobre o livro Sinfonia Minas Gerais: a Vida e a Literatura de Guimarães Rosa, de Alaor Barbosa, e a ação movida por herdeiros e editores do romancista contra a editora LGE, que editou a obra. E se diz no mínimo surpresa com a participação da editora Nova Fronteira no episódio por entender que a questão é resultando de “suscetibilidades entre herdeiros” por conta de uma disputa “inescrupulosa e aética”.
Faz-se necessário uma ampla discussão nacional sobre a onda de proibições de biografias pelos mais distintos motivos. Um deles, sem dúvida, está ligado ao surgimento de uma indústria de indenizações, que une, em muitos casos, advogados, familiares e alguns interesses, digamos, não tão nobres. Um passo importante será, sem dúvida, a modificação do Código Civil, em tramitação na Câmara dos Deputados, para derrubar a base legal que dá amparo a essas ações.

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Uma passeata pelos livros

Postado por Galeno Amorim - 23/10/2008
A Livrarias Curitiba, do Paraná, encontrou uma maneira politicamente correta e cidadã para comemorar, no próximo dia 29/10, o Dia Nacional do Livro. Vai promover uma caminhada cultural pelas ruas da capital paranaense como forma de chamar a atenção para a questão do livro e da leitura. Vários escritores já confirmaram a participação. A livraria vai dar camisetas para os 200 primeiros que confirmarem presença.
Também deixará alguns livros em vias públicas da cidade para que sejam passados adiante.

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22 de outubro de 2008

Ithamara Koorax está de volta ao Brasil para uma série de onze shows

Após mais uma turnê pela Europa, a cantora Ithamara Koorax está de volta ao Brasil para uma série de onze shows. Hoje (dia 22 de outubro), ela se apresenta em Santo André. Amanhã (dia 23 de outubro) e sexta-feira (dia 24 de outubro) na cidade de São Paulo (SESC Vila Mariana) e, no sábado (dia 25 de outubro), em Campinas. Para mais informações, clique aqui. Para conhecer mais o trabalho de Ithamara Koorax, clique aqui.

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Homens de valor

O livro “Homens de valor” (editora Imago), de Rachelle Dolinger, pode ser encontrado nas livrarias dos seguintes bairros do Rio de Janeiro: Centro (Travessa / Galáxia / Horus / Arlequim / Solário), Leblon (Travessa / Daconde / Argumento), Ipanema (Travessa / Renovar), Copacabana (Argumento / Copabooks), Botafogo (Liberdade / Instante do Leitor) e Barra da Tijuca (Travessa / Céu de Letras / Citta News / Arte Final / Argumento).

…….  contudo, sequer precisa sair de casa, receberá pelo correio se comprar Livraria Cultura de São Paulo. Clique na capa do livro.

SINOPSE:
Todo o calendário é uma sucessão de recordações festivas ou trágicas, sempre em memória de algum acontecimento ou época especial da história dos judeus. O ritmo judaico é um constante lembrar. Sendo assim, para que possamos lembrar aos judeus que vieram para o Brasil no século XX, este livro se propõe a registrar a saga daqueles que deixaram berço, família e amigos para trás, na ânsia de começar uma vida nova em um país sem discriminações, sem perseguições, onde teriam liberdade para trabalhar e produzir. Aqui foram recebidos com respeito e simpatia e, na medida em que construíam suas vidas, cooperavam no desenvolvimento da sociedade maior. Também se encontram retratados alguns filhos destes imigrantes, que apoiados por seus pais, ingressaram nas universidades e em suas vidas profissionais, destacando-se nas artes, nas ciências, na educação e na política. Em 'Homens de Valor' o leitor encontrará então o registro da história de personalidades que lideraram a comunidade judaica em nosso país.

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A cidade digital e os impactos da sociedade da informação no território

Clique na imagem para ampliá-laO tema e o conteúdo deste livro são impreteríveis por se constituírem novos paradigmas da geografia contemporânea. Nele, avistamos a (re)construção de novas visões de mundo que admitem uma (re)conceituação do espaço que escapa aos moldes tradicionais da geografia cartesiana.

O autor sugere uma compreensão do que seja o ciberespaço, espaços virtuais e cibercidades dentro de um conceito de web-urbanização. Trata também sobre a emergência de uma "sociedade em rede", a qual vem requalificando as relações sociais e comerciais na chamada economia globalizada.

Neste livro, tempo e espaço ganham relevos incontornáveis, uma vez que a velocidade com que as informações circulam por intermédio das mídias eletrônicas promovem uma "quase" amputação do tempo como resultado da instantaneidade que alucina a sociedade atual ao mesmo tempo que produzem um "encolhimento" do planeta.Também são aqui considerados alguns aspectos do fenômeno da des/reterritorialização sob o espectro de diversas variáveis e, finalmente, observa os impactos sociais, econômicos e culturais da revolução tecnológica sobre o comportamento de indivíduos, grupos e instituições.

Sobre o Autor: Celso Roberto Pitta

O autor é professor de Geografia e Educador Ambiental com especialização em Planejamento e Educação Ambiental pela Universidade Cândido Mendes/RJ. Pesquisa o tema “Ciberespaço” e “Cidades Digitais” desde 2004, tendo realizado trabalhos de campo com incursões ao município de Piraí acompanhando delegações estrangeiras, além de participar de eventos internacionais relacionados à Sociedade da Informação, Exclusão Digital e Políticas Públicas – como a Cúpula América Latina e Caribe para a Sociedade da Informação realizada de 8 a 10 de junho de 2005 no Rio de Janeiro. No intercurso, apresentou trabalhos em simpósios e congressos regionais e internacionais, entre os quais o II Simpósio Internacional Sobre Cidades Médias na Universidade Federal de Uberlândia/MG.

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Psicanálise na Praia

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Lei das Biografias: outro passo

Blog do Galeno - 19/10/2008 - por Galeno Amorim
Conforme Galeno Amorim, o projeto de Lei que muda o Código Civil para tentar por um fim à onda de proibição de biografias deu um passo importante na quinta-feira, dia 16, no Congresso. Terminou na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara o prazo para a apresentação de emendas sem que ninguém o fizesse. O que é bom. Agora, texto do substitutivo do relator José Eduardo Cardoso (PT-SP), que deu voto favorável à proposta apresentada pelo deputado Antônio Palocci (PT-SP), segue – a menos que haja um abaixo-assinado de 20% da casa, o que não é nada provável – para uma tramitação semelhante no Senado. Ou seja, resolve na própria comissão, sem ir a plenário. O projeto foi proposto em maio. Se o trâmite continuar assim, há chance de, em pouco tempo, a modificação – motivada por um movimento iniciado pelo blog – ser sacramentada.

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Reverência pela vida, por José Bento Teixeira de Salles

Dois simples dados revelam toda a dimensão e pujança da Santa Cada de Misericórdia de Belo Horizonte: fundada em 21 de maio de 1899 (a capital tinha apenas um ano e cinco meses de existência), a instituição abriga atualmente um número de doentes superior à população de alguns distritos do interior do estado.

Assim, pois, em seus 109 anos de existência, tem uma trajetória benemérita realmente inigualável. Bem se poderia dizer que a sua história se confunde, nessa área de assistência humana, com a própria história da cidade. De Olinto Meireles, Benjamin Moss, Cícero Ferreira e outros até os dias atuais, o funcionamento da Santa Casa representa um marco indelével na trajetória da medicina em Minas.

Daí a significação e importância da série de cinco publicações promovidas pela instituição, narrando a história e a amplitude dos benefícios prestados aos mineiros. Iniciados ainda na ges­tão de Saulo Levindo Coelho coma provedor, os volumes apresentam substancial trabalho de pesquisa, primorosos textos e coordenação do competente Manoel Higino dos Santos, além de elevada qualidade gráfica.

O quinto volume, que ora nos chega às mãos   - Reverência pela vida -, focaliza o setor de pediatria, mas, na verdade, extrapola esses limites para divulgar magníficos da­dos históricos gerais da casa, que e santa e misericordiosa.

O livro contém ainda interessantes e sugestivas fotos, como, por exemplo, a dos irmãos siameses Chang e Eng Bunker, gê­meos conjugados que se tornaram abastados fazendeiros nos Estados Unidos, depois de sucessivas apresentações no circo do famoso empresário americano Barnum. A título de curiosida­de: embora nunca separados, os gêmeos se casaram com duas irmãs. A esposa de Eng teve 12 filhos, e a de Chang, 10.

Ao retratar muito da existência da Santa Casa de Belo Hori­zonte, Reverência pela vida - A pediatria em Minas constitui um precioso registro da evolução da Medicina na Capital desde os seus primeiros anos e representará, no futuro, uma valiosa contribuição para todos aqueles que se dedicam ao estudo da história de Belo Horizonte.

publicado no Estado de Minas, BH, 21/10/2008, p.02

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21 de outubro de 2008

Marcos Ana, el Quijote viviente

Almodóvar filmará la vida del hombre que más tiempo estuvo en la cárcel por la Guerra Civil española. Sin sueños de venganza, Marcos Ana sigue luchando contra el fascismo. Su historia es testimonio de los pájaros sin alas de aquella barbarie; y también una juerga de ternura que iza la Bondad por encima de todo horror.

imgp1100a.jpgMarcos Ana, poeta y Quijote. Emblema universal de la lucha por la libertad —88 años, hoy— estuvo en las cárceles del franquismo entre 1939 y 1961. Conoció el espanto en su piel, en su corazón, y a través de los ojos de sus compañeros; descubrió el oprobio en las manos de los torturadores: manos extranjeras a la vida que sólo los domingos cesaban de masacrar, pues entonces los verdugos rezaban en la Iglesia y con el capellán. Pero también supo de deleites: en las mazmorras del fascismo español, Marcos Ana «adoptó» —como se adopta un bebé— una flor inocente, nacida en la grieta tenebrosa del muro más cruel. Así como, aunque trepado a los barrotes y castigado duramente por ello, se extasió con cada plenilunio que —gracias a su obstinación— pudo gozar. Igual que contrabandeó, reja a reja, la poesía de Neruda y sus propios versos, como una letanía que invocaba la libertad. Tenía sólo 19 años cuando cayó en aquel infierno del Régimen, y veintitrés más cuando —como una salva de pájaros contentos— pudo dejar la jaula para abrazar la nitidez de la luz.

Luz cegadora para él, que no conocía más que las tinieblas. Pero la vida, que sólo le había ofrecido su mano mezquina, le llegaba por fin con la mano que da. Entre todos sus dones, le dio los viajes, el reconocimiento mundial —el abrazo de la humanidad— y la posibilidad de luchar. Le dio la poesía, y le descubrió el amor y el sexo... recién a sus 42. Ella era joven y morena, delgada, bella y sutil. Se llamaba Isabel Peñalba y tenía la mirada azul.

¿Serán los ojos de Penélope Cruz, la actriz fetiche de Almodóvar, los que lo mirarán desde aquel azul de Isabel? Quién sabe. Primero terminará la filmación de «Los abrazos rotos» y, quizás, rodará «La piel que habito». Y entonces se dedicará a «Decidme cómo es un árbol», el último libro de Marcos Ana; obra que recorre el mundo con sus memorias de la prisión y de la vida, flameantes de humor, de la poesía de su prosa y del sentido de la existencia como un hecho trascendente.

¿Cuántos filmes podrían hacerse con cada latido de este Quijote? En cualquier caso, Almodóvar eligió tomar la historia de Marcos, «un superviviente», cuando era ya un pájaro en vuelo libre que surcaba cielos a la salida del infierno. Al cineasta le impresiona que, después de haber respirado tanta muerte, el poeta sepa de justicia y paz, de fraternidad y siembra, de imaginación y esperanza, y no de rencor. Le sorprende su pasión por la vida del prójimo. Se emociona porque en «Decidme cómo es un árbol», nuestro autor cuenta que —a causa de un compañero que lo denunció— recibió una de sus dos condenas a muerte; y, aun así, no da su nombre para evitar un daño a la posible familia del traidor.

Curiosa audacia la de Almodóvar, artista de un lenguaje cinematográfico barroco y brillante, cuyos temas habían sido hasta ahora el amor por su madre y por las mujeres, la sexualidad, el maridaje entre el amor y la muerte, y la transmutación del alma. Y si bien algunos hechos de la historia que filmará justifican a primera vista su elección —ya se verá— hay algo central, más novedoso que todo. «Marcos Ana es lo más parecido a un ángel —explicó el director—, no he conocido a nadie tan bueno». A partir de esta experiencia, ¿podremos sumar entre sus razones para elegir un guión el valor infinito de la Bondad? (Cristina Castello)

Artículo publicado en «Lyrsa editores» - México, octubre 2008

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Os passos da vida, por Manoel Hygino dos Santos

Rosângela Vieira Rocha tem uma vida dedicada a escrever e a ensinar a escrever. Nascida em Inhapim, com quinze anos foi para Brasília. Formada em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da UnB, é também bacharel em Direito pela Universidade Católica de Salvador e Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
Integrada ao Programa para Graduados Latino-americanos, fez curso de pós-graduação lato sensu pela Universidade de Navarra, em Pamplona, Espanha. Tem três livros publicados, vencedores de prestigiosos prêmios: "Véspera de lua", venceu o Prêmio Nacional de Literatura, Editora UFMG, em 1988, na categoria romance.
Em 2002, foi classificada entre as finalistas da 4ª Bienal Nestlé de Literatura Brasileira e recebeu Menção Especial no Prêmio Graciliano Ramos, da União Brasileira de Escritores, em 1990, com "Rio das Pedras". Este foi também primeiro colocado na categoria novela na Bolsa Brasília de Produção Literária, em 2001, da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.

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20 de outubro de 2008

Liv Ullmann in São Paulo

Liv Ullmann que veio a São Paulo, especialmente para a abertura de uma mostra em sua homenagem, falou sobre sua experiência como atriz e diretora, em seus 40 anos de carreira.
Com profissionais de teatro, e jovens cineastas na platéia, Ullmann, ao lado de Karin Rodrigues e o cônsul da Noruega, começou dizendo: Vou falar de meu Curriculum… todos riram…"Acho que sou muito divertida, mas as pessoas não me vêem assim, acham que sou muito séria. Queria muito fazer uma comédia, mas ninguém nunca me convidou".
Ullmann, continuou contando sobre sua carreira, dizendo que viveu anos maravilhosos no teatro, onde começou a atuar em 1957, interpretando grandes personagens.
Contou que o seu primeiro encontro com Ingmar Bergman, quando estava acompanhada de Bibi Andersson, parecia um filme de tão mágico. Bergman escreveu o roteiro do enigmático Persona, a partir do momento que percebeu a intensa semelhança, de seus rostos e suas personalidades, e assim ela conquistou seu primeiro papel de destaque no cinema.
Ullmann que estrelou nove filmes de Bergman, entre eles "Gritos e Sussurros”, disse que ele "sabia captar os olhares e as atitudes dos atores".
Foi somente em 1992 que a atriz lançou-se como diretora de longas-metragens; dirigiu dois filmes com roteiros do Bergman. “Os atores entregam o coração para você e isso é um privilégio. Aprendi a conquistar e conhecer pessoas maravilhosas para trabalhar.” …continue lendo (VERA BARBOSA)

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O sonho da razão, por Manuel da Costa Pinto.

Narrativas de Samuel Beckett criam espaços imaginários como laboratórios da morte individual e coletiva
"UMA FENOMENOLOGIA da percepção e uma arqueologia do saber aproximam "O Despovoador", distopia que ecoa o inferno dantesco, e "Mal Visto Mal Dito", janela e réquiem para uma velha enclausurada."
A fórmula, que sintetiza essas duas narrativas de Beckett reunidas num único volume, está no prefácio de Fábio de Souza Andrade -intérprete obsessivo (como todo bom leitor) do romancista e dramaturgo irlandês.
A referência a Merleau-Ponty ("Fenomenologia da Percepção") e Michel Foucault ("A Arqueologia do Saber") lança luz sobre um universo de sombra. O sujeito, na obra de beckettiana, tem algo de pré-discursivo, pré-intelectual; e, ao fazer a fenomenologia dessa existência puramente corpórea, que precede a consciência, o autor de "O Inominável" expõe o fosso que existe entre palavras e coisas, linguagem e mundo.

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Acredita-se demais em Machado

Jornal do Brasil - 18/10/2008 - por Guilherme Gonçalves
Corre a boca miúda que Machado de Assis teria tido um filho com a mulher de José de Alencar, seu amigo e colega de ofício. Mário de Alencar, o rebento, era epilético, de nariz adunco como o do escritor mulato. Carregava, além das evidências físicas, o comprometedor título de eleito: era alvo de uma indisfarçada afeição do Bruxo, de quem foi o amigo mais íntimo em seus últimos anos de vida. Verdade ou mentira, o escritor Gustavo Bernardo inspira-se na história, de leve, para o seu recém-lançado A filha do escritor (Agir 152 pp., R$ 29,90). Mas, no romance, Mário é substituído por Lívia, a bela mulata que chega a um hospital psiquiátrico de Itaguaí, nos tempos atuais, jurando que é filha legítima de Machado. É o mote para que Bernardo embaralhe referências machadianas. Lívia é protagonista do primeiro romance do Bruxo, Ressurreição, e o hospício em Itaguaí alude à Casa Verde de O alienista em um jogo onde a própria ficção é bamba, no bom sentido. Estudioso antigo da obra do autor carioca, Bernardo escreveu o livro com patrocínio do Programa Petrobras Cultural. Ressente-se da habitual e equivocada associação de Machado ao realismo, e desmancha-se em elogios à sua maior musa inspiradora: a ficção. Confira em entrevista concedida ao JB.

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240 mil fotos do pólo sul celestial


South Celestial Pole from Martin Whipp on Vimeo.

240 mil fotos reunidas para emular o aparente movimento das estrelas no pólo sul ao longo de um periodo de sete horas.

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19 de outubro de 2008

Festival de Cinema de Porto Alegre anuncia filmes vencedores

O CineEsquemaNovo 2008 Festival de Cinema de Porto Alegre (CEN) anunciou os filmes premiados em sua quinta edição.

"O Fim da Picada", longa de 2008 dirigido por Christian Saghaard foi um dos grandes premiados da noite, levando os troféus de melhor longa tanto pelo júri de premiação (composto por Bernardo de Souza, Marcelo Lyra, Mariana Xavier, Milton do Prado e Pablo Lobato) quanto pelo júri da nova crítica, integrado pelos participantes da Oficina de Crítica Cinematográfica.

"Espuma e Osso", de Ticiano Monteiro e Guto Parente, foi escolhido pelo júri de premiação o melhor curta-metragem.

O prêmio especial do júri foi entregue para "Pan-Cinema Permanente", de Carlos Nader (SP), também eleito melhor longa-metragem da mostra competitiva pelo júri popular. Veja lista dos vencedores:

Júri de Premiação

Melhor Longa-Metragem

"O Fim da Picada", de Christian Saghaard (SP)

Melhor Curta ou Média-Metragem

"Espuma e Osso", de Ticiano Monteiro e Guto Parente (CE)

Leia mais (18/10/2008 - 18h51)

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Maestro tcheco comanda Sinfônica Municipal neste domingo, em SP

O maestro tcheco Jiri Malat --principal regente convidado da Ópera Estatal de Praga desde 1998-- comanda a Orquestra Sinfônica Municipal neste domingo (19), às 11h, no Teatro Municipal de São Paulo (região central da capital paulista).

Malat dá início ao espetáculo --que faz parte da série de concertos matinais do Municipal-- com uma interpretação da "Abertura Festival Acadêmico", do alemão Johannes Brahms (1833-1897). Do mesmo compositor, orquestra e maestro apresentam, para encerrar o espetáculo, a "Sinfonia nº 3".

A segunda peça do programa será o "Concerto para Violino", do austríaco Alban Berg (1885-1935). Os solos do concerto serão interpretados pelo violinista austríaco Martin Tucksa, que ocupa o cargo de spalla da Sinfônica Municipal desde 2003.

Informe-se sobre o evento

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