Nesta próxima sexta-feira, dia 28 de março, serão lançados três livros de poesia pela Ateliê Editorial: Meio Mundo, de Álvaro Faleiros, Outra Língua, de Henryk Siewierski, e País em Branco, de Ricardo Rizzo. O evento acontece em São Paulo, no Bar Canto Madalena (rua Medeiros de Albuquerque, 471), a partir das 18h30. O convite segue em anexo. Será um prazer contar com a presença de vocês.
Esses três lançamentos simultâneos da Ateliê põem em evidência a maturidade poética de escritores com dicções diferentes e que consolidam vertentes delineadas em títulos anteriores.
Meio Mundo (64 págs., R$25,00) é o sexto livro de Álvaro Faleiros, poeta que associa a experimentação formal e a pesquisa das formas populares, especialmente o cordel. O Meio Mundo de Faleiros – que é também tradutor e compositor, além de professor da UnB – corresponde na verdade a dois mundos que, aparentemente cindidos, são complementares: de um lado, poemas brevíssimos, epigramáticos; de outro, poemas mais longos, que exploram a oralidade e a toada dos repentes nordestinos – referência amplificada pelas xilogravuras do consagrado artista plástico Fernando Vilela, que percorrem as páginas do livro.
Outra Língua (96 págs., R$30,00), de Henryk Siewierski, apresenta a depuração de uma obra que, mantendo o diálogo com a literatura leste-européia nos primeiros livros do autor, encontra na paisagem brasileira uma morada, uma imagem invertida do exílio. Nascido na Polônia e radicado em Brasília, Siewierski traduziu autores como Bruno Schulz e Andrzej Szczypiorski e deles herdou uma percepção do desterro que não se restringe aos traumas da história polonesa, mas corresponde a uma forma mais ampla de contemplar seres e coisas. E esse olhar, por sua vez, encontra na variedade na cena brasileira uma tradução concreta – com lugares, pessoas e o estranhamento lingüístico fundindo-se a sua memória familiar e a uma descoberta do país que foge a qualquer exotismo.
País em Branco (100 págs., R$30,00), de Ricardo Rizzo, aprofunda uma tendência crítica já presente no livro de estréia do autor (Cavalo Marinho e Outros Poemas, de 2002) – caso raro de uma poesia que faz uma reflexão sobre as contradições e os absurdos da realidade social sem cair no engajamento vulgar ou na militância. Rizzo combina aqui alguns traços experimentais (versos blocados, elipses, quebras de palavras) com uma poesia imagética, em que a crueza das tensões urbanas vem acompanhada da percepção do papel da tevê e do cinema num imaginário no qual sociedade do espetáculo e mundo administrado se irmanam, compondo uma geopolítica que sua poesia desconstrói.
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